03º Domingo do Tempo Comum – Ano B
A liturgia do 3º Domingo do Tempo Comum propõe-nos a
continuação da reflexão iniciada no passado domingo. Recorda, uma vez mais, que
Deus
ama cada homem e cada mulher e chama-o à vida plena e verdadeira. A
resposta do homem ao chamamento de Deus passa por um caminho de conversão pessoal e de
identificação com Jesus.
A primeira leitura ( Jonas 3,1-5.10), diz-nos – através da história do envio do profeta Jonas a pregar a conversão aos habitantes de Nínive – que Deus ama todos os homens e a todos chama à salvação.
A disponibilidade dos
ninivitas em escutar os apelos de Deus e em percorrer um caminho imediato
de conversão constitui um modelo de
resposta adequada ao chamamento de Deus.
A catequese apresentada pelo “Livro de Jonas”
convida-nos, antes de mais, a apreciar a profundidade da misericórdia e da
bondade de Deus: Deus não quer a morte de nenhum dos seus filhos; o que quer é
que eles se convertam e percorram, com Ele, o caminho que conduz à vida plena,
à felicidade sem fim.
No entanto
todos nós temos, por vezes, alguma dificuldade em aceitar esta lógica de Deus. A
Palavra de Deus apresenta-nos um Deus de bondade e de misericórdia, que nos
convida a amar todos os irmãos, mesmo os maus.
A disponibilidade dos ninivitas para
escutar o chamamento de Deus e para percorrer o caminho da conversão constitui
um modelo de resposta adequada ao Deus que chama. É essa mesma prontidão de
resposta que Deus pede a cada homem ou a cada mulher.
A segunda leitura (1 Coríntios 7, 29-31), convida o cristão a ter consciência de que “o tempo é breve” – isto
é, que as realidades e valores deste mundo são passageiros e não devem ser
absolutizados. Deus convida cada cristão, em marcha pela história, a viver de
olhos postos no mundo futuro – quer dizer, a dar prioridade aos valores
eternos, a converter-se aos valores do “Reino”.
A todo o
instante somos colocados diante de realidades diversas e contrastantes e temos
de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, a moda, o politicamente
correcto, os nossos preconceitos e interesses egoístas interferem
frequentemente com as nossas opções e impõem-nos valores que nem sempre são
geradores de liberdade, de paz, de vida verdadeira.
Muitas vezes, endeusamos determinados valores efémeros
e passageiros, que nos fazem perder de vista os valores autênticos,
verdadeiros, definitivos. Os valores deste mundo, por mais importantes
e interessantes que sejam, não devem ser absolutizados. Não se trata de
desprezar as coisas boas que o mundo coloca à nossa disposição; mas trata-se de
não colocar nelas, de forma incondicional, a nossa esperança, a nossa
segurança, o objectivo da nossa vida.
No Evangelho (Mc 1,14-20), aparece o convite que Jesus faz a todos os homens para se tornarem seus
discípulos e para integrarem a sua comunidade. Marcos avisa, contudo, que a
entrada para a comunidade do Reino pressupõe um caminho de “conversão” e de
adesão a Jesus e ao Evangelho.
Jesus chamava o “Reino de Deus”. É esse projecto que
Jesus nos apresenta e ao qual nos convida a aderir. Somos chamados a construir, com
Jesus, um mundo onde Deus esteja presente e que se edifique de acordo
com os projectos e os critérios de Deus. Estamos disponíveis para entrar nessa
aventura?
Temos de modificar a nossa mentalidade, os nossos
valores, as nossas atitudes, a nossa forma de encarar Deus, o mundo e os outros
para que se torne possível o nascimento de uma realidade diferente. Temos de
alterar as nossas atitudes de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de
comodismo e de voltar a escutar Deus e as suas propostas, para que aconteça, na
nossa vida e à nossa volta, uma transformação radical – uma transformação no
sentido do amor, da justiça e da paz.
O “Reino de Deus” exige também o “acreditar” no
Evangelho. “Acreditar” é sobretudo, uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu
projecto de vida.
O “discípulo” é alguém que está disposto a escutar o
chamamento de Jesus, a acolher esse chamamento no coração e a seguir Jesus no
caminho do amor e do dom da vida.
O “Reino” é uma
realidade que Jesus começou e que já está decisivamente implantada na nossa
história. Éuma realidade sempre em
construção, sempre a fazer-se, até à sua realização final, no fim dos tempos,
quando o egoísmo e o pecado desaparecerem para sempre. Em cada dia que passa,
temos de renovar o compromisso com o “Reino” e empenharmo-nos na sua
edificação.
Fonte:
Adaptação local de um texto de "dehonianos.org/portal/liturgia"
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