quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

SEXTA-FEIRA – III SEMANA – TEMPO COMUM – ANOS PARES - 26 JANEIRO 2018



SEXTA-FEIRA – III SEMANA –  TEMPO COMUM – ANOS PARES - 26 JANEIRO 2018
Primeira leitura: 1 Samuel 11, 1-4a.5-10a.13-17
Apesar de grave, o pecado de David com Betsabé, se a solução tentada por David tivesse resultado, não haveria consequências de maior. Mas Urias, porque suspeitava de algo, ou por razões de ética militar,  não cedeu às pressões do rei. Então, David recorre ao assassinato de Urias, perpetrado de modo traiçoeiro.

O pecado foi tomando conta do rei que agiu de modo cada vez mais pérfido. Não nos escandalizemos. O pecado dá-nos a justa medida do homem. É uma realidade constante e universal. A Bíblia verifica-a e atribui-a a uma tendência que nos arrasta para o mal de modo irresistível: «Nasci na culpa, e em pecado minha mãe me concebeu» (Sl 51, 7).

Quando entramos pelo caminho do pecado, não sabemos até que ponto podemos chegar. Ao pecar com Betsabé, David inicia uma série de pecados, que termina em verdadeiras catástrofes. Não conseguindo disfarçar a primeira culpa, David trama a morte de Urias. Mais tarde, um seu filho usa de violência contra uma irmã, provocando a fúria de Absalão, que o mata. Depois, é o próprio Absalão que se revolta contra David, obrigando-o a fugir. Segue a guerra civil. Numa das batalhas, Absalão é morto pelos homens do rei. Sabemos quando começamos a pecar, mas não sabemos até onde poderão ir as consequências do nosso pecado.

Mas, como diz S. Paulo, «onde aumentou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5, 20). A força do pecado é nada diante da força do Reino de Deus

Evangelho: Mc 4, 26-34
As duas parábolas, que Marcos põe na boca de Jesus, ilustram dois aspectos da inevitável tensão dialéctica do reino de Deus na história.
A parábola da semente, que cresce sem a intervenção do agricultor, diz-nos que o Reino é uma iniciativa de Deus, que deve permanecer sempre acima de toda a tentativa humana para guiar o curso do seu crescimento e maturação.

É claro que Deus conta com a colaboração humana: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra» (v. 26). Para sublinhar a acção de Deus, a parábola esquece diversos trabalhos necessários, à sementeira, à limpeza, à rega, etc. Mas alude ao acto de semear. É essa a tarefa dos discípulos que, depois, devem aguardar, com paciência, que a Palavra actue pela força que tem em si mesma e dê fruto no tempo e no modo que Deus quiser.

A segunda parábola apresenta o reino como um grão de mostarda, que dá origem a um grande arbusto. Também aqui encontramos uma importante mensagem de confiança para a comunidade primitiva e para nós.
Não havemos de preocupar-nos por sermos poucos e pequenos: a Palavra de Deus dará frutos incomensuráveis, não por nosso mérito, mas pela graça.
Os vv. 33 e 34 retomam o tema das parábolas para o grande público e das explicações privadas aos discípulos.

O Senhor leva por diante o seu projecto de salvação, servindo-se de homens fracos e pecadores, utilizando instrumentos simples e pobres. Não nos compete decidir quando e em que medida a semente dará fruto. O crescimento acontece em segredo, enquanto nos ocupamos de outros afazeres, e é imensamente superior às nossas expectativas.

As leituras de hoje trazem-nos uma mensagem de esperança. Foi-nos confiada uma tarefa para a qual nos sentimos inadequados. Mas a nossa acção é importante. Compete-nos espalhar a semente, difundir o evangelho, o que não é pouco. Mas não devemos cair na ansiedade, à espera de ver os resultados. Eles não dependem de nós, e talvez jamais os vejamos neste mundo.

Só no fim da nossa vida poderemos dar-nos conta dos frutos do nosso trabalho, e a colheita será uma festa, se tivermos sabido esperar serenos e confiantes a obra do Pai.

O segredo do êxito está em confiar n´Ele, sem fugirmos às nossas responsabilidades e sem pretendermos disfarçar as nossas culpas. Onde abunda a fraqueza e o pecado, superabundará a graça.

A missão que nos está confiada há-de ser realizada exige o reconhecimento da nossa pobreza, também moral. Somos pecadores que confiam na misericórdia de Deus. 

Temos consciência de sermos instrumentos fracos. Mas havemos de ir mais longe, ultrapassando todo o interesse próprio, ainda que seja o de ver os frutos do nosso apostolado. Essa pobreza libertar-nos da ansiedade e estimula-nos a viver na confiança e na gratuidade do amor, como recomenda as nossas Constituições (cf. n. 46).

 Reconhecer a pobreza do nosso ser e do nosso futuro é renunciar à orgulhosa auto-suficiência e à desumana auto-afirmação. A pobreza evangélica, acolhida e amada, na nossa vida e no nosso apostolado, leva à exigência da confiança em Deus nosso Pai (cf. Mt 6, 25-34), Senhor da semente e da messe, nossa origem e fim último da nossa vida, que queremos servir, servindo os irmãos.
Estas duas parábolas da semente e da messe, dão-nos uma inabalável confiança na  palavra do Senhor. É difícil para nós aguardar o tempo da colheita, e como gostaríamos de ver imediatamente o fruto dos nossos trabalhos. Mas só Deus sabe a hora em que a Sua palavra irá revelar o seu poder. Só Ele sabe o tempo em que hei-de empunhar a foice. 

A semente cresce, não pelos nossos méritos, mas pela graça do Senhor. Saibamos esperar com paciência o tempo do amadurecimento, respeitando os irmãos a quem falamos no Seu nome sem confundir a eficácia do testemunho com o êxito das nossas iniciativas.

Senhor, ensina-nos a esperar vigilante a tua vinda, ainda que nos pareça distante. Mas atrai-nos para Ti, porque ansiamos participar na festa da colheita no teu Reino.

Fonte: Adaptação de um texto de “dehonianos.org.portal/liturgia”

Sem comentários:

Enviar um comentário