sexta-feira, 14 de abril de 2017

REFLEXÃO PARA A SEXTA FEIRA SANTA



Sexta-feira – Semana Santa


 Um dos soldados perfurou-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que o viu é que o atesta… E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: nem um só dos meus ossos se há-de quebrar. E ainda: Hão-de olhar para aquele que trespassaram (Jo 19, 34-36).


 O último acto da Paixão de Cristo, a abertura do seu lado, explica e resume toda a vida do Salvador. Tomou um Coração para o abrir como a fonte de todas as graças.

 Dai-nos, Senhor, a graça de beber nas fontes da santidade e do amor.

 1.-A FERIDA. 

Vamos ao Calvário, depois da morte de Jesus.

 A multidão afastou-se, os amigos ficam. Alguns soldados vêm verificar ou, se é o caso, apressar a morte dos pacientes, para que o espectáculo do seu suplício prolongado não entristeça o dia do sábado.

Um dos soldados adiantou-se, portanto, e abriu o lado de Jesus com uma lança.

 É um grande mistério da história sagrada, onde tudo é mistério e acção divina. A ferida exterior é aqui a revelação simbólica da ferida interior, a do amor
O amor eis o motivo de tudo o que aconteceu na Sexta Feira Santa. Cristo morreu porque quis, foi o amor quem o matou … É assim que a Igreja canta, para saudar o Coração trespassado do seu esposo: «ó Coração vítima de amor, Coração ferido por amor. Coração morrendo de amor por nós! 

Nosso Senhor permitiu este golpe de lança para chamar a nossa atenção, para nos fazer pensar no seu amor que é a fonte de todos os mistérios da salvação: as promessas , as profecias e as figuras da antiga lei, a acção o povo de Deus, a incarnação, a vida, os ensinamentos e a morte do Salvador. 

A abertura do lado de Jesus, é como a fonte que regava o paraíso terrestre, é como a fenda do rochedo que deu a água para saciar o povo de Israel.

2.- O SANGUE E A ÁGUA.


 E saiu sangue e água, diz S. João.

O ferro ao retirar-se deixou jorrar uma dupla fonte de sangue e de água, na qual os Padres da Igreja viram o símbolo desta outra maravilha de amor, os sacramentos, canais preciosos da graça da salvação. 

 Rio de água que, no  baptismo e na penitência, lava-nos dos pecados; rio de sangue que cai nos cálices do altar, para se expandir pelo mundo fora, consolar a Igreja sofredora , reanimar a Igreja que combate o bom combate da paz sobre a terra; rio refrescante, onde o coração, ressequido pelos trabalhos e pelas tentações, vai saciar-se de piedade, de caridade e de santa alegria.

Peçamos ao Cristo morrente e vivo:

Senhor, concedei-nos beber desta água e deste sangue, para que não mais tenhamos esta sede doentia das coisas do mundo que nos atraem, e que  sejamos saciadoa pelo vosso amor.


3.-«OLHARÃO PARA DENTRO DAQUELE QUE TRESPASSARAM».


 É a palavra do profeta Zacarias, recordada por S. João. 

O profeta não disse: «Olharão para aquele que trespassaram», mas «olharão para dentro daquele que trespassaram (Jo 19, 38).

 S. João aplica estas palavras à abertura do lado de Jesus; devia pensar no interior de Jesus, no Coração mesmo de Jesus.

Esta ferida entrega-nos e abre-nos o Coração de Jesus. 

Espiritualmente, nós aí lemos o amor que tudo deu, mesmo a vida. Neste amor mesmo, nós reconhecemos o motivo e o fim de todas as obras divinas: Deus criou-nos, resgatou-nos, santificou-nos por amor. No Coração de Jesus, é o fundo mesmo da natureza divina que nós penetramos na sua mais maravilhosa manifestação. «Deus é amor».


Temos necessidade de contemplar esta ferida para ver como somos  amados e como por nossa vez devemos amar

Nessa ferida devemos  aprender como um coração amante deve agir, sofrer, tudo dar, até à morte, por Deus e pelos irmãos.


Vejamos tudo o que sofreu Jesus, o mais inocente de todos os homens: os desprezos, as calúnias, as traições, os abandonos, as desistências. Todas as dores estão reunidas neste Coração e transbordam. Sentiu-as todas, a todas santificou. 

Nas nossas dores, por mais extremas que sejam, tenhamos confiança na simpatia e na compaixão deste Coração, que quis assemelhar-se a nós no sofrimento, para ser mais compassivo e mais misericordioso (Heb 2, 17).

Comecemos nós mesmos lamentar este amor que não é amado e por compadecer com as suas dores.

A abertura do Coração de Jesus recorda-nos o seu amor, a sua bondade, o seu sofrimento. Ele espera de nós o amor, a gratidão, a compaixão. Eis-­nos aqui, Senhor, para viver convosco e em Vós. Não permitais que  jamais nos separemos de vós e que vos esqueçamos..

Fonte: resumo e adaptação local: www.dehonianos@.org/portal/liturgico

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