sábado, 15 de abril de 2017

REFLEXÃO PARA O DIA DE SÁBADO SANTO. O LUTO



Sábado – Semana Santa

O LUTO DE MARIA E DOS APÓSTOLOS E A PROVAÇÃO DE MADALENA

 Jo 20,12-13: E viu dois anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde jazera o corpo de Jesus. Disseram-lhe eles: Mulher, porque choras? Porque levaram o meu Senhor, respondeu, e não sei onde O puseram.

Nossa Senhora exprime a sua dor com calma. Madalena, mais agitada, corre a comprar perfumes e vai ao sepulcro.

O luto, compaixão e amor, tais são as disposições de que devo penetrar-me hoje.

Luto de Maria, de João e de Madalena. – Durante o grande luto do sábado, Maria, os discípulos e as santas mulheres permaneceram em casa, por causa do Sabbao. (Lc 23, 56).

Para Maria, havia um outro motivo: Era costume entre os Judeus que a pessoa mais estreitamente unida ao defunto, a sua mãe, a sua esposa, a irmã permanecesse em casa durante o grande luto, enquanto que os outros membros da família iam visitar o sepulcro. Na morte de Lázaro, era Madalena que permanecia em casa. (Jo 11, 20).

A casa para Maria, era em casa de João. Tinha-a tomado consigo por ordem de Nosso Senhor (Jo 19, 27). Pedro também estava lá, não deixava João naqueles dias.

Nós podemos facilmente pensar que Madalena permaneceu também junto de Maria. Unidas ao pé da cruz, estavam unidas no luto. A presença de Maria adoçava o luto de Madalena. A presença de Madalena, que tinha sido toda regada pelo sangue de Jesus, era para Maria como um resto de Jesus mesmo.

Maria abandona-se menos à dor do que Madalena. A sua fé não lhe deixa perder de vista os ensinamentos da Escritura.
Ela sabe que Jesus não será abandonado nos infernos e que Deus não permitirá que o seu corpo  conheça a corrupção: (SI 15, 9). /371).
Ela espera a sua próxima visita. Medita sobre a grandeza do sacrifício e do amor de Jesus e sobre os felizes frutos que a sua Paixão há-de produzir:  (Lc 2, 19).

Amor e fidelidade de Maria.

 – Madalena ela também nos dá um grande exemplo de fidelidade e de perseverança no amor de Nosso Senhor. Ela não tem repouso, não pode viver longe dele. Faz-lhe falta o seu Deus, procurá-lo-á. O seu tesouro está no sepulcro, lá também está o seu coração. As provações não extinguiram as chamas do seu amor.

o seu amor foi purificado nos sofrimentos. É preciso que a sua fidelidade reduplique: Cristo foi tão cruelmente traído, abandonado! É preciso que a sua dedicação seja verdadeiramente reparadora.
Logo que a lei de Deus o permite, sai com as outras duas Maria para comprar perfumes (Mc 16, 1). 

 Toma o caminho do Calvário, ainda é escuro, revê em espírito todas as cenas da sexta-feira. Tem medo de pisar aos pés o precioso sangue. A cruz está ainda lá, é terrível no meio das sombras da noite. O sepulcro está solitário, os guardas dormitam. Madalena senta­se e chora. A hora da consolação não chegou. Nosso Senhor deixa-a nas suas angústias e, todavia, fortifica a sua coragem. Volta para a casa de dor, não o encontrou.

 – Quando tivermos perdido a presença de Nosso Senhor, procuremo-lo assiduamente como Madalena.

Ardor de Madalena e as suas provações.

 – O coração  de Madalena não conhece nem atraso nem desânimo. Logo que isto é possível. Madalena sai com as outras duas Marias para voltar ao Calvário. Ela adianta-se, corre.
Mas Nosso Senhor quer provar ainda mais a sua fidelidade e a sua constância.

Chegando ao Calvário, Madalena vê que a pedra foi retirada e que o sepulcro está vazio. Não pensava na ressurreição, procurava o corpo magoado e dilacerado do seu Salvador para lhe prestar o piedoso dever de uma sepultura digna dele. Mesmo esta esperança é desenganada. Não lhe resta mais nada senão chorar pelo seu Jesus! Todavia, ela não sucumbe à sua dor, adora, humilha-se, recorda-se dos seus pecados que justificam esta privação de Jesus.

 – Maria, João, Madalena e as santas mulheres são os nossos modelos nesta jornada de compaixão e de reparação. São os únicos amigos fiéis do Coração de Jesus. Unir-me-ei a eles hoje e todos os dias. Procurarei Jesus como Madalena, todas as vezes que tiver perdido a sua presença sensível. Não desanimarei nunca na minha fé, na minha confiança e no meu amor.

Fonte: adaptação e resumo de uma Homilia de L. Dehon. em <Dehonianos.org. Liturgia >

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