Segunda-feira XV Semana - Tempo Comum
Primeira leitura: Êxodo 1, 8-14.22
Começamos, hoje, a escutar o livro do Êxodo, um dos
grandes livros do Antigo Testamento, que narra a epopeia de Israel, arrancado à
escravidão do Egipto, e chamado a uma aliança com Deus.
Ao escutarmos o texto de hoje, e os que ouviremos nas
próximas semanas, havemos de fazer nosso o cântico ao Deus que salva, o poema
ao Deus de Israel, que tendo escutado o grito do seu povo, desceu para o
libertar. De facto, também para cada um de nós, e para toda a humanidade, Deus
continua a ser o Libertador, o Salvador. E são tantas as escravidões que tentam
dominar-nos! Tentemos dar-nos conta delas, e elevar também o nosso grito ao
Senhor.
O povo de Israel, uma vez libertado, é destinado, não
já ao serviço do faraó, mas ao serviço do Senhor: «O Senhor tomou-vos e
tirou-vos da fornalha de ferro, do Egipto, para serdes para Ele o povo da sua
herança, como acontece hoje» (Dt 4, 20).
O mesmo sucede connosco. Libertados do pecado pelo Baptismo, somos chamados a
servir a Deus e a colaborar com ele na obra da redenção. Efectivamente, faz
parte da pedagogia de Deus envolver na obra da salvação aqueles que foram
salvos, fazer seus cooperadores na libertação da humanidade aqueles que foram
libertados.
A leitura de hoje descreve a nova situação dos descendentes de Jacob-Israel, no Egipto. Os egípcios tornaram-lhes amarga a vida, obrigando-os a trabalhos forçados no fabrico de tijolos de barro. Mas, quanto maior era o peso dos vexames, mais os israelitas se multiplicavam. Então o faraó recorreu a uma outra medida, ainda mais desumana e cruel: a supressão dos meninos recém-nascidos.
A leitura de hoje descreve a nova situação dos descendentes de Jacob-Israel, no Egipto. Os egípcios tornaram-lhes amarga a vida, obrigando-os a trabalhos forçados no fabrico de tijolos de barro. Mas, quanto maior era o peso dos vexames, mais os israelitas se multiplicavam. Então o faraó recorreu a uma outra medida, ainda mais desumana e cruel: a supressão dos meninos recém-nascidos.
É no quadro
destas injustiças e sofrimentos que se vai desenrolar a acção salvadora de
Deus.
Evangelho: Mateus 10, 34 – 11, 1
«Não vim trazer
a paz, mas a espada». Estas palavras contradizem as esperanças messiânicas do
príncipe da paz (Is 9, 5), as esperanças de todos aqueles que trabalham e lutam
pela paz, bem como as próprias palavras de Jesus, que declarou bem-aventurados
os que trabalham pela paz (5, 9).
Estamos diante de um paradoxo que não pode
justificar a «guerra santa», certos apetites humanos ou determinadas
intransigências religiosas. A luta não é dos discípulos contra os outros
homens, mas dos outros homens contra os discípulos, nomeadamente contra os
missionários do Reino.
Mateus continua
a tratar das exigências radicais da missão. Nada pode impedir o seguimento de
Jesus, ainda que possa causar sofrimentos e provocar rupturas, mesmo dentro da
própria família.
A sorte do
discípulo é semelhante à do seu Mestre. Jesus foi ignorado e não-acolhido pelos
seus próprios familiares (cf. Mc 3, 21; Jo 1, 11). O amor à família é um valor.
Mas o seguimento e o amor a Cristo devem sobrepor-se a tudo e a todos, devem
ser vividos «com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento
e com todas as tuas forças» (Mc 12, 30). Para o cristão, isso é possível porque
Ele nos amou primeiro, até ao ponto de dar a vida por nós.
A graça de Deus
nem sempre nos vem de modo suave, atraente, idílico. Por vezes, pode vir como
fogo ardente, que queima, que faz doer, que incendeia tudo à nossa volta. O
sofrimento pode ser uma graça dura, forte, penetrante como uma espada. Mas é
uma graça a acolher e aproveitar. Quantas vidas mudaram para melhor, depois de
um sofrimento.
Jesus afirma: Vim trazer a espada, a separação, a
cruz, o «perder a vida»; vim trazer um amor semelhante ao meu, um amor
crucificado: «Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz,
mas a espada… Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim.
Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não
tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim.» (vv. 34.37-38).
Mas a
recompensa é infinitamente superior e abundante: quem acolher os seus discípulos,
quem acolher «estes pequeninos que acreditam», e O acolher a Ele, acolhe o Pai:
«viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14, 23). E nada do que fizermos e
sofrermos por seu amor será perdido: até um copo de água, dado a quem precisa,
terá recompensa.
Peçamos ao Senhor Jesus que nos ajude a aceitar a cruz, pois é graça que pode unir-nos à sua gloriosa paixão. Que nos momentos de sofrimento saibamos imitar as disposições do Coração de Jesus. Que saibamos unir-nos a Ele em todas as provações e sofrimentos da vida, com paciência, generosidade e amor.
Fonte: texto resumido e adaptado localmente de: <dehonianos@org/portal/liturgia/
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