quarta-feira, 12 de julho de 2017

SUBSÍDIO PARA A MEDITAÇÃO DA V FEIRA DA XIV SEMANA DO TEMPO COMUM



Quinta-feira - XIV Semana - Tempo Comum
Primeira leitura: Génesis 44, 18-21.23b-29;45, 1-5
 Judá, desconhecendo estar na presença do irmão José, tenta persuadi-lo a ficar com ele e não com Benjamim, por causa da promessa feita ao pai (44, 18-21.23.29). Na segunda parte (45, 1-5) narra o modo como José se deu a conhecer aos irmãos.

A atitude e as palavras de Judá, assinalam uma verdadeira mudança, uma conversão. Ele, com os irmãos, não teve escrúpulos de vender José aos ismaelitas, mas, agora, não está disposto a deixar Benjamim longe do velho pai. O passado não deve determinar o presente nem o futuro. Diante dessa atitude, José acaba por revelar a sua identidade aos irmãos.
Ao mesmo tempo revela uma inteligência da história que apela para a providência divina: «Não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós próprios, por me terdes vendido para este país; porque foi para podermos conservar a vida que Deus me mandou para aqui à vossa frente» (40, 5).
 O acto de crueldade, perpetrado pelos irmãos, é lido por José e interpretado no horizonte mais vasto que é a história da salvação. Deus é capaz de tirar o bem do próprio mal. A reconciliação de José com os irmãos apoia-se na confiança que tem em Deus: «Eu temo a Deus» (42, 18). É nesse horizonte que José coloca o encontro com os irmãos.
Evangelho: Mateus 10, 7-15
Os discípulos devem anunciar a presença do Reino, tal como fizera João Baptista  e, sobretudo, Jesus (4, 17). Quem acreditar que o Reino é o Senhor, e viver como Ele, torna-se “sinal” da sua presença e pode realizar curas, ressuscitar mortos, curar leprosos, expulsar demónios (v. 8). O mais importante é estar conscientes das forças divinas que nos enchem, graças à paixão, morte e ressurreição de Cristo. Recebemos de graça. Podemos projectar a nossa vida pessoal e comunitária sobre a gratuidade.

O conteúdo da pregação dos discípulos está expresso nas afirmações relativas à paz. Os judeus saudavam-se desejando-se mutuamente a paz. Mas, aqui, há algo mais. É atribuída à paz a mesma eficácia que tem a Palavra de Deus. Onde se deseja a paz, acontece a paz. Esta paz equivale ao reino de Deus, a Cristo, nossa paz (cf. Mc 5, 34; Rm 5, 1; Ef 2, 14). Anunciar a paz é anunciar a Cristo e tudo o que Ele significa para o homem.

O missionário deve avançar “desarmado”: «Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado» (vv. 9-10). Sabe que tem direito ao sustento (v. 10; cf. Lc 10, 7), à recompensa. Mas contenta-se com o necessário. Permanecerá junto de quem for digno de acolhê-lo (v. 11). Levará consigo o sinal distintivo, que é a paz. Quem a acolhe, acolhe o reino de Deus e todas as suas promessas de bênção. Quem não a acolhe, exclui-se de tudo. Por isso, tem sentido «sacudir o pó dos pés» (cf. v. 14), gesto de quem, ao entrar em Israel, deixava para trás a terra dos infiéis. Tal como Sodoma e Gomorra, foram arrasadas por não terem acolhido os enviados de Deus (Gn 19, 24ss.), assim também acontecerá àqueles que não acolherem o irmão e, portanto, o reino.
Na história de José, encontramos sentimentos que, de algum modo, já anunciam os do Evangelho. Ao revelar a sua identidade aos irmãos, José afirma: «Eu sou José, vosso irmão, que vendestes para o Egipto» (45, 4).. Não aproveitou a actual situação dos irmãos para se vingar, para humilhar, para castigar os irmãos. Não. José conseguiu ler, nas tristes circunstâncias por que passou, a intenção salvadora de Deus. «Vendeste-me» – afirmou. Essa era a realidade.
A história de José é já Evangelho, porque é prefiguração da história de Jesus, da sua paixão e glorificação. Como José foi praticamente condenado à morte por causa da inveja dos irmãos, assim também Jesus foi entregue à morte por inveja. A história de José, por vontade de Deus, terminou em glorificação. Assim Jesus, aceitando voluntariamente a morte, foi glorificado à direita do Pai. José podia ter punido severamente os irmãos, mas salvou-os.
 Jesus podia ter usado o seu poder divino para punir os pecadores, mas deu-lhes a ressurreição e a vida. A tremenda injustiça da morte de Jesus transformou-se em salvação e justificação para todos. José, quando da morte de Jacob, dirá aos seus irmãos, cheios de medo: «Não temais; estou eu no lugar de Deus? Premeditastes contra mim o mal. Mas Deus aproveitou-o para o bem, a fim de que acontecesse o que hoje aconteceu, e um povo numeroso foi salvo.
Nada receeis, então! Eu cuidarei de vós e das vossas famílias» (50, 19-21). José adere de todo o coração à maravilhosa transformação realizada por Deus. Por isso, é figura do Senhor Jesus e um modelo para nós. Enviados a anunciar a Palavra da salvação, e a narrar que Deus em Cristo lança o seu olhar providente sobre a história dos homens, o discípulo em missão não deseja «ouro, nem prata, nem cobre» (v. 9), porque aprendeu que, «onde está o seu tesouro está também o seu coração» (Mt 6, 21). Pertencer ao Senhor, e participar na sua missão, são suficientes para encher o coração do discípulo, porque Ele é «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6).

Fonte: De um texto resumido e adaptado localmente de :<dehonianos.org/portal/liturgia>

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