quarta-feira, 12 de julho de 2017

REFLEXÃOA PARA A IV FEIRA XIV SEMANA ANO A.



Tempo Comum – Anos Ímpares – XIV Semana – Quarta-feira

Primeira leitura: Génesis 41, 55-57; 42, 5-7ª.17-24a

A figura de José encarna a imagem do sábio, tal como os egípcios a entendiam: um homem que pela sua sabedoria ascende a altos cargos e os desempenha com destreza. Sendo hebreu, a sua sabedoria apresenta matizes da sabedoria de Israel.

Delineia-se uma reflexão sobre a presença de Deus na história da humanidade, que não recorre a acções poderosas ou às teofanias. Deus revela-se no interior da história dos homens, nas opções dos homens e mulheres.
 José é imagem de todo o homem que, na fé, sabe que Deus não abandona os seus eleitos.

É neste contexto que compreendemos a narrativa do primeiro encontro de José com os seus irmãos, depois de ter sido vendido aos ismaelitas. Tendo obtido o mais elevado sucesso, não aproveita para exercer qualquer vingança sobre os irmãos. O seu modo de agir tem por objectivo levar os irmãos a um profundo exame de consciência sobre o que tinham feito contra ele (42, 22), e a dar-se conta de que a vida não pode gastar-se na violência ou, pior ainda, na violência como critério em vista do “lucro” (cf. 37, 26).
Na tradição litúrgica, José tornou-se imagem de Cristo e do crente. Tornou-se figura d´Aquele que, anunciando a misericórdia do Pai, mostra que o lucro da própria existência consiste em fazer a vontade de Deus. Tornou-se imagem do crente, em Cristo, verdade do homem, procura e realiza a fraternidade.

Evangelho: Mateus 10, 1-7

Mateus apresentou várias vezes Jesus como novo Moisés, que funda o novo povo de Deus. O antigo povo de Deus era formado por 12 tribos. O novo povo de Deus tem as características da universalidade, que o número 12 significa.

 Jesus, novo Moisés, funda o novo povo de Deus, a Igreja. Os Doze são chamados para «estarem» com o Senhor e «ser enviados» por Ele aos irmãos. Foram chamados pelo nome, isto é, dentro da própria identidade, desde sempre pensada por Deus que, por amor, começa por chamar à vida. 

 Jesus confere o seu mesmo «poder» que se manifesta na vitória sobre as forças demoníacas e na cura de males parciais (as doenças) como antecipação e sinal da libertação total do mal.

Mateus apresenta a lista dos nomes dos apóstolos. Encabeça a lista «Simão, chamado Pedro» (v. 2). Seguem os outros nomes, dois a dois. Mateus não se envergonha de acrescentar ao seu nome próprio, o de ofício: publicano. Encerra a lista Judas Iscariotes, «que o traiu» (v. 4). Seguem-se algumas instruções de Jesus: começar a «missão» pelos israelitas, e anunciar o Reino de Deus. 

Deus está presente na história da humanidade, e condu-la de acordo com o seu projecto de salvação. A sua presença pode ser discreta. Mas nem por isso deixa de ser eficaz. Talvez gostássemos que Deus se revelasse por acções poderosas. Mas Deus prefere revelar-se no interior da história dos homens, nas opções dos homens e mulheres, no emaranhado da história de cada um de nós. 

 O Senhor está connosco: «Estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 29). É esta certeza que ampara a Igreja, e há-de amparar cada um de nós, nas tribulações da vida. Como Jesus, e como os Doze, somos enviados a evangelizar e a curar os nossos contemporâneos: «chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças» (v. 1).

 Evangelizar e curar. O Evangelho não é só lei, mas também salvação. É um dom de Deus que salva. Na nossa acção, devemos deixar claro que o Evangelho não é, em primeiro lugar, exigência, mas dom que salva. Jesus dá aos Apóstolos o poder de curar, como sinal da presença entre nós de Deus que salva. Antes de apresentar exigências morais, devemos testemunhar a bondade de Deus para com o homem. O Senhor inclinou-se com predilecção sobre os doentes. Não lhes pregou a necessidade de carregar a cruz. Isso é verdade e essencial para todos os discípulos. Mas, ao dirigir-se aos doentes, curava-os, usava para com eles da sua bondade infinita, servia-se do seu poder de cura e de consolação.

A missão realiza-se pela simples presença e pelo testemunho vivo da vida cristã. Mas há outros meios de evangelizar, como a vida litúrgica, a oração e a contemplação, o diálogo, em que os cristãos encontram os cristãos de outras tradições religiosas, para caminhar em conjunto para a verdade e colaborar em obras de interesse comum, o anúncio e a catequese. 

Mas há também o compromisso concreto no serviço aos homens e toda a actividade de promoção social e de luta contra a pobreza e as estruturas que a provocam. O âmbito da missão compreende tudo isto.

Fonte: Resumo adaptado localmente de um texto de: <dehonianos.org/liurgia>

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