Quinta-feira - XVI Semana –
Primeira leitura: Êxodo 19, 1-2.9-11.16-20
O texto que hoje escutamos prepara a grande teofania
em que será concluída a aliança do
Sinai. Esta é um pacto de confiança
recíproca entre Deus e Israel, que supõe uma ligação especial, com
obrigações mútuas, que caracterizarão esse povo e essa fé. O acontecimento é
preparado com abundância de pormenores, que servem para realçar a majestade de
Deus, a sua absoluta soberania, o respeito que inspira, a atitude de temor e de
reverência que suscita no povo.
O Deus do Sinai é ainda um Deus que infunde temor: é preciso permanecer longe d´Ele, não se Lhe pode ver o rosto, está rodeado por trovões, relâmpagos e fogos. Todas estas imagens sublinham a transcendência de Deus, um Ser que permanece sempre para além e acima de nós, das nossas concepções e imaginações. Moisés conseguiu resistir na presença de Deus, solitário, no cimo do Sinai, depois de quarenta dias e quarenta noites de jejum.
Quão diferente é o Deus do Novo Testamento! É um Deus que revela outros aspectos da sua divindade, tais como a bondade, a graça, o perdão, a paternidade divina manifestada em Jesus.
Evangelho: Mateus 13, 10-17
Que pretendia Jesus, ao servir-se de parábolas que os
seus ouvintes não podiam entender? Esta questão preocupava os cristãos das
primeiras comunidades, que sentiam a necessidade de explicar e interpretar essa
forma de anúncio inacessível de modo imediato e, por outro lado, enfrentavam a
oposição e o escândalo do povo eleito que, em grande parte, não tinha acolhido
o Messias. A resposta já foi apontada na parábola do semeador: há quem esteja disponível e há quem resista
à palavra de Jesus. Essa atitude interior faz toda a diferença. Há quem se
converta e atinja a bem-aventurança, e há quem não se converta, ouvindo sem
compreender e vendo sem perceber. Deus anunciara a Isaías (6, 9s.) as
dificuldades que o profeta havia de encontrar na sua missão. Tudo isso se
verificou na vida do profeta, mas, sobretudo, na vida de Jesus e, depois d´Ele,
na vida da Igreja. A Bíblia aponta a Deus como causa primeira dos eventos, mas
não é Ele que determina a docilidade ou a dureza do coração do homem. Isso depende do próprio homem, chamado a
assumir, em primeira pessoa, a responsabilidade
pelas suas opções diante da palavra que lhe é dirigida.
As leituras Deus de hoje mostram-nos que Deus tem vários modos de Se revelar e de
manifestar a sua vontade:
- No Sinai,
manifesta-se na fúria da natureza, em «trovões e relâmpagos e uma nuvem pesada
sobre a montanha, e um som muito forte de trombeta» (v. 16). Era neste cenário
que «Moisés falava, e Deus respondia» (v. 19).
- No evangelho, Jesus fala de modo muito simples e humano, uma vezes explicitamente e outras em parábolas, conforme os ouvintes.
- No evangelho, Jesus fala de modo muito simples e humano, uma vezes explicitamente e outras em parábolas, conforme os ouvintes.
Verdadeiramente, como diz o autor da Carta aos
Hebreus, «muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos
tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus
falou-nos por meio do Filho» (Heb 1, 1-2). Mas, como quer que a voz de Deus se
faça ouvir, é fundamental estar atentos,
e acolher a Palavra com docilidade: a esses «é dado conhecer os mistérios
do Reino do Céu» (v. 11). Mas, os que fechas os ouvidos à Palavra, os que lhe
resistem, estão condenados, porque «fecharam os olhos, não fossem ver com os
olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu
os curar», diz o Senhor. É fácil fazer ouvidos surdos ao Senhor, quando outras
vozes nos agradam mais. Mas não passam de vozes, de ar em movimento!
A essência de Deus e da manifestação da sua vontade pertencem ao mundo divino, sobrenatural. Com as nossas forças, com a nossa razão, não podemos compreender ou ter uma ideia sobre a realidade divina.
A essência de Deus e da manifestação da sua vontade pertencem ao mundo divino, sobrenatural. Com as nossas forças, com a nossa razão, não podemos compreender ou ter uma ideia sobre a realidade divina.
Precisamos da iluminação de Deus, que nos permite ver
mais além do que a nossa razão humana. Vem em nossa ajuda a fé, a capacidade
dada por Deus ao homem, que lhe permite acolher com humildade e reconhecimento
tudo quanto Deus lhe queira revelar.
Fonte: resumo e adaptação de <dehonianos.org/portal/liturgia>
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