S. MARTA.
SUBSÍDIO PARA A MEDITAÇÃO
29 Julho
Marta é irmã de Maria e de Lázaro de Betânia. No
evangelho aparece em apenas três episódios (Lc 10, 38-42; Jo 11, 1-44; Jo 12,
1-11). É uma mulher dinâmica, que acolhe desveladamente Jesus. Maria, também
aparece apenas três vezes em cena, nos evangelhos, (Lc 10; Jo 11; Mt 26). É a
mulher atenta e contemplativa, que dá mais atenção ao Senhor do que às “coisas
do Senhor”. De Lázaro sabemos apenas o que dele se diz no evangelho de João (11,
1-14; 12, 1-2). Os três são amigos e hospedeiros do Senhor.
Primeira leitura: 1 João 4,7-16
“Amor com amor
se paga”. “Deus é amor” e amou-nos por primeiro; “Amemo-nos uns aos outros”.
São os pensamentos centrais deste texto. No capítulo III da sua carta, João
abordou o tema do amor do ponto de vista negativo: quem não ama, comete pecado,
e o pecador não pode ver a Deus. Agora expõe o mesmo pensamento, mas do ponto
de vista positivo: o amor é necessário porque Deus é amor, “porque o amor vem
de Deus”.
O nosso amor a Deus é sempre resposta ao seu amor por
nós. O amor de Deus manifestou-se, historicamente, em Cristo. A família de
Lázaro de Betânia experimentou esse amor, e correspondeu-lhe acolhendo Jesus
com delicadeza e generosidade.
Evangelho: Lucas 10,38-42
Amar o próximo, como Jesus ensinou na parábola do bom
samaritano (Lc 10, 25-37), é necessário. Mas não basta, como verificamos logo a
seguir, em Lc 10, 38-42. Jesus entra em casa de Marta e Maria. Marta entrega-se
ao trabalho por Jesus; Maria, sentada aos pés do Senhor, escuta-O. Marta
protesta, e Jesus diz-lhe: “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com
muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não
lhe será tirada.” (v. 41s.). Não se trata de opor acção e contemplação. Marta
apenas representa aqueles cuja acção não se baseia na palavra de Jesus; Maria,
pelo contrário, representa os que dão atenção à palavra, que necessariamente
deve traduzir-se em serviço amoroso a Deus e ao próximo.
Santa Marta é a mulher eficiente e segura de si mesma.
Por isso, se deixa levar excessivamente pelo que deve fazer, perdendo de vista
a motivação do seu trabalho. No confronto com Jesus, percebe que a eficiência
não é o valor mais alto, e que só é importante na medida em que for equilibrado
pelo acolhimento, pela atenção ao outro e pelo “temor de Deus”, isto é, movido
pelo amor. Se assim não for, a acção pode tornar-se activismo, que descuida o
essencial e se torna fonte de ansiedade e de fragmentação.
O episódio que hoje escutamos levou Santa Marta, não
só a fazer coisas pelo Senhor, mas, sobretudo, a colocar-se diante d´Ele em
verdade e diálogo. Dessa atitude resultou aquela fé segura com que, ainda que
chorosa e desiludida com a morte do irmão Lázaro, se dirigiu ao Senhor: “Senhor,
se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. Mas, ainda agora, eu sei
que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.” (Jo 11, 21s.). Marta
deixou-se conduzir por Jesus no caminho do sofrimento que a levou a conhecer
melhor a Jesus e a si mesma.
Maria é exemplo do discípulo que descobre a Palavra de
Deus em Jesus Cristo e a acolhe com atenção. Ela não é um místico que se eleva
até Deus, mas um crente que está atento à palavra concreta que Deus lhe dirige,
e a procura pôr em prática.
Lázaro é o chefe de família que acolhe Jesus, Palavra de Deus feita carne, e se deixa transformar por ela. O amor de Jesus fê-lo regressar da morte à vida. E Lázaro, com as suas irmãs, souberam corresponder ao amor de Jesus, acolhendo com entusiasmo, delicadeza e generosidade em sua casa: “Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.” (Jo 12, 1-3).
Fonte: de um texto de <dehonianos.org/portal/liturgia>
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