domingo, 5 de março de 2017

ENCONTRO DE D. FARNCISCO COM OS SACERDOTES JOVENS DA DIOCESE


FORMAÇÃO  PERMANENTE DO CLERO ORDENADO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

No passado dia 03 de Março do corrente ano de  2017, na Casa Diocesana do Gurúè, realizou-se o 2º Encontro de Formação Permanente dos sacerdotes diocesanos de Gurúè ordenados nos últimos 10 anos. O Encontro foi orientado pelo Bispo Diocesano D. Francisco Lerma. Participaram os seguintes Padres:

1.P. Artur Bernardo, Vice- Reitor do Seminário Propedêutico S. José de Invinha.

2.P. Diogo Muanido, Vigário Paroquial da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.

3.P.Francisco Matias, Director da Rádio Diocesana;

4.P. Manuel José Nassuruma, Pároco da Paróquia de N. S. da Conceição de Invinha.

5.P.Eustáquio Carlos César, Vigário Paroquial da Paróquia de S. Cruz de Molumbo:

6.P. Maganisto Lenço Iotomeiua, Pároco da Paróquia de S. Paulo Apóstolo de Naburi;

7.P. Gonçalves Niviremo, Pároco da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.

8.P. Santos Víctor, Vigário Paroquial da Paróquia de Cristo Rei de Mualama;

9.P. Xavier Joaquim Jaquissone, Vigário da Paróquia do Bom Pastor de Pebane;

10.P.João Ernesto Tárua, Vigário Paroquial da Paróquia de S.Paulo Apóstolo de Naburi.

 

Na primeira parte da manhã, D. Francisco orientou a reflexão sobre o tema: “A Formação Permanente e a Identidade do Sacerdote”.

Depois do intervalo que se seguiu à palestra do Bispo, o tempo foi dedicado à reflexão pessoal e ao trabalho por grupos.

Já na parte da tarde, realizou-se o Plenário durante o qual em diálogo livre e aberto foram apresentadas questões pontoais sobre a realidade da vida dos sacerdotes, nomeadamente o relacionamento entre os membros do presbitério e alguns assuntos pastorais de particular importância e actualidade.

No fim da tarde, celebrou-se a tradicional Via-Sacra na Catedral de Gurúè.

Eis o texto abreviado da reflexão orientada por D. Francisco:

FORMAÇÃO PERMANENTE E IDENTIDADE DO SACERDOTE

Introdução

A expressão “formação permanente  (CIC 1039) invoca a ideia de que o processo formativo do discípulo de Jesus (e dos chamados ao sacerdócio) jamais se interrompe.

Trata-se de um processo gradual e contínuo de configuração com Cristo no seu ser e no seu agir, que constitui um permanente desafio ao crescimento interior da pessoa.

s. JOÃO PAULO II: Carta aos Sacerdotes, 1979:

“Todos devemos convertemo-nos cada dia. Sabemos que esta e uma exigência fundamental do Evangelho dirigida a todos os homens: Mt 4,17; Mc 1,15.

Devemos considera-la muito mais dirigida a nós. A oração devemos uni-la a um continuo trabalho sobre nós mesmos.

Uma formação que deve ser:

 a) interior, com a tendência ao aprofundamento da vida espiritual do sacerdote;

b) pastoral e intelectual.”

Importa alimentar constantemente a chama que dá luz e calor ao exercício do ministério.

Os fiéis tem o direito de encontrar sacerdotes adequadamente maduros e formados: é um preciso direito dos fiéis sobre os quais recaem positivamente os efeitos da boa formação e da santidade dos sacerdotes .

A Formação permanente deve ser concreta, encarnada na realidade presbiteral. De facto, o presbítero é o principal e primeiro responsável pela própria Formação Permanente. (PASTORES DABO VOBIS 79).

O Primeiro âmbito em que se desenvolve a Formação Permanente é a fraternidade presbiteral: estabelecer relações de amizade, colaboração e partilha com os outros sacerdotes da mesma faixa etária.

NOVOS DESAFIOS QUE SE APRESENTAM DEPOIS DE ALGUNS ANOS DE MINISTÉRIO

1.A experiência da própria fraqueza. É necessário enfrentá-la com muita serenidade e autenticidade. Esta experiência poderá conduzir o sacerdote a uma maior humildade e confiança na acção da misericórdia do Senhor. (2 Cor 12,9).

O Padre não deverá isolar-se, ele deverá ter a necessidade da amizade, do amparo dos colegas e de um Director Espiritual.

2.O risco de sentir-se um “funcionário do sagrado”.

Com o passar do tempo, pode criar no sacerdote a sensação de ser como um empregado da Igreja, da Diocese, da Paróquia, das comunidades (PASTORS DABO VOBIS, 72),sem um coração de pastor.

PAPA FRANCISO, Carta aos participante…, Nov. 2014): “Não servem sacerdotes funcionários que, enquanto desempenham um papel, procuram a sua própria consolação longe do Senhor. Somente quem mantiver fixo o olhar naquilo que é verdadeiramente essencial, conseguirá renovar o seu SIM ao dom recebido na ordenação e, nas vária fases da vida, não deixará de se entregar a si mesmo; só aqueles que se deixam conformar com o Bom Pastor encontram a unidade, a paz e a força na fidelidade ao serviço ministerial.

c) O desafio da cultura contemporânea.

I inserção inadequada do Sacerdote na cultura do nosso tempo. Exige abertura, actualização por parte dos sacerdotes e sobretudo uma sólida fundamentação nas quatro dimensões da vida presbiteral: humana, espiritual, intelectual e pastoral.

d) A atracção pelo poder, pela autoridade mal compreendida e pelo apego ao dinheiro.

Consequências nefastas de falta de disponibilidade à vontade de Deus, às necessidades concretas da Igreja, da Paróquia e dos fiéis que lhe foram confiados, provocam uma regressão afectiva, levam o Padre a dar espaço indevido na sua vida e a procurar compensações, impedindo assim o exercício da paternidade sacerdotal e a caridade pastoral.

e) A dedicação total ao próprio ministério:

Com o correr do tempo, o cansaço, o natural enfraquecimento físico (doenças…) e o surgimento de novos problemas, saúde conflitos, desilusões, o peso da rotina, a fadiga da mudança e mais outros condicionamentos sócio-culturais podem vir enfraquecer o zelo apostólico e a generosidade na própria dedicação.

 

OS FUNDAMENTOS: TÓPICOS GENERAIS

 

1.      O SUJEITO DA FORMAÇÃO PERMANENTE. O PRÓPRIO SACERDOTE

 

2.      A BASE E O OBJECTIVO: A IDENTIDADE PRESBITERAL

 


3.      Devemos reflectir diariamente sobre na nossa própria identidade de sacerdotes que está radicada no dom de Deus e na nossa resposta.

 

4.      A dimensão comunitária do presbítero: nasce na comunidade e é para a comunidade.

 

5.      União e interpelação íntima entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial

 

6.      Não ceder à tentação do clericalismo.

 

7.      Formação interior e de comunhão

 

8.      Os meios:

- humanos;

- espirituais

 

  

REFLEXÃO INDIVIDUAL e POR GRUPOS

 
 
 

DIÁLOGO COMUNITÁRIO

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