FORMAÇÃO PERMANENTE DO CLERO ORDENADO NOS ÚLTIMOS 10
ANOS
No passado dia 03 de
Março do corrente ano de 2017, na Casa
Diocesana do Gurúè, realizou-se o 2º Encontro de Formação Permanente dos sacerdotes
diocesanos de Gurúè ordenados nos últimos 10 anos. O Encontro foi orientado
pelo Bispo Diocesano D. Francisco Lerma. Participaram os seguintes Padres:
1.P. Artur Bernardo,
Vice- Reitor do Seminário Propedêutico S. José de Invinha.
2.P. Diogo Muanido, Vigário
Paroquial da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.
3.P.Francisco Matias,
Director da Rádio Diocesana;
4.P. Manuel José
Nassuruma, Pároco da Paróquia de N. S. da Conceição de Invinha.
5.P.Eustáquio Carlos César,
Vigário Paroquial da Paróquia de S. Cruz de Molumbo:
6.P. Maganisto Lenço
Iotomeiua, Pároco da Paróquia de S. Paulo Apóstolo de Naburi;
7.P. Gonçalves
Niviremo, Pároco da Paróquia de S. Tiago Maior de Namarrói.
8.P. Santos Víctor, Vigário
Paroquial da Paróquia de Cristo Rei de Mualama;
9.P. Xavier Joaquim
Jaquissone, Vigário da Paróquia do Bom Pastor de Pebane;
10.P.João Ernesto Tárua,
Vigário Paroquial da Paróquia de S.Paulo Apóstolo de Naburi.
Na primeira parte da
manhã, D. Francisco orientou a reflexão sobre o tema: “A Formação Permanente e
a Identidade do Sacerdote”.
Depois do intervalo que
se seguiu à palestra do Bispo, o tempo foi dedicado à reflexão pessoal e ao trabalho
por grupos.
Já na parte da tarde,
realizou-se o Plenário durante o qual em diálogo livre e aberto foram
apresentadas questões pontoais sobre a realidade da vida dos sacerdotes, nomeadamente
o relacionamento entre os membros do presbitério e alguns assuntos pastorais de
particular importância e actualidade.
No fim da tarde,
celebrou-se a tradicional Via-Sacra na Catedral de Gurúè.
Eis o texto abreviado
da reflexão orientada por D. Francisco:
FORMAÇÃO PERMANENTE E
IDENTIDADE DO SACERDOTE
Introdução
A expressão “formação
permanente (CIC 1039) invoca a ideia de
que o processo formativo do discípulo de Jesus (e dos chamados ao sacerdócio)
jamais se interrompe.
Trata-se de um processo
gradual e contínuo de configuração com Cristo no seu ser e no seu agir, que
constitui um permanente desafio ao crescimento interior da pessoa.
s. JOÃO PAULO II: Carta
aos Sacerdotes, 1979:
“Todos devemos
convertemo-nos cada dia. Sabemos que esta e uma exigência fundamental do
Evangelho dirigida a todos os homens: Mt 4,17; Mc 1,15.
Devemos considera-la
muito mais dirigida a nós. A oração devemos uni-la a um continuo trabalho sobre
nós mesmos.
Uma formação que deve
ser:
a) interior, com a tendência ao aprofundamento
da vida espiritual do sacerdote;
b) pastoral e
intelectual.”
Importa alimentar
constantemente a chama que dá luz e calor ao exercício do ministério.
Os fiéis tem o direito
de encontrar sacerdotes adequadamente maduros e formados: é um preciso direito
dos fiéis sobre os quais recaem positivamente os efeitos da boa formação e da
santidade dos sacerdotes .
A Formação permanente
deve ser concreta, encarnada na realidade presbiteral. De facto, o presbítero é
o principal e primeiro responsável pela própria Formação Permanente. (PASTORES DABO
VOBIS 79).
O Primeiro âmbito em
que se desenvolve a Formação Permanente é a fraternidade presbiteral:
estabelecer relações de amizade, colaboração e partilha com os outros
sacerdotes da mesma faixa etária.
NOVOS DESAFIOS QUE SE
APRESENTAM DEPOIS DE ALGUNS ANOS DE MINISTÉRIO
1.A experiência da
própria fraqueza. É necessário enfrentá-la com muita serenidade e
autenticidade. Esta experiência poderá conduzir o sacerdote a uma maior
humildade e confiança na acção da misericórdia do Senhor. (2 Cor 12,9).
O Padre não deverá
isolar-se, ele deverá ter a necessidade da amizade, do amparo dos colegas e de
um Director Espiritual.
2.O risco de sentir-se
um “funcionário do sagrado”.
Com o passar do tempo,
pode criar no sacerdote a sensação de ser como um empregado da Igreja, da
Diocese, da Paróquia, das comunidades (PASTORS DABO VOBIS, 72),sem um coração
de pastor.
PAPA FRANCISO, Carta
aos participante…, Nov. 2014): “Não servem sacerdotes funcionários que,
enquanto desempenham um papel, procuram a sua própria consolação longe do
Senhor. Somente quem mantiver fixo o olhar naquilo que é verdadeiramente
essencial, conseguirá renovar o seu SIM ao dom recebido na ordenação e, nas
vária fases da vida, não deixará de se entregar a si mesmo; só aqueles que se
deixam conformar com o Bom Pastor encontram a unidade, a paz e a força na
fidelidade ao serviço ministerial.
c) O desafio da cultura
contemporânea.
I inserção inadequada
do Sacerdote na cultura do nosso tempo. Exige abertura, actualização por parte
dos sacerdotes e sobretudo uma sólida fundamentação nas quatro dimensões da
vida presbiteral: humana, espiritual, intelectual e pastoral.
d) A atracção pelo
poder, pela autoridade mal compreendida e pelo apego ao dinheiro.
Consequências nefastas
de falta de disponibilidade à vontade de Deus, às necessidades concretas da
Igreja, da Paróquia e dos fiéis que lhe foram confiados, provocam uma regressão
afectiva, levam o Padre a dar espaço indevido na sua vida e a procurar
compensações, impedindo assim o exercício da paternidade sacerdotal e a
caridade pastoral.
e) A dedicação total ao
próprio ministério:
Com o correr do tempo,
o cansaço, o natural enfraquecimento físico (doenças…) e o surgimento de novos
problemas, saúde conflitos, desilusões, o peso da rotina, a fadiga da mudança e
mais outros condicionamentos sócio-culturais podem vir enfraquecer o zelo
apostólico e a generosidade na própria dedicação.
OS
FUNDAMENTOS: TÓPICOS GENERAIS
1. O
SUJEITO DA FORMAÇÃO PERMANENTE. O PRÓPRIO SACERDOTE
2. A
BASE E O OBJECTIVO: A IDENTIDADE PRESBITERAL
3. Devemos
reflectir diariamente sobre na nossa própria identidade de sacerdotes que está
radicada no dom de Deus e na nossa resposta.
4. A
dimensão comunitária do presbítero: nasce na comunidade e é para a comunidade.
5. União
e interpelação íntima entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio
ministerial
6. Não
ceder à tentação do clericalismo.
7. Formação
interior e de comunhão
8. Os
meios:
- humanos;
- espirituais
REFLEXÃO
INDIVIDUAL e POR GRUPOS
DIÁLOGO
COMUNITÁRIO
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