quinta-feira, 30 de agosto de 2018

QUINTA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 30 AGOSTO 2018

QUINTA-FEIRA – XXI SEMANA –TEMPO COMUM – ANOS PARES - 30 AGOSTO 2018 Primeira leitura: 1 Coríntios 1, 1-9 Paulo permaneceu afectivamente ligado à comunidade que fundou em Corinto. Já em Éfeso, onde viveu do ano 55 ao ano 57, aproximadamente, teve notícias dessa comunidade que muito o preocuparam. A disciplina tinha-se relaxado por influência dos libertinos. Mas também havia rigoristas que criavam problemas. E, no meio de alguma desorganização, até havia quem, como na Galácia, punha em causa a autenticidade do seu apostolado. Paulo procura intervir por meio de uma visita, que falhou, e de algumas cartas, duas das quais chegaram até nós. Na 1 Cor, Paulo apresenta-se como «apóstolo», isto é, como “enviado” (v. 1), sublinhando que essa identidade deriva de um chamamento de Deus. Paulo manifesta esta auto-consciência em quase todas as suas cartas. Também a expressão «à igreja de Deus que está em Corinto» (v. 2) tem um significado teológico denso. Toda a comunidade local, ainda que fundada por homens, é obra de Deus. Os membros dessas comunidades, em comunhão com a igreja universal, foram santificados por Jesus, e estão em permanente tensão para a santidade plena, que será realizada em diferentes formas de vida. Na acção de graças, transparece o entusiasmo do Apóstolo pela riqueza dos dons de Deus aos coríntios (vv. 4s.). Menciona particularmente a «palavra» e a «ciência», os dons mais estimados e procurados pelos coríntios. Tendo recebido tantos dons, os coríntios não podem considerar-se ainda perfeitos, mas simplesmente a caminho da plena manifestação da glória do Senhor. Evangelho: Mateus 24, 42-51 Em Mateus, a parábola do servo, ou administrador (cf. Lc 12, 41ss.) responsável encontra-se no último grande discurso de Jesus, o “Discurso escatológico” (cc. 24 e25), dominado pelas tribulações de Jerusalém e pelas perseguições à Igreja nascente, pelo anúncio da crise cósmica que precederá o fim e pela consequente necessidade de vigilância. Este discurso não visa assustar, mas encorajar. O mundo e a história caminham, não para o fim, mas para a plena realização. Haverá catástrofes. Mas abrir-se-á uma nova beleza. É neste contexto que Jesus exorta à vigilância, com quatro belas parábolas. Hoje, escutamos a primeira, cujas palavras-chave são: «Vigiai!», «Estai preparados!» A vinda do Senhor é certa. Mas a hora é incerta. A imagem do «ladrão» (v. 43) é muito expressiva e bem conhecida na igreja primitiva. Deve vigiar a casa o dono, mas também os servos, que são seus amigos e estimam a casa. O «servo fiel e prudente» (v. 45) faz as vezes de dono da casa e trata bem os seus companheiros. O «mau servo» (v. 48) aproveita da ausência do dono para desperdiçar os bens e maltratar os companheiros. Naturalmente terão fins diferentes, quando regressar o dono. Os dirigentes da Igreja hão-de ser servos fiéis e prudentes, e não maus servos, como eram os chefes de Israel, no tempo de Jesus. Paulo escreve aos coríntios, garantindo-lhes a fidelidade de Deus: «Ele vos confirmará até ao fim, para que sejais encontrados irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 8). Estas palavras são importantes também para nós, por vezes angustiados com as dificuldades que nos rodeiam e com a nossa própria fraqueza: «conseguirei ser fiel até ao fim?» – interrogamo-nos. O Apóstolo afirma que é o próprio Senhor quem garante e confirma a nossa perseverança na fidelidade a Deus. A parábola evangélica ensina-nos o que significa ser «irrepreensíveis» até ao fim. O Senhor põe diante de nós duas certezas: a nossa vida terá um fim; devemos dar conta da nossa vida. Cada um de nós é como o servo a quem o Senhor confiou determinado serviço, uma responsabilidade de que pedirá contas, quando voltar. Por isso, há que estar vigilantes sobre nós mesmos, para não corrermos o risco de que, à chegada do senhor, nos encontre desprevenidos e expostos a castigo. Na primeira leitura, Paulo ensina-nos que o melhor modo para vivermos a nossa responsabilidade com confiança e obediência, é darmos graças a Deus pelos seus dons, por nada nos ter deixado faltar para vivermos na feliz esperança da sua vinda. O Apóstolo escreve aos coríntios: «Dou incessantemente graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus. 5Pois nele é que fostes enriquecidos com todos os dons, tanto da palavra como do conhecimento… de modo que não vos falta graça alguma, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo» (vv. 4-7). A visão da generosidade de Deus, que enche de alegria o Apóstolo, deve encher-nos de alegria também a nós. A certeza da bondade de Deus, a verificação das suas graças, devem dar-nos entusiasmo em servi-lo, para O glorificarmos com a nossa vida e as nossas obras. Deus é fiel. Se aderirmos a Ele, será Ele mesmo a tornar-nos fiéis, para nos encontrar «irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo» (v. 8). O trabalho é parte integrante da virtude da pobreza cristã. O trabalho é uma participação efectiva na insegurança típica dos pobres, dos assalariados; é reparação por quem se serve do trabalho só para ganhar de modo egoísta, por quem ergue como lei suprema o proveito e se torna escravo do super potente dinheiro, e procura obter cada vez mais ganhos, para dominar, para explorar. Pelo trabalho, além do mais, colaboramos na obra do Criador, damos o nosso pequeno contributo pessoal para a transformação do mundo e para a realização do projecto de Deus na história (cf. GS 34). Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”

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