sábado, 9 de dezembro de 2017

REFLEXÃO PARA O II DOMINGO DO ADVENTO – Ano B


2º Domingo do Advento – Ano B

A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.

Na primeira leitura (Is 40,1-5.9-11) o  profeta garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que abandone os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.

A mensagem de “consolação”  anuncia ao povo amargurado, desiludido e frustrado, que Deus não o abandonou nem esqueceu e que vai actuar no sentido de oferecer-lhe de novo a vida e a liberdade. Esta mensagem é oferecida ao Povo de Deus de todas as épocas e lugares… Hoje, sentimo-nos esmagados e frustrados porque a violência e o terrorismo marcam com sangue e sofrimento a vida de tantos dos nossos irmãos, ou porque os pobres e os fracos são esquecidos e colocados à margem da história, da sociedade com egoísmo, com indiferença e com exclusão

Deus não está alheado da nossa história, que Ele continua a vir ao nosso encontro e a oferecer-Se para nos conduzir com amor e solicitude ao encontro da verdadeira vida e da verdadeira liberdade.

• A mensagem do profeta é particularmente questionadora para esses exilados que já não pensavam em regressar à sua terra nem se esforçavam minimamente por escutar os apelos e os desafios de Deus. A mesma mensagem interpela todos os homens e mulheres que vivem acomodados nos seus espaços seguros e protegidos ou resignados a uma vida banal, vazia, cinzenta, insípida, e convida-os a abrir o coração à novidade de Deus. È preciso correr  riscos, aceitar despojar-se do egoísmo, do comodismo, do materialismo, da escravidão dos bens, dos preconceitos para percorrer, com Deus, esse caminho de regresso à vida nova da liberdade.

• Em concreto, o que é que nos impede de percorrer o caminho que Deus nos propõe ? O Advento é o tempo favorável para limparmos os caminhos da nossa vida, de forma a que Deus possa nascer em nós e, através de nós, libertar o mundo… Quais são os vales que precisam de ser alteados, os montes que precisam de ser abatidos, os caminhos que precisam de ser endireitados para que Deus possa vir ao nosso encontro?

A segunda leitura (2 Pedro 3,8-14), aponta para  segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus.

• A questão fundamental  é a questão de como esperar e preparar esse momento:  é preciso é estar vigilante. “Estar vigilante” significa viver, no dia a dia, de acordo com os ensinamentos de Jesus.

Não são os valores efémeros, os valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos humanos) que devem constituir a prioridade e que devem dominar a existência, mas sim os valores de Deus.

Os crentes somos homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a conquistar, já nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de Deus.

No Evangelho (Mc 1,1-8) João Baptista convida  a acolher o Messias libertador.  Só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.

Preparar a vinda do Messias passa por uma transformação total do homem, por uma nova atitude de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de pensamento, por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical que leve o homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e dos seus interesses.

Neste tempo de Advento, de preparação para a celebração do Natal do Senhor, trata-se de uma proposta com sentido: preparar a vinda de Jesus exige de nós uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa mentalidade…

E nós, constituídos profetas desde o nosso baptismo, sentimo-nos enviados por Deus a interpelar e a questionar o mundo e os nossos irmãos?

Estamos ou não dispostos a dizer “sim” aos apelos de Deus?  Não chega dizer “talvez” ou “sim, mas…”. Deus espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à oferta de salvação que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso comodismo, à nossa preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto-suficiência.
Fonte: resumo e adaptação local de um etxto de: "dehonianos.org/portal/liturgia".

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