NOTA DO BISPO DE GURÚÈ SOBRE OS TRÁGICOS ACONTECIMENTOS OCURRIDOS NO DISTRITO DE GILÉ DESDE O DIA 8 DE OUTUBRO DO CORRENTE ANO.
Agradeço
imensamente a informação recebida sobre os graves e
injustificados actos que, uma vez mais, com a morte de 4 pessoas
inocentes, inumeráveis feridos e desstruição de bens da população e de
estruturas sociais, ensombram a vida dos cidadãos do Distrito de Gilé.
Nesta
minha primeira reacção aos tristes acontecimentos, uno a minha voz à de
todas as pessoas de boa vontade e a todos os meus irmãos na fé para ,
juntos, denunciarmos o uso de qualquer tipo de violência seja qual for o
fim que se queira atingir. O fim não justifica os meios.
E mais ainda, quando está em causa a vida das pessoas, para todos os
crentes, o V Mandamento da Lei de Deus, que encontramos já proclamado no
Antigo Testamento e confrmado no Novo, "Não matarás" (Deut. 5,17). é
mais do que nunca actual e deve orientar as nossas acções e modo de
conduta familiar, social e política. Ainda soa aos nossos ouvidos a voz
do Criador quando, depois do homicídio de Abel, se dirige a Caim para
lhe perguntar pela sorte do seu irmão: "Onde está o teu irmão Abel? Que
fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a
terra" (Génesis 4, 9-11).
Vivemos
momentos terríveis que desfiguram a vida humana criada por Deus. O
homem olha sem piedade o irmão; atira a matar o irmão; odeia o irmão;
assassina o irmão. Esquece o seu irmão, nascido ao mesmo ventre, crescido
na mesma terra, arrastado pela mesma violência, mata o seu irmão
Tenhamos coragem de denunciár tais actos, pois o sangue continua a
correr em abundância, e é sangue cohecido, tem um nome, é sangue humano:
Não esqueçamos é sangue de nosso irmão!
O
trágico fenómeno chamado "chupa-sangue", espargido por vários
Distritos da nossa Diocese, e hoje choramos também no meio das Paróquias
de Muiane, Moneia e Gilé, carece de fundamento real, caracterizado com
boatos, aproveitando de uma falsa interpretação pseudo-cultural com
finalidades múltiplas de roubo e de confussão social no meio da
população com objectivos adversos à convivência, à tolerância e ao bom
entendimebto pacífico da população.
Chamo
ao coração de todos: cristãos, crentes, pessoas de boa vontade, e a
todos os membros das nossas comunidades católicas e de toda a sociedade,
para não se deixarem enganar pelos falsos profetas que hoje aparecem no
nosso meio e que só crian confusão, destruiçaõ de bens, sofrimento e
morte de pessoas. Confiem e colaborem com todos os que detêm o sagrado
dever de vigiar e defender o bem comum.
Peço o favor de transmitir esta minha breve comunicação e divugá-la por todos os meios possíveis.
+ FRANCISCO LERMA MARTÍNEZ, IMC
BISPO DE GURÚÈ
"Para consolar a todos los que lloran" Is 61,2.
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