segunda-feira, 25 de setembro de 2017

70 ANOS DA PRESENÇA EM MOÇAMBIQUE DOS SACERDOTES DO CORAÇÃO DE JESUS



70 ANOS DA PRESENÇA EM MOÇAMBIQUE DOS SACERDOTES DO CORAÇÃO DE JESUS
MALUA 1947 – 2017
DEHONIANOS:  70 ANOS DE PRESENÇA EM MOÇAMBIQUE (Malua, Alto Molócuè 1947 – 2017).
No passado Domingo, 24 de Setembro do corrente ano, os Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos),  celebraram os 70 anos de presença em Moçambique.
Os primeiros quatro missionários dehonianos em Moçambique foram Pe. Pedro Comi, Pe. Agostinho De Ruschi, Pe. Rafael Pizzi e Pe. Luis Pezzotta, que chegaram a Malua (Alto Molócuè, no 27 de Março de 1947,
 A celebração, presidida por D. Francisco Lerma, Bispo de Gurúè e concelebrada por D. Cláudio Dalla Zuanna, Arcebispo,  da Beira, pelo Pe. Renato Comastri, Provincial dos Dehonianos  e por numerosos sacerdotes religiosos e do clero diocesano de Nampula, Quelimane, Beira, Maputo e Gurúè, realizou-se na Igreja Paroquial de N. S. Rainha da Paz, Pista Velha, Alto Molócue, com o seguinte programa:
1.    Palestra sobre a História dos Dehonianos em Moçambique, a cargo dope. Toller.
2.   Discursos e testemunhos celebrativos.
3.   Celebração da Eucaristia.
4.   Convívio e parte recreativa.
REFLEXÃO DE D. FRANCISCO LERMA

Os primeiros quatro missionários: Pedro Comi, Agostinho de Ruschi, Rafael Pizzi e Luís Pezzota.
Os Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) celebrais os 70 anos de presença em Moçambique, Uma etapa de uma longa caminhada de evangelização rumo ao futuro, à plenitude do Reino.
O Projecto de Jesus é muito mais amplo –para Deus “mil anos são como o dia de ontem que já passou”, mas para os homens esta gota de água, este grão de areia por pequeno que ele seja, está carregado de muito trabalho e dedicação, de muito sacrifício e doação, mas também tem páginas gloriosas na Hª da evangelização. De facto, a árvore boa conhecer-se-á pelos seus frutos. E aqui estão os frutos desta vossa etapa de evangelização: esta jovem Igreja local, a Diocese de Gurúè, que nasce adulta, com o seu milhão de católicos aproximadamente;  as  25 paróquias com as suas 2.000 pequenas comunidades cristãs; os mais de  10 animadores dos vários ministérios laicais, o  mais de um centenar de padres,  religiosos e religiosas pertencentes às mais variadas congregações espalhadas por esse Moçambique fora; e a presença de comunidades dehonianas nas Dioceses irmãs de  Quelimane, Nampula, Beira e Maputo.
Deus serviu-se da colaboração de tantas pessoas, homens e mulheres, membros da família do Coração de Jesus: Padres, Irmãos, Mulheres Consagradas e Leigos missionários e voluntários.
Muito foi planeado e muito também foi realizado durante estes 70 anos.
Chegaram a Moçambique onde os sinais da evangelização partiram de longe. Já nos meados do século XVI deram-se os primeiros contactos com o Evangelho.
Mas a evangelização sistemática e continuada demorou em concretizar-se.
A evangelização nestas sete décadas da vossa presença, acompanhou a caminhada deste povo, caminhada repleta de opressão, escravidão, humilhação, sofrimento e morte. Mas também estavam presentes frutos de alegria e de esperança, frutos de crescimento i de idade adulta.
A Igreja também foi crescendo nestes setenta anos. Cresceu e deu um salto epocal, da chamada missionação ao nascimento e consolidação da Igreja local; de uma pastoral pre-conciliar a uma pastoral post-conciliar renovadora; de uma igreja tipo piramidal a uma igreja povo de Deus e ministerial, de pequenas comunidades cristãs, de ministérios livremente oferecidos, uma igreja inserida no coração do povo (I Ass. Nacional de Pastora, Beira 1977, Conclusões, Introdução).
Hoje, esta Igreja que servil desde há 70 anos, ainda é muito jovem, encontra-se numa fase de consolidação, de formação qualificada dos seus animadores, precisa da vossa colaboração, não já como antes quando os missionários eram os protagonistas, mas em pé de igualdade, caminhando juntos, com espírito evangélico de serviço e de interajuda.
Hoje surgem novas realidades, surgem novos desafios pastorais das novas situações sócio- culturais, políticas e económicos. Na era das multinacionais, dos megaprojectos, da economia neoliberal e capitalismo selvagem, de corrupção globalizada.
Na pastoral das nossas comunidades: o fortalecimento dos ministérios, o enquadramento dos movimentos apostólicos, a pastoral juvenil, a família, a formação de um clero qualificado e em número proporcional às necessidades pastorais, a pastoral de conjunto perante aparecimentos de numerosas congregações religiosas, a inculturação profunda e harmoniosa. Ai está o futuro da vossa Congregação nesta Igreja local. Estes desafios devem encontrar em vós discernimento, disponibilidade e doação renovada, inspirando-vos no zelo apostólico dos vossos pioneiros Comi, De Ruschi, Pizzi e Pezzota, por sò citar os primeiros. (Lembremos todos os que jazem no sono da paz em Milevane e outros nas suas terras de origem).
Renovai o vosso serviço generoso da primeira hora, cheio de fé e de disponibilidade evangélica, como quando o Pe. Leon Dehon enviava os seus missionários aos lugares mais difíceis (“As Missões, dizia ele, salvaram a nossa obra”).
Esta hora é também oportunidade de superar os erros que por ventura encontreis no vosso meio com espírito e decisão de conversão e de renovação interior, individual e comunitária no serviço do reino:
“ Caritas Christi urget vos!”.
O que importa é olhar com confiança o futuro, conscientes de que o Espírito é o protagonista da evangelização; é Ele quem guia a Igreja, ontem, hoje e amanhã!

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