sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

REFLEXÕES PARA O II DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "A"

2º Domingo do Tempo Comum Ano "A" A liturgia deste domingo : a vocação; e convida-nos a todos. Deus tem um projecto de vida plena para oferecer; e elege pessoas para serem testemunhas desse projecto na história e no tempo. A primeira leitura (Is 49,3-5-6), apresenta-nos uma personagem misteriosa (“o servo”) a quem Deus elegeu para que fosse um “sinal” e levasse aos povos de toda a terra a Boa Nova do projecto Reflexão esse tema sempre pessoal, que é a vocação. Somos convidados, na sequência, a tomar consciência da vocação a que somos chamados e das suas implicações. Não se trata de uma questão que apenas atinge e empenha algumas pessoas especiais (os padres, as freiras…); mas trata-se de um desafio que Deus faz a cada um dos seus filhos, que a todos implica e que a todos empenha. • A figura do “Servo” convida-nos, em primeiro lugar, a tomar consciência de que na origem da vocação está Deus: é Ele que elege, que chama e que confia a cada um uma missão. Temos consciência de que somos escolhidos por Deus desde o primeiro instante da nossa existência? Temos consciência de que é Deus que alimenta a nossa vocação e o nosso compromisso no mundo? • O homem chamado por Deus é sempre um homem que testemunha e que é um sinal vivo de Deus, dos seus valores e das suas propostas diante dos outros homens. A vocação a que Deus me chama leva-me a ser uma luz de esperança no mundo? Deus se serve, muitas vezes, da nossa fragilidade, caducidade e indignidade para actuar no mundo. Aquilo que fazemos de bom e de bonito não resulta, portanto, das nossas forças ou das nossas qualidades, mas de Deus. A segunda leitura (1 Cor 1,1-3) apresenta-nos Paulo, chamado a recordar aos cristãos que todos eles são “chamados à santidade” , são chamados por Deus a viver realmente comprometidos. • Tenho consciência do apelo que Deus me faz também a mim? Estou disponível e bem disposto para aceitar esse desafio? Realizar a vocação à santidade não implica seguir caminhos impossíveis de ascese, de privação, de sacrifício; mas significa, sobretudo, acolher a proposta libertadora que Deus oferece em Jesus e viver de acordo com os valores do Reino. É dessa forma que concretizo a minha vocação à santidade? Tenho a coragem de viver e de testemunhar, com radicalidade, os valores do Evangelho? O Evangelho (Jo 1,29-34, )apresenta-nos “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro com a missão de libertar-nos do “pecado” que oprime. Importa termos consciência de que Deus tem um projecto de salvação para o mundo e para os homens. A história humana não é, portanto, uma história de fracasso, de caminhada sem sentido para um beco sem saída; mas é uma história onde é preciso ver Deus a conduzir o homem pela mão e a apontar-lhe, em cada curva do caminho, a realidade feliz do novo céu e da nova terra. É verdade que, em certos momentos da história, parecem erguer-se muros intransponíveis que nos impedem de contemplar com esperança os horizontes finais da caminhada humana; mas a consciência da presença salvadora e amorosa de Deus na história deve animar-nos, dar-nos confiança e acender nos nossos olhos e no nosso coração a certeza da vida plena e da vitória final de Deus. • O Pai investiu Jesus de uma missão: eliminar o pecado do mundo. No entanto, o “pecado” continua a enegrecer o nosso horizonte diário, traduzido em guerras, vinganças, terrorismo, exploração, egoísmo, corrupção, injustiça… Jesus falhou? É o nosso testemunho que está a falhar? Deus propõe ao homem o seu projecto de salvação, mas não impõe nada e respeita absolutamente a liberdade das nossas opções. Ora, muitas vezes, os homens pretendem descobrir a felicidade em caminhos onde ela não está. De resto, é preciso termos consciência de que a nossa humanidade implica um quadro de fragilidade e de limitação e que, portanto, o pecado vai fazer sempre parte da nossa experiência histórica. A libertação plena e definitiva do “pecado” acontecerá só nesse novo céu e nova terra que nos espera para além da nossa caminhada terrena. A missão dos seguidores de Jesus consiste em anunciar a vida plena e em lutar contra tudo aquilo que impede a sua concretização na história.

Sem comentários:

Enviar um comentário