sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

SÁBADO DEPOIS DA EPIFANIA - 12 JANEIRO 2019

SÁBADO DEPOIS DA EPIFANIA - 12 JANEIRO 2019 Primeira leitura: 1 João 5, 14-21 Ao terminar a sua carta, João retoma os temas da segurança da fé e a coerência na vida do cristão, acrescentando o da oração confiante. A oração que o crente dirige ao Pai tem por finalidade obter a vida para aqueles cujos pecados «não conduzem à morte» (vv. 16-17). Há pecados que conduzem à morte: os que rompem definitivamente a comunhão com Deus. Mas há pecados que não rompem essa comunhão definitivamente e não levam à morte. João diz que é bom rezar por estes últimos, para que sejam readmitidos à comunhão com Deus. O importante é que esta oração seja feita de acordo com a vontade de Deus, e não segundo os próprios interesses. Ao terminar carta com três afirmações do apóstolo que sublinham a certeza que ele tem acerca do ensinamento que deu aos crentes: quem nasceu de Deus não peca e escapa ao domínio de Satanás (v. 18); o crente pertence a Deus e não ao mundo, porque se trata de duas realidades opostas e inconciliáveis (v. 19); a certeza da vinda de Jesus até nós dá-nos a possibilidade de escaparmos do mal e de entrarmos na comunhão com Deus e com o seu Filho. A carta encerra com o apelo de João a que os cristãos recusem o culto aos ídolos para possuírem a verdade que é Jesus. Evangelho: João 3, 22-30 Enquanto a actividade missionária de Jesus e a do Baptista florescia, surge um episódio que perturba os discípulos de João: uma discussão com alguém que provavelmente tinha recebido o baptismo da mão dos discípulos de Jesus. O tema em discussão é o valor da purificação do baptismo dado pelos rabis e a relação entre os dois ritos. A resposta do Baptista sublinha um princípio geral válido para todo o homem que realiza uma missão: na história da salvação ninguém pode apropriar-se de uma determinada função, se ela não lhe for conferida por Deus (v. 27); além disso, afirma a superioridade de Jesus (v. 28). E, para explicar melhor a relação que tem com Jesus, explica a superioridade da missão própria de Jesus com um exemplo tirado do ambiente judaico: a relação entre o amigo do esposo e o esposo durante a festa nupcial (cf. Is 62, 4-5; Mt 22, 1-14; Lc 14, 16-24). Nesta comparação, João Baptista não tem dificuldade em reconhecer Jesus no papel de Messias-esposo, vindo para celebrar as núpcias messiânicas com a humanidade, e, portanto, aponta a si mesmo como discípulo-amigo do esposo. Ele pôde conhecer o Messias que dá início à sua missão e recolhe os primeiros frutos do seu trabalho. Por isso, se alegra, pois constata a realização definitiva do projecto salvífico de Deus. E compreende que chegou o momento de se retirar: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (v. 30). É admirável verificar como João Baptista manifesta alegria numa circunstância em que nós, geralmente, manifestamos tristeza. Jesus estava a ter mais sucesso do que João. Os discípulos do Baptista andam preocupados e manifestam essa preocupação: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a baptizar, e toda a gente vai ter com Ele.» (v. 26). A carreira de João está a chegar ao fim. E ele reconhece que é essa a sua vocação: «Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à sua frente. O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»(v. 28-30). Estas palavras enchem-nos de admiração, certamente. Mas é preciso irmos mais além. Na relação uns com os outros: quantas invejas! Quantos ciúmes! Na relação, particularmente, com Cristo: somos mensageiros, precursores, servos do Senhor! E nada mais! Não é em nós, ou nos nossos interesses, que aqueles que evangelizamos se devem fixar. É em Cristo. O apóstolo há-de ser transparente como o vidro para que, olhando-o, os fiéis vejam mais além, vejam o Senhor. Quantas vezes, na nossa vida de apóstolos acontecem coisas que noscontrariam. Não bastam aguentar, sofrer! É preciso acolher com alegria! São essas coisas que nos tornam semelhantes a Jesus. As próprias doenças, as humilhações, são chamamentos de Jesus. Há que reconhecê-los como manifestação da sua vontade. Não quer que soframos, certamente! Mas quer que soframos como Ele! Então a nossa alegria será plena! Se todo sofrimento tem uma sua misteriosa fecundidade apostólica, com maior razão a tem a «cruz do apóstolo», os inúmeros sofrimentos que acompanham toda a acção apostólica e que, por vezes, são coroados com a morte, com o martírio. Que centrou a sua vida e a sua acção na união à oblação de Cristo, até à imolação, aceita todos os sofrimentos como graça. A morte é a sua suprema graça, pois nela se realização a oblação total, a imolação. Nessas circunstâncias realiza-se para o apóstolo, como para Cristo, a parábola do “grão de trigo caído na terra: se… não morrer, permanece só; se, pelo contrário, morrer, produz muito fruto” (Jo 12, 24). É mesmo a morte que revela a autenticidade profunda da vida, para além dos sucessos e dos insucessos; revela como vivemos e para quem vivemos: para Cristo e como Cristo, sacerdote e vítima, mais ainda, sacerdote porque vítima. Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia”

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