sexta-feira, 9 de novembro de 2018

SEXTA-FEIRA XXXI SEMANA - - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 9 NOVEMBRO 2018

SEXTA-FEIRA XXXI SEMANA - - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 9 NOVEMBRO 2018 Primeira leitura: Filipenses 3, 17 - 4,1 Paulo apresenta aos filipenses, que querem tornar-se discípulos do Crucificado, dois caminhos possíveis: a dos «inimigos da cruz de Cristo» (3, 18), isto é, aqueles cujo «Deus é o ventre, e põem a glória na sua vergonha» (v. 19) e estão absorvidos pelos seus interesses terrenos. Para estes «o seu fim é a perdição» (v. 19ª). Entrevemos um grupo de cristãos que, apesar da experiência feita, se esqueceram do baptismo recebido e enveredaram por uma experiência de vida contrária ao Evangelho. O outro caminho é o daqueles que se mantiveram fiéis à «regra de vida» que aprenderam de Paulo. O Apóstolo não hesita em apresentar-se como «exemplo» (v. 17), não tanto por causa dos seus dons naturais, mas por causa do dom de graça que recebeu no caminho de Damasco e que revolucionou completamente a sua vida, dando-lhe um novo rumo: novo da novidade de Cristo morto e ressuscitado. Os fiéis de Filipos são convidados a fazer uma opção livre e consciente não só em virtude do seu exemplo, mas, sobretudo, em virtude da esperança na cidade que «está nos céus» e da qual «esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo» (v. 20). É tal o bem que espero (a pátria celeste, a alegria indefectível e a comunhão amorosa) que toda a pena me dá gozo (a batalha dura que cada um é chamado a travar nesta terra). Estamos perante a dinâmica do «já» e do «ainda não». Evangelho: Lucas 16, 1-8 Só tendo presente o contexto de todo o capítulo, que tem o seu centro no v. 14 («Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele»), podemos compreender o pensamento de Jesus nesta parábola. A primeira parábola (vv. 1-8) ensina o modo correcto de usar os bens; a segunda parábola (vv. 19-31) ensina como não devem ser usados. Em ambas, a lição recai sobre o amor ao dinheiro. Na primeira parábola, o louvor do administrador infiel pode causar espanto ou mesmo escândalo; mais adiante Lucas compara Deus a um juiz injusto (Lc 18, 1-8); em Mt 10, 16, os discípulos são convidados a ser espertos como as serpentes. Mas não havemos de nos escandalizar: Jesus não nos dá por modelo um qualquer vigarista ou fulano astuto. Pelo contrário, lembra-nos que somos responsáveis pelos bens que não são exclusivamente nossos, mas que devemos considerar dons de Deus e, portanto, tratar com prudência e com audácia dignas de filhos de Deus. Ao fim e ao cabo, Jesus quer que os filhos da luz, na sua caminhada terrena, sejam mais sagazes do que os filhos deste mundo (v. 8b). A sagacidade de que fala Jesus é directamente funcional ao desejo e à consecução do verdadeiro bem. As parábolas que Jesus nos conta, hoje, pretendem fazer pensar e tomar decisões arrojadas. Se queremos ser discípulos do Senhor, não podemos esquivar-nos a responder, ou tentar fugir ao cumprimento dos nossos deveres. É preciso, em primeiro lugar, aceitar confrontar-se com os filhos deste mundo. Muitas vezes somos convidados a ter coragem, não só diante das propostas divinas, mas também diante daqueles que nada querem com Jesus Cristo e o seu Evangelho. É precisa a audácia de quem sabe ser depositário de uma mensagem superior a qualquer outra e de uma promessa que não será retirada. O capítulo 16 de Lucas, na sua globalidade, sugere-nos outro convite, que torna concreta a nossa coragem evangélica: considerar como nossos primeiros e mais caros amigos os pobres. Se chegarmos a isso, seremos realmente «espertos», à maneira de Jesus. Foi por essa esperteza que o administrador desonesto foi louvado por Jesus. A decisão por Jesus, e pelo amor para com o próximo, é urgente, porque a hora da morte está perto. É preciso esperá-la com serenidade, tal como Paulo. Aliás, não esperamos a morte, mas o Salvador, o Senhor Jesus. Esperamo-lo como Ressuscitado, como vencedor da morte, como aquele que transfigurará o nosso corpo à imagem do seu corpo glorioso. A nossa espera está cheia de confiança, desde que vivamos como cidadãos do céu: «a cidade a que pertencemos está nos céus» (Fl 3, 20). Viver como cidadãos dos céus não quer dizer viver nas nuvens, mas viver na caridade, na esperança, na fé. Viver como cidadãos dos céus significa encontrar o Senhor em cada momento, em cada acto da nossa vida. Então, Ele assume-os e transforma-os. Vivendo assim, aguardamos serenamente a morte, sabendo que Jesus já foi transfigurado pela sua morte de cruz e que esse evento já venceu o último obstáculo, tornando-o ocasião de triunfo para Deus e de salvação para nós. Escreve Paulo aos romanos: «Se Deus é por nós, quem será contra nós? Ele, que não poupou o próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos dar também, com Ele, todas as coisas?... Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?... Em tudo isto, somos nós mais que vencedores por Aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida..., nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor» (Rm 8, 31.32.35.37-39). Fonte. F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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