quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Quinta-feira – XXXIV Semana –Tempo Comum – Anos Pares – 29.11.18

Quinta-feira – XXXIV Semana –Tempo Comum – Anos Pares – 29.11.18 Primeira leitura: Apocalipse 18, 1-2. 21-23; 19, 1-3.9a João fala-nos de outra visão que tem por objectivo iluminar a história do povo de Deus peregrino. A alusão ao céu e ao esplendor que dele vem indicam a origem divina da palavra que vai ser proclamada. Quem a ouvir, e acolher a mensagem, pode caminhar seguro rumo à meta. É proclamado o fim de Babilónia, símbolo das forças que se opõem a Deus. A derrota dessas forças, que tentam levar os crentes à idolatria, é inevitável e certa, ainda que, de momento parecem estar a vencer. A derrota de Babilónia provará que nada nem ninguém é capaz de se opor ao desígnio de Deus. A ausência de alegria nessa cidade, «a melodia das cítaras e dos músicos, das flautas e das trombetas nunca mais se ouvirá dentro de ti» (v. 22), indica a falta de Deus e a surdez dos seus habitantes ao apelo do Senhor à conversão. Pelo contrário, o Aleluia proclamado logo a seguir (19, 1.3) manifesta a vitória de Deus sobre os seus adversários, a vitória do Cordeiro sobre os seus inimigos e a alegria dos redimidos. O «banquete das núpcias» (v. 19, 9), que o Cordeiro oferece a todos os convidados, é o símbolo final da sua retumbante vitória. Evangelho: Lucas 21, 20-28 Esta secção do “Discurso escatológico” apresenta duas partes. Na primeira, é descrita a ruína de Jerusalém (vv. 20-24); na segunda é descrito o fim do mundo (vv. 25-28). Na primeira parte verificamos, mais uma vez, como Lucas gosta de passar da apocalíptica à história: «quando virdes Jerusalém sitiada por exérci¬tos… esses dias serão de punição» (cf. vv. 20-22). A destruição de Jerusalém é um juízo de Deus sobre o comportamento passado dos seus habitantes. Mas é também um aviso em relação ao futuro, e de alcance universal: «até se completar o tempo dos pagãos» (v. 24), isto é, o tempo do testemunho, o tempo dos mártires (cf. Actos dos Apóstolos). S. Lucas gosta de distinguir os tempos: o Antigo Testamento, a plenitude dos tempos caracterizada pela presença de Jesus, e o tempo da Igreja. O «tempo dos pagãos» insere-se nesta última fase da história. Entre a primeira e segunda parte desta página, o evangelista deixa entender que, depois do tempo dos pagãos, será o juízo universal. Os vv. 25-28 caracterizam-se pela vinda do Filho do homem para o juízo universal. O crente nada tem a temer, ainda que a descrição desse momento o induza ao temor de Deus. De facto, o regresso do Senhor caracteriza-se por «grande poder e glória» (v. 27). Mas será nesse regresso que irá trazer aos fiéis o dom da libertação definitiva, o dom da redenção. S. Lucas é o teólogo da história da salvação, em que distingue três grandes etapas: a Antiga Aliança, a Nova Aliança e a Parusia. A Antiga Aliança foi profecia e figura da Nova Aliança, realizada em Jesus Cristo morto e ressuscitado, que a Igreja continua a pregar e a tornar presente, até à sua última vinda. Para S. Lucas faz sentido empenhar-se na obra da evangelização, que parte da história de Jesus, mas que engloba a história das suas testemunhas da primeira comunidade cristã e das comunidades cristãs de todos os tempos. Quando Jerusalém for destruída, Jesus diz-nos: «cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima» (v. 28). Babilónia e Jerusalém simbolizam o pecado, as forças que se opõem a Deus. É o mundo que deve ser destruído. Por outro lado, a Sagrada Escritura também fala do mundo como objecto do amor de Deus, que manda o Filho para o salvar. Temos, então, que esclarecer o significado do termo mundo: «mundo» são a violência, a desonestidade, o abuso do sexo, as estruturas de pecado. É contra esse mundo que havemos de lutar. É esse mundo que tem de ser destruído. Mas, «mundo» é também o universo e a humanidade que Deus ama e que o cristão também deve amar, na solidariedade com que luta contra o pecado, para que seja salvo. A relação Igreja-mundo é, pois, muito complexa: é uma relação semelhante à de Jesus, cheio de amor e solidariedade para com todos, mas inflexível contra o pecado. É ao mundo dos homens que a Igreja deve anunciar Jesus Cristo, para que nele encontrem a libertação e a redenção por que anseiam, e que é uma nova criação. Jesus veio, efectivamente, libertar o homem do pecado e dar-lhe a possibilidade de recuperar a primitiva imagem de Deus que lhe foi imprimida ao ser criado. No fim dos tempos, Cristo há-de voltar para criar os «novos céus e a nova terra» mas, sobretudo, para aperfeiçoar no homem a original imagem de Deus. Fonte: F. Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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