quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

2018: 25 ANOS DA CRIAÇÃO DA NOSSA DIOCESE



Caríssimos diocesanos

2018:  25 ANOS  DA CRIAÇÃO DA NOSSA DIOCESE

Caríssimos Diocesanos: É com imensa alegria que hoje vos escrevo para comunicar-vos esta grande notícia: durante o ano que agora começa – 2018- celebramos os 25 anos de vida da nossa família diocesana. De facto, aos 6 de Dezembro de 1993, o Papa São Paulo II assinou o documento com o qual criava a Diocese de Gurúè. E no ano seguinte, nomeou o seu 1º Bispo diocesano, D. Manuel Chuanguira Machado, hoje Bispo emérito.

Essa data foi precedida por um longo período  que abarca muitos anos na história da evangelização não só do território que hoje compões da Diocese de Gurúè, mas de todo o Pais e até de todo o mundo.

Esta grande percurso histórico começa em Jerusalém, há mais de dois anos, quando Jesus Cristo enviou os Apóstolos a anunciar a Boa Nova a todos os Povos: “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós”. “Ide pelo mundo inteiro e anuncia a Boa Nova a toda a humanidade” (Jo 20,21; Mc 16,15).
Desde então até ao dia de hoje o mandato de Jesus foi-se concretizando pouco a pouco através das vicissitudes históricas da multidão dos países do mundo. A Moçambique  chegaram os primeiros missionários no século XVI. Primeiro foram contactos esporádicos nos terras do litoral dos missionários que se dirigiam à Índia e escalavam a Ilha de Moçambique. De facto, o grande missionário de todos os tempos S. Francisco Xavier, aí esteve alguns meses.
 Mas tarde os missionários chegaram até às terras do interior. Foi a época do Sevo de Deus D. Gonçalo de Silveira e companheiros no Reino de Monomotapa.  Mas só a partir de 1940 é que começou a evangelização sistemática de todo o Pais, com a criação das Dioceses de Lourenço Marque (hoje Maputo), Beira e Nampula. Dessas Dioceses nasceram progressivamente as restantes dioceses que formam hoje a Conferência Episcopal de Moçambique, sendo a de Gurúè a última na sucessão histórica.
Muito temos que agradecer olhando para o passado: Os nossos antepassados na Fé. Milhares de pessoas, Padres, Religiosas e Religiosos, Catequista e demais leigos comprometidos com a causa do Evangelho que deram o melhor de si, trabalhando, física e espiritualmente. Anunciaram o Evangelho com o testemunho da própria vida, com  a transmissão da Palavra de Deus e a celebração dos Sacramentos, com a visita às aldeias onde habitava o povo, com a assistência sanitária, com a educação das crianças e jovens, com obras sociais e com a agricultura.

Também  construíram igrejas, grandes complexos escolares e residências, hospitais e obras sociais; estudaram a línguas locais e traduziram a Bíblia, livros de catequese e de liturgia; e elaboraram subsídios para a formação dos agentes da Pastoral.

Ao mesmo tempo cuidaram pela pastoral vocacional com os frutos que hoje conhecemos de centenas de Padres, Religiosos e Religiosas originários destas terras que evangelizaram. E abriram escolas de catequistas para a formação dos leigos encarregados dos vários ministérios nas comunidades.

Este é o grande legado que recebemos dos nossos antepassados na evangelização das terras que hoje formam a nossa Igreja local, a Diocese de Gurúè. Toca a nós, ao olharmos para eles, inspirar-nos no seu testemunho, não para repetir o que eles fizeram, mas para continuar a obra iniciada, consolidá-la e torna-la viva e eficaz para os homens do nosso tempo.

Quatro Palavras com o seu conteúdo evangélico e humano  nos devem acompanhar neste ano de 2018 como sinais característicos deste Jubileu Diocesano:

1º.- LOUVOR à Santíssima Trindade, pois é no Deus Pai, Filho e Espírito Santo que tem origem toda a obra da nossa salvação. A evangelização não é fruto de um projecto dos homens embora seja feita por homens. Ela tem origem em Deus e Ele é o seu protagonista. Os homens antes e gora hoje, somos apenas os enviados, isto é, seus colaboradores.

2º AGRADECIMENTO a Deus e aos nossos antepassados na fé, homens e mulheres que formam “uma grande multidão de obreiros do Evangelho” por tudo o que eles fizeram apesar das limitações de toda espécie que encontraram e que eles próprios tiveram. Deus serviu-se deles tal como eles eram e sabiam fazer na construção desta grande obra da evangelização dos nossos Povos da Zambézia.

3º CONVERSÃO dos que hoje recebemos tão precioso legado. Levamos em mãos frágeis um tesouro inestimável. Somos também nós, apóstolos deste tempo, homens e mulheres frágeis inclinados ao mal, necessitados constantemente da graça e da misericórdia de Deus para uma obra de tal envergadura.

4ºEVANGELIZAÇÃO  renovada e actualizada para o tempo e para os homens de hoje. Não podemos repetir o que os outros fizeram. A Igreja hoje exige de nós uma NOVA EVANGELIZAÇÃO, no testemunho, na oração, no sacrifício, na dedicação, nos métodos, na linguagem, na inculturação da fé e na resposta aos desafios da hora presente. Com este objectivo, a nossa Diocese deve estar em “estado permanente de missão” e, como repete o Papa Francisco, uma “Igreja em saída”, isto é, não ficarmos encerrados e fechados nas questões da vida interna das nossas comunidades e sair  ao encontro das pessoas, dos mais necessitados, dos marginalizados, dos que nunca ouviram a Boa Nova de Jesus.

FELIZ  2018, ANO JUBILAR DIOCESANO!
Vosso Bispo
+ Francisco

Sem comentários:

Enviar um comentário