segunda-feira, 20 de novembro de 2017

ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE FR. SÉRGIO JOSÉ CÉSAR

No passado Domingo, 19 de Novembro do corrente ano, na Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes de Mulevala, Distrito de Mulevala, D. Francisco Lerma Martínez, Bispo de Gurúè, ordenou presbítero o diácono FREI SÉRGIO JOSÉ CÉSAR, dos Frades Menores Capuchinhos.

O neo-sacerdote nasceu em Ile-Sede, aos 28 de Julho de 1980.
Houve uma garnde representação da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da Custódia Geral de MOçambique, a que pertencem Fr. Ségio, da vizinha Diocese de Quelimane, onde actualmente exerceo ministério pastoral e de colegas e amigos da Diocese de Nampula.

HOMILIA DE DOM FRANCISCO 


33º Domingo do Tempo Comum – Ano A. ORDENAÇÃO SACERDOTAL. DIA MUNDIAL DOS POBRES
Vários acontecimentos eclesiais envolvem a nossa a nossa celebração hoje. A nível local, a nível da Igreja em Moçambique e a nível da Igreja universal e a nível do Ano Litúrgico.
I.- A NIVEL DO ANO LITÚRGICO
Estamos já nas duas últimas semanas do Ano Litúrgico, no Domingo Trigésimo Terceiro do Tempo Comum Ano A, a ele se serem as Leituras que serão proclamadas:
A liturgia deste  Domingo recorda a cada cristão a grave responsabilidade de ser, no tempo histórico em que vivemos, testemunha consciente, activa e comprometida desse projecto de salvação/libertação que Deus Pai tem para todas as pessoas.


A primeira leitura (Prov 31,10-13.19-20.30-31), apresenta, na figura da mulher virtuosa, alguns dos valores que asseguram a felicidade, o êxito, a realização. O “sábio” autor do texto propõe, sobretudo, os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade, do “temor de Deus”. Não são só valores da mulher virtuosa: são valores de que deve revestir-se o discípulo que quer viver na fidelidade aos projectos de Deus e corresponder à missão que Deus lhe confiou.
Na segunda leitura, (1 Tes 5,1-69),  Paulo deixa claro que o importante não é saber quando virá o Senhor pela segunda vez; mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, testemunhando os seus projectos, empenhando-se activamente na construção do Reino.
O Evangelho (Mt 25,14-30),  apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os “bens” que Deus lhe confia; e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os “bens” que Deus lhe entrega (dessa forma, ele está a desperdiçar os dons de Deus e a privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito).

II.- A NÍVEL DA IGREJA EM MOÇAMBIQUE.
Na  Segunda Feira passada, os Bispos de Moçambique, concluímos  a 2ª SESSÃO PLENÁRIA DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL, e enviamos um COMUNICADO  Às COMUNIDADES CRISTÃS E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE,
<Preocupa-nos a situação sócio – política e económica do nosso País no momento presente.
Entre as várias feridas que fazem sofrer o nosso povo verificamos a prevalência da corrupção e a violência generalizada; o aumento da pobreza em contraste com a acumulação da riqueza nas mãos de poucos; a falta de esclarecimento das dívidas ocultas e a devida responsabilização dos autores; o abuso nos recursos da natureza pela desflorestação, mineração e conflitos de terra; o desemprego que aumenta a instabilidade e desesperança na juventude; a fragilidade da paz, sinal de falta duma verdadeira reconciliação baseada na justiça, respeito dos direitos humanos e na participação de todos os moçambicanos; e o excessivo números de mortes por causa dos acidentes de viação.
- Constatámos a necessidade de potenciar a Catequese, a formação ética, moral e espiritual, o trabalho pela reconciliação, a promoção da formação em doutrina social da Igreja e o testemunho de uma vida cristã coerente.
Reflectindo sobre a problemática juvenil, damos graças a Deus pelo aumento significativo do número de seminaristas. Entretanto, ficamos preocupados por constatarmos uma desorientação generalizada da juventude, talvez como consequência da degradação da vida familiar, que também conhece momentos muito difíceis.
III.- A NÍVEL DA IGREJA UNIVERSAL:  O DIA MUNDIAL DOS PIBRES com o lema: “”Não amemos com palavras, mas com obras” (1 Jo 3,18).
O Papa Francisco, no termo do Jubileu da Misericórdia, estabeleceu para o Domingo Trigéssimo Terceiro do Tempo Comum, o DIA MUNDIAL DOS POBRES, com o objectivo de que as comunidades cristãs – cada cristão- se tornem cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo. E Convida a Igreja inteira  e os homes e mulheres de boa vontade, a fixar o olhar em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade.
IV. E ANÌVEL LOCAL DESTA NOSSA CELEBRAÇÃO, A ORDENAÇAÕ PREBITERAL DE FREI SÉRGIO JOSÉ CÉSAR, membro da ORDEM DOS IRMÃOS NENORES CAPUCHINHOS DA CUSTÓDIA GERAL DE MOÇAMBIQUE, já diácono. Ele  é chamado agora para ser ordenado PRESBÍTERO da Igreja.
Reflictamos  sobre o significado desta celebração.
O Senhor Jesus é o único Sumo Sacerdote do Novo Testamento.
Todo o povo santo de Deus foi constituído povo sacerdotal.
 De igual modo, entre todos os seus discípulos, o Senhor Jesus quer escolher alguns deles em particular, para que exercendo publicamente na Igreja em seu nome o ofício sacerdotal a favor de todos os homens, continuem a sua missão pessoal de mestre, sacerdote e pastor. Foram eleitos pelo Senhor Jesus não para fazer carreira, mas para prestar este serviço.
De facto, do mesmo modo como Ele foi enviado para isto pelo Pai, assim Ele enviou por sua vez ao mundo primeiro os Apóstolos e depois os Bispos e os seus sucessores, aos quais por fim foram dados como colaboradores os presbíteros, os quais, a eles unidos no ministério sacerdotal, estão chamados ao serviço do Povo de Deus: para anunciar o Evangelho, apascentar o povo de Deus e celebrar os mistérios da nossa fé
Quanto a ti, diácono FREI SÉRGIO, que estás para ser promovido à ordem do presbiterado, considera que exercendo o ministério da Palavra serás partícipe da missão de Cristo, único Mestre:
 Dispensa a todos aquela Palavra de Deus, que tu mesmo recebeste com alegria. Lê e medita assiduamente a Palavra do Senhor, procura crer o que lês, ensinar o que crês e viver o que ensinas”.
a)     Em consequência, o teu ensinamento – alimento para o Povo de Deus- seja simples, como falava o Senhor, que chegava ao coração: “Não faças homilias demasiado intelectuais e difíceis de entender: fala de maneira simples, fala aos corações” (Papa Francisco). Então a tua pregação e o exemplo da vida serão verdadeiro alimento,  motivo de alegria e de amparo aos fiéis, porque a palavra sem o exemplo da vida para nada serve. A vida dupla é uma péssima doença, na Igreja (Papa Francisco).

b)    Continuarás a obra santificante de Cristo, porque unido ao sacrifício de Cristo, pelas tuas mãos, em nome de toda a Igreja, é oferecido sobre o altar. Por conseguinte, reconhece o que fazes, imita o que celebras. Esforça-te por fazer morrer em ti todo o mal. “Um presbítero que talvez tenha estudado muita teologia e obtido um, dois, três diplomas mas não aprendeu a carregar a Cruz de Cristo, não serve. Será um bom académico, um bom professor, mas não um sacerdote” (Papa Francisco).

c)     Com o Baptismo agregarás novos fiéis ao Povo de Deus. Com o Sacramento da Penitência perdoarás os pecados em nome de Cristo e da Igreja. Com palavras do Papa Francisco “Peço-te em nome de Cristo e da Igreja que sejas misericordioso sempre; que não carregues sobre os ombros dos fiéis pesos que não podem suportar, e nem sequer tu mesmo. Por isto Jesus reprovou os doutores da lei, chamando-os hipócritas (Papa Francisco).
Com o óleo santo darás alívio aos enfermos. Uma das tarefas do sacerdote é visitar os doentes. Pratica-la. “Sim, é bom, disse o Papa Francisco, que vão os fiéis leigos, os diáconos, - os catequistas, os animadores- mas não descuides de tocar a carne de Cristo sofredor nos doentes: isto santifica-te, aproxima-te de Cristo (Papa Francisco).
d)     Celebrando os ritos sagrados e rezando a Liturgia das Horas, oração da Igreja,  a oração de louvor e de súplica em nome de todo o povo, mesmo quando rezares sozinho, lembra-te de que foste assumido de entre os homens nas coisas que são de Deus, e serás  voz do Povo de Deus e da humanidade inteira.
Realiza com alegria e caridade sincera o ministério sacerdotal. E fá-lo jubiloso, nunca triste: “ Com a alegria do serviço de Cristo, até no meio dos sofrimentos, das incompreensões, dos próprios pecados” (Papa Francisco).
e)     Tem sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido mas para servir.
E terminando  também com palavras do Papa Francisco: “Não sejas «senhor», não sejas «clérigo, funcionário da Igreja, mas pastor, pastor do Povo de Deus” (cfr. Papa Francisco).

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