sexta-feira, 22 de setembro de 2017

PALAVRA HOJE. PALAVRA VIVA. SUBSÍDIO LITÚRGICO PARA O SÁBADO DA XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM



Sábado – XXIV Semana – Tempo Comum – Anos Ímpares 

Primeira leitura: 1 Timóteo 6 13-16

Paulo insiste em recomendar a Timóteo a fidelidade ao «mandato» do Senhor. Que mandato? À profissão de fé feita por Cristo diante de Pôncio Pilatos. Esta fidelidade deve perdurar até à manifestação escatológica de Cristo, que aliás já se verifica na obra redentora que realizada no mundo actual. Ao recordar-se disso, o Apóstolo não resiste e irrompe num hino de louvor (vv. 15s.).

Evangelho: Lucas 8, 4-15

Lucas transmite-nos abundantes ensinamentos de Jesus em parábolas. Aqui, apresenta-nos a primeira e, para ele, a mais importante: a parábola do bom semeador. Com maior rigor, diríamos: a “parábola da semente”. De facto, a atenção do narrador parece concentrar-se, não tanto nos gestos do semeador, mas no destino das sementes lançadas. O começo da parábola leva-nos também nessa linha: «A semente é a palavra de Deus» (v. 11).
Porque terá Jesus querido marcar o começo do seu ministério público com esta parábola? Já se teria dado conta da dificuldade dos seus contemporâneos em escutar a sua pregação? Parece que sim… Mas a parábola talvez tenha um alcance mais vasto: nos diferentes destinos da semente lançada, podemos entrever, não só os diferentes modos de reacção dos seus ouvintes à sua Palavra, mas também as diferentes atitudes com que, ao longo da história da salvação, a humanidade reagiu e reage à presença das testemunhas de Deus e à sua pregação. Lida assim, a parábola da semente prolonga a sua mensagem ao longo de todos os séculos, antes e depois de Cristo, e chega até nós.

Hoje vivemos no meio de um furacão de palavras: publicidade, propaganda, discursos políticos… As nossas mentes são como pedras polidas, que não deixam penetrar a água. E todavia a palavra humana é uma coisa maravilhosa, que leva a vida. A mãe, depois de ter dado a vida física ao filho, dá-lhe outra vida por meio da palavra. É a mãe que, pela sua palavra, desperta a inteligência da criança, faz nascer nela, pouco a pouco, os pensamentos e os afectos. É uma verdadeira maravilha. Mas raramente pensamos nela, tão habituados estamos a escutar palavras humanas que nada dizem, que nada dão.

Quanto à Palavra de Deus, ela é incomensuravelmente mais rica, porque nos traz a vida divina. Por isso, havemos de estimá-la, de ter fome dela. Ela é fonte de vida, e garantia de vida para nós: «recebei com mansidão a Palavra em vós semeada, a qual pode salvar as vossas almas», escreve Tiago (1, 21). Salvar as almas é o mesmo que salvar a vida.

A palavra de Jesus purificou os Apóstolos e fê-los seus amigos: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15). Jesus ouviu a palavra do Pai e transmitiu-a a nós. Esta palavra deu uma vida nova, uma vida na amizade de Deus, no seu amor.

Não basta, porém, acolher com alegria a Palavra. É preciso permitir-lhe dar fruto em nós pela paciência, pela perseverança. Não basta escutá-la. É preciso guardá-la, não permitir que o inimigo a sufoque em nós. É preciso meditá-la para que nos transforme e renove a nossa vida. A Virgem Maria guardava e meditava a Palavra no seu coração: «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra; e o Verbo (a Palavra) fez-se carne». O acolhimento perfeito de Maria, em certo sentido, permitiu à Palavra incarnar para salvação do mundo.
 Fonte: resumo e adaptação de um texto de "dehonianos.org/portal/liturgia


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