sábado, 3 de dezembro de 2016

REFLEXÃO PARA O II DOMINGO DO ADVENTO ANO A

ANO A 2.º DOMINGO DO ADVENTO A liturgia deste domingo convida-nos a despir esses valores efémeros e egoístas a que, às vezes, damos uma importância excessiva e a realizar uma revolução da nossa mentalidade, de forma a que os valores fundamentais que marcam a nossa vida sejam os valores do “Reino”. Na primeira leitura, (Is 11,1-10 ), o profeta Isaías apresenta um enviado de Jahwéh, da descendência de David, sobre quem repousa a plenitude do Espírito de Deus; a sua missão será construir um reino de justiça e de paz sem fim, de onde estarão definitivamente banidas as divisões, as desarmonias, os conflitos. ¨ Para nós, cristãos, Jesus Cristo é o “Messias” que veio tornar realidade o sonho do profeta. Ele iniciou esse “reino” novo de justiça, de harmonia, de paz sem fim… Cheio do Espírito de Deus, Ele passou pelo mundo convidando os homens a tornarem-se “filhos de Deus” e a viverem no amor, na partilha, no dom da vida… Nós, seguidores de Jesus, temos dado um contributo efetivo para que o “Reino” se torne realidade no mundo? ¨ A Igreja deve ser o sinal vivo desse “reino” novo de justiça e de paz… É isso que acontece? Ela tem anunciado – com palavras e com gestos – o projeto de Jesus? As nossas comunidades cristãs e religiosas dão testemunho de harmonia, de entendimento, de amor sem limites? ¨ Que a realidade do “Reino” se concretize ou não, depende também daquilo que faço ou não faço. Em termos pessoais: o que é que, nas minhas atitudes, nos meus comportamentos, é contratestemunho e impede o nascimento do “Reino” da felicidade e da paz? A segunda leitura (Rom 15, 4-9), dirige-se àqueles que receberam de Jesus a proposta do “Reino”: sendo o rosto visível de Cristo no meio dos homens, eles devem dar testemunho de união, de amor, de partilha, de harmonia entre si, acolhendo e ajudando os irmãos mais débeis, a exemplo de Jesus. ¨ A comunidade cristã, como rosto visível de Cristo no mundo, tem de ser o lugar do amor, da partilha fraterna, da harmonia, do acolhimento. No entanto, com bastante frequência encontramos comunidades onde os irmãos estão divididos: criticam os outros de forma avulsa, tomam atitudes agressivas que afastam os mais débeis, discriminam aqueles que não entram na sua “panelinha”, estão aferrados ao poder e fazem tudo para dominar os outros e para afirmar a sua superioridade… Isto acontece na minha comunidade? Eu tenho algumas responsabilidades nessa situação? O que posso fazer para mudar as coisas? ¨ Convém não esquecer que a conversão à harmonia, à partilha com os mais pobres, ao amor fraterno, ao dom da vida é algo exigente, que não pode ser feito contando apenas com a boa vontade do homem; mas é algo que só pode ser feito com a força e com a ajuda de Deus… Lembro-me de pedir a Deus a sua ajuda para vencer o meu egoísmo e a minha autossuficiência e para amar verdadeiramente os meus irmãos? Estou disposto a ir ao seu encontro e a deixar que Ele converta o meu coração e a minha vida? No Evangelho, (Mt 3, 1-12), João Baptista anuncia que a concretização desse “Reino” está muito próxima… Mas, para que o “Reino” se torne realidade viva no mundo, João convida os seus contemporâneos a mudar a mentalidade, os valores, as atitudes, a fim de que nas suas vidas haja lugar para essa proposta que está para chegar… “Aquele que vem” (Jesus) vai propor aos homens um batismo “no Espírito Santo e no fogo” que os tornará “filhos de Deus” e capazes de viver na dinâmica do “Reino”. ¨ A questão dominante que o Evangelho de hoje nos apresenta é a da conversão. Não é possível acolher “aquele que vem” se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de preocupação com os bens materiais… É preciso, portanto, uma mudança da nossa mentalidade, dos nossos valores, dos nossos comportamentos, das nossas atitudes, das nossas palavras; é preciso um despojamento de tudo o que rouba espaço ao “Senhor que vem”. Estou disposto a esta mudança, para que no meu coração haja lugar para Jesus? O que é que, prioritariamente, deve mudar na minha vida? ¨ A figura de João Baptista obriga-nos a questionar as nossas prioridades e valores fundamentais.”. Ora, o “Reino” é despojamento, simplicidade, amor total, partilha, dom da vida… São esses valores que ele procura anunciar, com palavras e com atitudes. E quanto a mim, quais são os valores que me fazem “correr”? Quais são as minhas prioridades? Os meus valores são os valores do “Reino” ou são esses valores efémeros e fúteis a que a civilização ocidental dá tanta importância, mas que não trazem nada de duradouro e de verdadeiro à vida dos homens? ¨ O texto evangélico deixa claro que não chega ser “filho de Abraão” para ter acesso à salvação que Jesus veio oferecer, mas é preciso viver uma vida de fidelidade a Deus. a viver em comunhão com Deus, no amor e na partilha com os irmãos que caminham ao nosso lado. É esse o caminho que eu procuro, dia a dia, percorrer? (Adaptação do Portal Litúrgico dos Dehonianos: www.dehonianos.org)

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