05º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 7 ABRIL 2019
A
liturgia de hoje fala-nos de um Deus que ama e cujo amor nos desafia a
ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à ressurreição.
A primeira leitura -Is 43,16-21- apresenta-nos o Deus
libertador, que acompanha com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a
liberdade. Esse “caminho” é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos
convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde
corre a vida nova.
O
nosso Deus é o Deus libertador, que não Se conforma com qualquer escravidão que
roube a vida e a dignidade do homem e que está, permanentemente, a pedir-nos
que lutemos contra todas as formas de sujeição. Quais são as grandes formas de
escravidão que impedem, hoje, a liberdade e a vida?
A
vida cristã é uma caminhada permanente, rumo à Páscoa, rumo à ressurreição.
Neste tempo de Quaresma, somos convidados a deixar definitivamente para trás o
passado e a aderir à vida nova que Deus nos propõe.
A segunda leitura - Filip 3,8-14 - é
um desafio a libertar-nos do “lixo” que impede a descoberta do fundamental: a
comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa
ressurreição.
Neste
tempo favorável à conversão, é importante revermos aquilo que dá sentido à
nossa vida. É possível que detectemos no centro dos nossos interesses algum
desse “lixo” de que Paulo fala (interesses materiais e egoístas, preocupações
com honras ou com títulos humanos, apostas incondicionais em pessoas ou
ideologias…); mas Paulo convida a dar prioridade ao que é importante – a uma
vida de comunhão com Cristo, que nos leve a uma identificação com o seu amor, o
seu serviço, a sua entrega. Qual é o “lixo” que me impede de nascer, com
Cristo, para a vida nova?
O Evangelho –
Jo 8,1-11 - diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o castigo e a
intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o amor e a
misericórdia geram activamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta lógica
– a lógica de Deus – que somos convidados a assumir na nossa relação com os
irmãos.
O
nosso Deus Ele não quer a morte daquele que errou, mas a libertação plena do
homem. Nesta lógica, só a misericórdia e o amor se encaixam: só eles são
capazes de mostrar o sem sentido da escravidão e de soprar a esperança, a ânsia
de superação, o desejo de uma vida nova. A força de não está no castigo, mas
está no amor.
Neste
caminho quaresmal, há duas coisas a considerar: Deus desafia-nos à superação de
todas as realidades que nos escravizam e sublinha esse desafio com o seu amor e
a sua misericórdia; e convida-nos a despir as roupagens da hipocrisia e da
intolerância, para vestir as do amor.
Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”
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