SEGUNDA FEIRA- 4ª SEMANA DA QUARESMA - 1 ABRIL 2019
Primeira leitura: Isaías 65, 17-21
Regressado
do exílio, o povo continua a resistir à voz do Senhor, a descuidar-se na
invocação do seu nome (vv. 1-7) e a cair na idolatria, provocando a sua justa
ira. O profeta intervém e lembra que será diferente a sorte dos que praticam a
justiça, reconhecendo a Deus o lugar que Lhe pertence e prestando-Lhe o devido
culto, e a dos rebeldes (vv. 8-16a).
O
texto que hoje escutamos abre perspectivas de um futuro feliz, revelando a
grandeza do projecto de Deus, que não envolve apenas cada um, mas atinge todo o
universo. Os sofrimentos passados vão ser esquecidos, porque Deus vai realizar
uma nova criação.
Nos
versículos que escutamos, parece misturar-se o cântico do coração de Deus e o
da humanidade: ao júbilo divino pela sua cidade santa, pelo seu povo renovado,
corresponde a alegria do mesmo povo perante a maravilhosa re-criação operada
por Deus.
Na
nova Jerusalém cessará toda a tristeza, a elevada mortalidade infantil. Será
grande a longevidade. A liberdade e a estabilidade política garantirão a
prosperidade e a paz. Esta promessa realízar-se-á definitivamente em Jesus
Cristo que, pela sua obra salvífica, transformará o mundo.
Evangelho: João 4, 43-54
S.
João, ao narrar a cura, à distância, do filho do funcionário real, quer
apresentar-nos Jesus como Palavra de vida. O Senhor regressava à Galileia. A
fama do que fizera em Jerusalém, durante a festa, tinha-O precedido. Desta vez,
os galileus receberam-no bem.
Mas
Jesus decide ir a Caná, onde fizera o seu primeiro milagre. Surge, então, o
funcionário real que Lhe pede para descer a Cafarnaúm para curar o seu filho
doente. O verbo «descer», em que João insiste, justifica-se pela posição
geográfica de Cafarnaúm, mas também pela intenção do evangelista em nos
apresentar Aquele que, «por nós homens e pela nossa salvação, desceu do céu».
Jesus
reprova a fé imperfeita do funcionário de Herodes. Mas ele não desiste. Jesus
cura-lhe o filho, símbolo da humanidade doente e moribunda. Oferece-lhe uma
palavra de vida. Mas exige a fé.
O
sinal extraordinário, o prodígio de Jesus é a Palavra. Quem acredita nela e lhe
obedece, experimenta milagres. O funcionário acolheu a palavra: «Vai, que o teu
filho está sstvo (v. 50).
Acreditou,
obedeceu, partiu para sua casa. E vieram-lhe ao encontro os servos que lhe dizem:
«O teu filho está sstvo. (v. 53). A fé, que caminhou na obscuridade (v. 52ss.)
cresceu: «Acreditou ele e todos os da sua casa» (v. 53).
A
Palavra de Jesus é o sinal extraordinário e o prodígio que nos oferece. Quem
acolhe a Palavra e acredita nela, vê rasgaram-se horizontes inesperados,
experimenta milagres.
Permanecer
na Palavra, guardando-a no coração, e cumprindo-a, mesmo que seja preciso
caminhar na escuridão, apenas iluminado por ela, significa participar na obra
divina da nova criação, santificação e transfiguração do universo.
Jesus
pediu ao funcionário real a fé na sua palavra: «Vai, que o teu filho está
curado». O homem acreditou e o seu filho ficou curado. Acreditou na palavra de
Jesus. Acreditou em Jesus, porque Jesus é a Palavra de Deus feita carne.
Acreditou e partiu, obediente e confiante. E alcançou a vida para o seu filho.
Acreditar
e obedecer, acolher a palavra e pô-la em prática é uma questão de vida ou de
morte. O homem aflito teve a força de crer na palavra de Jesus, que nada fez de
especial, apenas falou. Não insistiu para que Jesus mudasse os seus planos e
fizesse o que lhe pedia. Acreditou e partiu confiando na verdade da palavra de
Jesus.
Quantas
vezes, também nós, nos vemos na situação de ter que acreditar na Palavra, sem
vermos ou antes de vermos qualquer sinal. Rezamos, somos iluminados, mas tudo
parece permanecer imutável.
É o
momento de progredirmos na fé, que não é simples verificação, mas acreditar na
palavra e n ' Aquele que a pronuncia. Se soubermos caminhar na fé, mesmo na
noite escura do sofrimento e da provação, a Palavra será como uma lâmpada para
os nossos passos.
E,
quando o Senhor quiser, encontraremos a confirmação luminosa do seu poder que
faz maravilhas. Então, a nossa fé tornar-se-á exultação e júbilo. Será aquela
fé firme e segura, que transforma a alma e a faz caminhar em novidade de vida,
em plenitude cristã.
A
confiança do funcionário real na palavra de Jesus, o seu abandono à palavra de
Jesus, o seu caminhar na fé por um caminho obscuro, tornou eficaz a sua
intercessão pelo filho que estava doente em Cafarnaúm. O jovem foi curado, foi
salvo.
Então,
a nossa vida será reparadora na oferta, na paciência, no abandono, quer dizer,
na disponibilidade da "vítima" para a imolação, em comunhão com a
paixão e a morte redentora do Senhor ... , e, confiados na Palavra,
entregaremos voluntariamente a nossa vida em favor dos irmãos, olhando para Cristo
trespassado, que nos precedeu neste amor redentor (cf. 1 Jo 3, 16).
Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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