4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 31 MARÇO 2019
A
liturgia de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em
conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele.
A primeira leitura, – Jos 5,9a.10-12 - convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra
da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom
do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.
O
que é preciso é aquilo a que os profetas chamaram a “circuncisão do coração”
(Dt 10,16; Jr 4,4; cf. Jr 9,25): trata-se da adesão plena da pessoa a Deus e às
suas propostas; trata-se de uma verdadeira transformação interior que se chama
“conversão”.
O
que é que é preciso na minha vida ou na vida da minha comunidade cristã (ou
religiosa) para que se dê início a essa nova etapa? O que é que ainda nos
impede de celebrar um verdadeiro compromisso com o nosso Deus?
A
partir dai podemos celebrar com verdade a vida nova, a ressurreição.
A segunda leitura – 2 Cor 5,17-21 - convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz
através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser
criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.
Ser
cristão é, antes de mais, aceitar essa proposta de reconciliação que Deus nos
faz em Jesus. Significa que Deus, apesar das nossas infidelidades, continua a
propor-nos um projecto de comunhão e de amor. Como é que eu respondo a essa
oferta de Deus: com uma vida de obediência aos seus projectos e de entrega
confiada nas suas mãos, ou com egoísmo, auto-suficiência e fechamento ao Deus
da comunhão?
É
“em Cristo” – e, de forma privilegiada, na cruz de Cristo – que somos
reconciliados com Deus. Na cruz, Cristo ensinou-nos a obediência total ao Pai,
a entrega confiada aos projectos do Pai e o amor total aos homens nossos irmãos.
A
comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros meus irmãos. Como me
situo face a esta obrigatoriedade de me reconciliar com os que me rodeiam?
O Evangelho - Lc
15,1-3.11-32 - apresenta-nos o Deus/Pai
que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas
erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à
espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um
amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.
A
primeira chamada de atenção vai para o amor do Pai: um amor que respeita
absolutamente as decisões – mesmo absurdas – desse filho que abandona a casa
paterna; um amor que está sempre lá, fiel e inquebrável, preparado para abraçar
o filho que volta. Repare-se: mesmo antes de o filho falar e mostrar o seu
arrependimento, o Pai manifesta-lhe o seu amor; é um amor que precede a
conversão e que se manifesta antes da conversão. É num Deus que nos ama desta
forma que somos chamados a confiar neste tempo de “metanoia”.
Esta
parábola alerta-nos também
para o sem sentido e a frustração de uma vida vivida longe do amor do “Pai”, no
egoísmo, no materialismo, na auto-suficiência. Convida-nos a reconhecer que não
é nos bens deste mundo, mas é na comunhão com o “Pai” que
encontramos a felicidade, a serenidade e a paz.
Esta parábola convida-nos, finalmente, a não
nos deixarmos dominar pela lógica do que é “justo” aos olhos do mundo, mas pela
“justiça de Deus”, que é misericórdia, compreensão, tolerância, amor. Com
que critérios julgamos os nossos irmãos: com os critérios da justiça do mundo,
ou com os critérios da misericórdia de Deus? A nossa comunidade é,
verdadeiramente, o espaço onde se manifesta a misericórdia de Deus?
Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”
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