domingo, 31 de março de 2019

4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 31 MARÇO 2019


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4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 31 MARÇO 2019
A liturgia de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele.

A primeira leitura,  – Jos 5,9a.10-12 - convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.
O que é preciso é aquilo a que os profetas chamaram a “circuncisão do coração” (Dt 10,16; Jr 4,4; cf. Jr 9,25): trata-se da adesão plena da pessoa a Deus e às suas propostas; trata-se de uma verdadeira transformação interior que se chama “conversão”.
O que é que é preciso na minha vida ou na vida da minha comunidade cristã (ou religiosa) para que se dê início a essa nova etapa? O que é que ainda nos impede de celebrar um verdadeiro compromisso com o nosso Deus?
A partir dai podemos celebrar com verdade a vida nova, a ressurreição.
A segunda leitura – 2 Cor 5,17-21 - convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.

Ser cristão é, antes de mais, aceitar essa proposta de reconciliação que Deus nos faz em Jesus. Significa que Deus, apesar das nossas infidelidades, continua a propor-nos um projecto de comunhão e de amor. Como é que eu respondo a essa oferta de Deus: com uma vida de obediência aos seus projectos e de entrega confiada nas suas mãos, ou com egoísmo, auto-suficiência e fechamento ao Deus da comunhão?
É “em Cristo” – e, de forma privilegiada, na cruz de Cristo – que somos reconciliados com Deus. Na cruz, Cristo ensinou-nos a obediência total ao Pai, a entrega confiada aos projectos do Pai e o amor total aos homens nossos irmãos.
A comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros meus irmãos. Como me situo face a esta obrigatoriedade de me reconciliar com os que me rodeiam?
O Evangelho -  Lc 15,1-3.11-32 - apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.

A primeira chamada de atenção vai para o amor do Pai: um amor que respeita absolutamente as decisões – mesmo absurdas – desse filho que abandona a casa paterna; um amor que está sempre lá, fiel e inquebrável, preparado para abraçar o filho que volta. Repare-se: mesmo antes de o filho falar e mostrar o seu arrependimento, o Pai manifesta-lhe o seu amor; é um amor que precede a conversão e que se manifesta antes da conversão. É num Deus que nos ama desta forma que somos chamados a confiar neste tempo de “metanoia”.
Esta parábola alerta-nos também para o sem sentido e a frustração de uma vida vivida longe do amor do “Pai”, no egoísmo, no materialismo, na auto-suficiência. Convida-nos a reconhecer que não é nos bens deste mundo, mas é na comunhão com o “Pai” que encontramos a felicidade, a serenidade e a paz.
 Esta parábola convida-nos, finalmente, a não nos deixarmos dominar pela lógica do que é “justo” aos olhos do mundo, mas pela “justiça de Deus”, que é misericórdia, compreensão, tolerância, amor. Com que critérios julgamos os nossos irmãos: com os critérios da justiça do mundo, ou com os critérios da misericórdia de Deus? A nossa comunidade é, verdadeiramente, o espaço onde se manifesta a misericórdia de Deus?
Fonte: Adaptação de um texto de: “dehonianos.org/portal/liturgia”

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