SÁBADO - IV SEMANA –T C - ANOS ÍMPARES –
9 FEVEREIRO 2019
Primeira leitura: Hebreus 13, 15-17.20-21
Ao concluir a sua carta, o autor alterna a catequese
(vv. 12-15) com a exortação (vv. 16s.) e a oração (vv. 20s.). Mas o centro
unificador destes versículos é o mistério pascal de Cristo: «o grande Pastor
das ovelhas» (v. 20). É Ele o Messias esperado que, pelo seu sangue, se tornou
mediador de uma aliança eterna de vida e de paz entre nós e Deus. É desta
realidade que brota a novidade fundamental do culto cristão de que trata a
carta.
Por Jesus, toda a vida do crente se pode tornar oferta
agradável a Deus, conforme recomenda Paulo na Carta aos Romanos:
«Exorto-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que
ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus» (12,
1).
O sacrifício de louvor prolonga-se e autentica o
sacrifício da caridade e da submissão a quem guia a comunidade nos caminhos do
Senhor. Esta existência pascal é um dom a pedir e um compromisso a assumir com
responsabilidade. É por isso que o autor confia ao Pai os destinatários da sua
carta. Só Ele pode dispor os corações a acolher o dom e a colaborar com a
graça.
A aliança selada na morte e ressurreição de Cristo é
premissa e garantia de que o Pai atenderá esta oração. Tal como Deus realizou a
nova aliança por meio de Cristo, assim também nos tornará «aptos para todo o
bem» (v. 21). A obra começada será completada.
Evangelho: Mc 6, 30-34
Na segunda parte do seu evangelho (6, 30-10), Marcos
diz-nos que Jesus, apesar de galileu, é profundamente universal: dirige-se aos
outros, aos afastados, aos gentios; mas não esquece os clássicos, os eleitos.
O texto que escutamos lembra-nos uma visita «ad
limina»: os Apóstolos vêm dos seus lugares de trabalho e contam a Jesus o que
fizeram. Jesus escuta-os, mas não quer vê-los cair no triunfalismo do muito que
fizeram e fazem, nem no activismo de quem se entrega às coisas do Senhor,
esquecendo o próprio Senhor.
Por isso, lhes diz: «Vinde, retiremo-nos para um lugar
deserto e descansai um pouco».
É um momento de intimidade entre Jesus e os seus, um
convite ao repouso e ao recolhimento. A comunidade dos Doze, com Jesus no
barco, recompõe-se e renova-se em vista da secção dos milagres e da dupla
multiplicação dos pães. Estes milagres são preanunciado e introduzidos com a
referência à necessidade de alimento, material e simbólico: os discípulos «não
tinham tempo para comer» (v. 31); as multidões «eram como ovelhas sem pastor»
(v. 34).
É uma pena que a tradição os retiros e exercícios
espirituais se tenham convertido em outras coisas que nem sempre contribuem
para o bem dos homens e para o bem da Igreja.
Ao concluir a Carta aos Hebreus, o seu autor dá-nos um
ensinamento muito importante: «Ofereçamos por meio dele, continuamente a Deus
um sacrifício de louvor» (v. 15). Um cristão há-de viver sempre em atitude de
louvor e de acção de graças.
Para isso, havemos de estar conscientes dos grandes
dons que Deus nos faz por meio de Cristo. Se estivermos convencidos disso, a
gratidão levar-nos-á a realizar com alegria outros sacrifícios que o autor da
carta aconselha:
«Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com os
outros, pois são esses os sacrifícios que agradam a Deus» (v. 16).
É o sacrifício da caridade fraterna, que nos permite
continuar a oferta de Cristo ou, melhor dizendo, Lhe permite continuar em nós a
sua oblação.
«Obedecei aos que vos guiam» (v. 17). Nem sempre é
fácil obedecer. Mas o caminho da caridade e da unidade passa pela submissão e
pela obediência aos chefes por Ele escolhidos.
Se vivermos assim, o Deus da paz poderá tornar-nos perfeitos em todo o bem por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor, realizando em nós a sua vontade.
Se vivermos assim, o Deus da paz poderá tornar-nos perfeitos em todo o bem por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor, realizando em nós a sua vontade.
O evangelho fala-nos da ternura de Jesus pelas pessoas
que O procuravam e seguiam. Essa ternura é também por nós, hoje. Talvez andemos
preocupados em testemunhar o Evangelho e precisemos de repousar o espírito na
sua presença. Talvez nos reconheçamos naquelas «ovelhas sem pastor» sem rumo
nem segurança. Jesus é «o grande Pastor das ovelhas» (v. 20), guia dos pastores
e das ovelhas sem pastor. Para abrir a todos –também a mim - um caminho seguro
para o redil do Pai, deu a sua vida. Ele mesmo é «o Caminho, a Verdade e a
Vida».
Fonte:
Resumo e adaptação local de: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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