TERÇA-FEIRA – – IV SEMANA - T C – ANOS ÍMPARES–05.02.2019
Primeira leitura: Hebreus 12, 1-4
O convite à perseverança na fé não é feito a partir de
conceitos abstractos, mas de modelos. A «nuvem» de testemunhos apresentada pelo
autor ajuda, conforta, sustenta. Encoraja, sobretudo, o exemplo de Jesus,
modelo supremo, «autor e guia da fé» (v. 2) e seu «consumador». Ele precede-nos
na «prova» para Deus que, como uma qualquer corrida desportiva, deve ser
realizada nas devidas condições.
Há que dispensar tudo quanto dificulte essa corrida,
sobretudo o pecado, e ter bem fixos os olhos na meta. Uma vez que Jesus é a
meta, o caminho e Aquele que nos precede, há que considerar atentamente o seu
percurso e seguir-Lhe os passos. Ele atravessou a humilhação e o sofrimento, a
submissão ao ódio e à maldade para lhes suportar o peso com amor redentor. Esse
foi o itineráro que percorreu para chegar à alegria e à glória, à direita do
Pai (v. 2b). Quem O segue, jamais deve afastar d´Ele os olhos para ter força e
perseverar numa fidelidade radical.
Evangelho: Mc 5, 21-43
.
Marcos apresenta-nos, hoje, dois gestos decisivos de
Jesus contra a morte: a cura da mulher que sofria de um fluxo de sangue e a
cura da filha de Jairo. A perda de sangue era, para a mulher hebreia, uma
frustração vital, porque, não poder ter descendência, equivalia à morte
prematura (cf. Gn 30, 1). A filha de Jairo estava mesmo morta e teve que ser
«ressuscitada». Jesus livra ambas da morte mostrando que é o verdadeiro
Messias, porque a sua palavra suscita vida.
Os dois episódios estão entrelaçados um no outro, revelando pontos de contacto e diferenças. No caso da filha de Jairo, a súplica do pai recebe uma resposta pronta de Jesus, que imediatamente se dirige para sua casa. Mas a caminhada é abruptamente interrompida com a intervenção da mulher que sofria do fluxo de sangue.
Contrasta o comportamento de Jairo, homem influente, e
o da mulher que sofria de um fluxo de sangue, que se aproxima furtivamente de
Jesus. Mas ambos têm a mesma confiança em Jesus e obtêm uma resposta pronta. A
mulher, primeiro é secretamente curada da sua doença física; depois é curada da
sua timidez, dos seus complexos: ganha coragem, fala com Jesus, estabelece uma
relação com Ele. Foi curada e foi salva.
No caso da menina, Jesus tem uma reacção diferente:
enquanto tinha incitado a mulher, que se apresentara em segredo, a mostrar-se
diante de todos, aqui ordena a Jairo, que fizera publicamente o seu pedido, que
não divulgasse o milagre.
O autor da Carta aos Hebreus recorre, hoje, a uma imagem
desportiva para descrever a nossa situação. Estamos no estádio, disputamos uma
grande corrida e somos observados por muitos espectadores, os santos, os que já
atingiram a meta e nos olham do Paraíso.
O autor exorta-nos a correr «tendo os olhos postos em
Jesus, autor e consumador da fé» (v. 2). É a atitude fundamental de quem quer
vencer: ter os olhos fixos em Jesus. Quando pensamos no exemplo dos santos, dos
mártires, e sobretudo de Jesus na sua paixão, morte e ressurreição, todas as
dificuldades nos parecem pouca coisa. «Considerai aquele que sofreu tal
oposição por parte dos pecadores» (v. 3), recomenda o autor.
A nossa fé é sempre frágil, fechada nos limites estreitos do nosso medo em enfrentar situações que nos ultrapassam. Precisamos de entrar em contacto com o «autor» e «consumador» da nossa fé.
A nossa fé é sempre frágil, fechada nos limites estreitos do nosso medo em enfrentar situações que nos ultrapassam. Precisamos de entrar em contacto com o «autor» e «consumador» da nossa fé.
O primeiro modo de entrar em contacto com Jesus é ter
os olhos fixos n´Ele. Mas á um segundo modo, que consiste em falar-Lhe,
pedir-Lhe que intervenha nas nossas dificuldades, que manifeste o seu poder nas
nossas enfermidades, como fez Jairo. Diz-nos o evangelho que «se prostrou a
seus pés e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe
as mãos para que se salve e viva» (vv. 22b-23).
Outro modo é o usado pela mulher doente. Tem vergonha
de falar da sua doença, mas quer ser curada por Jesus. Por isso, vai por detrás,
procurando um contacto discreto: «Se ao menos tocar nem que seja as suas
vestes, ficarei curada» (v. 28). Jesus aproveita para sublinhar que não é o
simples contacto que salva, mas a fé: «Quem tocou as minhas vestes?»(v. 31),
perguntou. E, quando a mulher confessou o seu gesto, Jesus pronunciou a palavra
iluminadora: «Filha, a tua fé salvou-te» (v. 34). Não basta tocar em Jesus; é
preciso tocar-Lhe com fé. Não basta receber a Eucaristia; é preciso recebê-la
com fé.
É assim que as leituras de hoje nos revelam quanto é importante, e necessário, o contacto com Jesus, na fé.
É assim que as leituras de hoje nos revelam quanto é importante, e necessário, o contacto com Jesus, na fé.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia”
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