SEGUNDA-FEIRA - IV SEMANA – T C – ANOS ÍMPARES – 4 FEVEREIRO –
Primeira leitura: Hebreus 11, 32-40
Para animar os cristãos que vacilam na fé, o autor da
Carta aos Hebreus faz desfilar diante deles uma longa série de heróis
nacionais, como Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Samuel e David e outros que não
nomeia explicitamente, mas onde não é difícil vislumbrar Daniel, os três jovens
lançados à fornalha ardente, Elias e Eliseu… Embora sem também lhes referir os nomes,
apresenta uma série de homens e de mulheres que sofreram perseguições e
martírios. Entre eles é fácil identificar Eleázar, a mãe dos Macabeus e seus
filhos, os profetas Zacarias, Jeremias e Elias. Deus não deixou sem recompensa
o testemunho, o esforço e a confiança de todos estes heróis, profetas, santos e
mártires. O seu testemunho tem tanto mais valor quanto não chegaram a ver
cumprida a promessa. O seu exemplo é estimulante para os cristãos que tiveram
essa dita. Não há, pois, razão para vacilar na fidelidade a Cristo, apesar das
perseguições e da saudade dos ritos do templo. A fortaleza dos antigos deve
estimular os destinatários da carta, fazendo-lhes compreender que a estranheza
e a rejeição do mundo em relação a eles é condição normal de quem quer
efectivamente aderir a Deus. A graça recebida em Cristo deve bastar-lhes para
também se tornarem gigantes na fé, uma vez que é maior que a dos Antigos. De
facto, em Jesus já se cumpriram as promessas de Deus.
Evangelho: Mc 5, 1-20
Escutamos, hoje, um relato popular, de estilo
burlesco, com que as primeiras comunidades cristãs acentuavam o poder benéfico
do «kerygma» de Jesus. O episódio passa-se a oriente do lago de Tiberíades, em
terra pagã, como se vê pela existência da vara de porcos, animais considerados
impuros em Israel. É o caso do epiléptico, que não podia ser controlado pelos
seus conterrâneos e, por isso, vivia no campo ou, pior ainda «entre os
túmulos». A situação é grave e mesmo dramática. Ouvem-se os urros dos demónios,
que reconhecem Jesus, proclamam a sua divindade e suplicam que não os expulse.
Jesus mantém-se imperturbável: pergunta-lhes o nome, e concede-lhes refugiar-se
nos porcos. A precipitação da vara no lago, sugere o seu regresso a Satanás,
rei dos abismos. Os presentes continuam dominados pelo temor e pedem a Jesus
que se afaste.
O anúncio do Evangelho deve ser preparado e exige a mediação da testemunha, do apóstolo. Ao contrário do silêncio que, em Marcos, Jesus geralmente impõe aos miraculados, aqui manda ao possesso libertado que vá levar a notícia aos seus. O homem não se contenta com isso e apregoa na Decápole a obra que Jesus nele realizou.
A Carta aos Hebreus continua a falar-nos da fé. Hoje
apresenta-nos dois quadros opostos, que podemos intitular: vitórias e derrotas
da fé. Pela fé, os Juízes, os Profetas e David fizeram grandes coisas,
alcançaram grandes vitórias: «conquistaram reinos, exerceram a justiça,
alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do
fogo» (v. 33-34). Mas, pela mesma fé, outros sofreram «derrotas» não menos
admiráveis, porque manifestaram uma fé mais forte, uma fé que não se deixou
dominar pelas situações e acontecimentos adversos, nem aceitou a apostasia para
alcançar «vitórias». Também em Jesus notamos dois quadros: Jesus que realiza
milagres e suscita a admiração das multidões; Jesus na paixão, condenado,
vilipendiado, crucificado, morto.
O exemplo dos nossos antepassados na fé, e especialmente o exemplo de Jesus, hão-de estimular a nossa fragilidade no caminho da fé, também ele tantas vezes marcado por vitórias e derrotas. Talvez tenhamos encontrado o Senhor numa experiência que, certo dia, mudou a nossa vida, ou talvez O tenhamos acolhido depois de eventos muito concretos, depois de um sério confronto com Ele. A fé pediu-nos certamente renúncias a que, num primeiro momento, correspondemos com generosidade e alegria. Mas não é fácil perseverar e testemunhar Cristo num contexto neo-pagão ou num contexto tradicionalista, ligado a costumes e tradições esvaziadas de alma. Pouco a pouco o nosso entusiasmo arrefece, as incompreensões ferem-nos, o isolamento desencoraja-nos. Corremos o risco de nos encontrarmos pouco convencidos e nada convincentes. Mas a fé deve ser continuamente reavivada, como uma pequena chama que frequentemente havemos de aproximar do Espírito para a manter ardente e luminosa. Precisamos de fazer memória de tantos irmãos e irmãs, que deram um esplêndido testemunho de perseverança e nos transmitiram a chama da fé, porque prosseguimos a sua mesma caminhada. Precisamos de voltar, de alma e coração, às circunstâncias do nosso encontro com Jesus e permanecer na sua presença. A memória da graça passada e a visão do futuro que nos espera reanimarão os nossos passos. O Senhor, conhecendo a nossa fraqueza, quer-nos missionários do mundo. Ele próprio nos apoia para que possamos alcançar a promessa juntamente com as grandes testemunhas que nos precederam e que virão depois de nós, às quais havemos de entregar a chama da fé.
O exemplo dos nossos antepassados na fé, e especialmente o exemplo de Jesus, hão-de estimular a nossa fragilidade no caminho da fé, também ele tantas vezes marcado por vitórias e derrotas. Talvez tenhamos encontrado o Senhor numa experiência que, certo dia, mudou a nossa vida, ou talvez O tenhamos acolhido depois de eventos muito concretos, depois de um sério confronto com Ele. A fé pediu-nos certamente renúncias a que, num primeiro momento, correspondemos com generosidade e alegria. Mas não é fácil perseverar e testemunhar Cristo num contexto neo-pagão ou num contexto tradicionalista, ligado a costumes e tradições esvaziadas de alma. Pouco a pouco o nosso entusiasmo arrefece, as incompreensões ferem-nos, o isolamento desencoraja-nos. Corremos o risco de nos encontrarmos pouco convencidos e nada convincentes. Mas a fé deve ser continuamente reavivada, como uma pequena chama que frequentemente havemos de aproximar do Espírito para a manter ardente e luminosa. Precisamos de fazer memória de tantos irmãos e irmãs, que deram um esplêndido testemunho de perseverança e nos transmitiram a chama da fé, porque prosseguimos a sua mesma caminhada. Precisamos de voltar, de alma e coração, às circunstâncias do nosso encontro com Jesus e permanecer na sua presença. A memória da graça passada e a visão do futuro que nos espera reanimarão os nossos passos. O Senhor, conhecendo a nossa fraqueza, quer-nos missionários do mundo. Ele próprio nos apoia para que possamos alcançar a promessa juntamente com as grandes testemunhas que nos precederam e que virão depois de nós, às quais havemos de entregar a chama da fé.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia”
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