2ª FEIRA - III SEMANA - TC - ANO IMPAR
Primeira leitura: Hebreus 9, 15.24-28
Cristo é o mediador da nova aliança. O sumo sacerdote
da antiga aliança, em nome de todo o povo, entrava em relação directa com Deus
por meio de sacrifícios e vitimas animais, levava-Lhe as ofertas e trazia à
assembleia a bênção divina em sinal de reconciliação. Cristo, sumo sacerdote da
nova lei, é, agora, o mediador entre Deus e a humanidade. Há, pois,
continuidade entre a antiga e a nova aliança.
Mas também há descontinuidade: Jesus não é apenas
sacerdote da nova aliança; é também vítima. Na paixão, entregou-se a Deus pelos
pecadores. Não ofereceu sangue de outros, mas o seu próprio sangue. A perfeição
do sacrifício de Cristo está na origem da sua unicidade e da unicidade da nova
aliança estabelecida por meio dele. A sua actividade sacerdotal completa-se na
cruz. Na Ascensão, entra no «Santo dos santos», que não é um templo construído
por mãos humanas, mas o próprio Céu, e lá permanece Cordeiro imolado, mas de
pé, diante de Deus para interceder por nós (cf. Ap 5, 6). O pecado perdeu toda
a sua força. Para todos foi aberto o «caminho novo» (Heb 10, 20) para regressar
ao Pai.
Evangelho: Mc 3, 22-30
O «tribunal» vindo de Jerusalém, não podendo negar a
evidência prodígios que Jesus operava, insinua que é por Belzebu que Ele
expulsa os demónios. Jesus enfrenta decidida e corajosamente os seus
caluniadores, ainda que «em parábolas», para os refutar. Evidencia as suas
contradições: se fosse Satanás a expulsar Satanás, não era preciso estar
preocupados com ele, porque o seu poder tinha chegado ao fim.
As palavras de Jesus, cheias da ironia, que Marcos várias vezes anota, são uma profecia: efectivamente o reino de Satanás estava prestes a findar, porque se aproximava o reino dos céus, ou melhor, já estava presente.
As palavras de Jesus, cheias da ironia, que Marcos várias vezes anota, são uma profecia: efectivamente o reino de Satanás estava prestes a findar, porque se aproximava o reino dos céus, ou melhor, já estava presente.
Libertar os pecadores do poder de Satanás e da
escravidão do pecado era um sinal claro de que Jesus actuava em nome de Deus.
Dizer que actuava pelo poder do «espírito maligno» era blasfemar contra o
Espírito Santo.
A Carta aos Hebreus apresenta-nos o fundamento da
unidade pela qual a Igreja reza: o único sacrifício de Cristo. O autor insiste
em dizer que Cristo sofreu uma só vez: «apareceu uma só vez para destruir o
pecado pelo sacrifício de si mesmo» (v. 26). Sendo assim, a Missa, que é o
sacramento do único sacrifício de Cristo, é o fundamento da unidade. Quando
participamos na Eucaristia, havemos de oferecer o sacrifício de Cristo pela
unidade de todos os que acreditam n´Ele.
É bom rezarmos pela unidade da Igreja, particularmente
neste tempo em que as diversas tradições cristãs o fazem. Mas o tema que
unifica as duas leituras é o destino do homem, a sua salvação eterna ou
condenação eterna. Ainda que frágil como a erva do campo, o homem não foi
criado apenas para um breve respiro na terra. O seu destino é viver para
sempre. Para sempre. A desproporção entre a nossa pequenez e a grandeza do
nosso destino pode assustar-nos. Por isso, facilmente somos tentados a
redimensionar a nossa vida, reduzindo-a ao tempo presente, satisfazendo-nos com
um bom trabalho, honestas relações com os outros e pouco mais. Mas isso não
chega! Ainda que tantas vezes sufocado, persiste em nós o desejo de infinito: o
Espírito que habita em nós clama que fomos feitos para um amor sem medida. O
homem está realmente condenado à santidade ou ao desespero. Mas, que é a
santidade?
O evangelho diz-nos, de modo muito simples, que ela é
comunhão com Jesus. Então tudo muda de figura: quando rezo, estou com Jesus
diante do Pai para adorar, interceder, dar graças; quando trabalho, estou com
Jesus ao serviço do meu próximo; quando sofro, participo na paixão de Jesus
para salvação do mundo; quando chega para mim a hora da morte, estou unido à
morte redentora de Cristo, entro na sua páscoa e antegozo a alegria de ver
descoberto o rosto d´Aquele que me amou e Se entregou por mim.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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