Primeira leitura: Levítico 19, 1-2.11-18
Deus
é o Totalmente Outro, radicalmente diferente do que é o homem.
Mas
quere-o participante da sua santidade. Depois deste mandamento, seguem algumas
normas de moral pessoal e social. O respeito pela santidade de Deus deve
inspirar o respeito pelo próximo, particularmente pelos mais fracos e os
deficientes (v. 14).
Às
exortações negativas: «Não fareis isto ou aquilo ... », seguem exortações
prepositivas destinadas a construir uma sociedade humana mais fraterna: «amarás
o teu próximo como a ti mesmos (v. 18b).
O
amor pelos outros, fundamentado em Deus, edifica a comunidade humana na
santidade.
Evangelho: Mateus 25, 31-46
O
texto de Mateus está na linha da tradição apocalíptica bíblica e judaica (cf.
DanieL .. ). Trata-se de uma revelação relativa às coisas últimas, ao juízo
universal. Nela aparece o Filho de homem, figura simultaneamente humana e
celeste e que tem um papel fundamental na instauração do reino de Deus e na
recondução dos eleitos para Deus. Jesus identifica-se com esta personagem
gloriosa. Ele virá encerrar a história, e assumir a realeza que foi escondida
no tempo.
Tal
como os pastores reuniam, ao cair da noite, o rebanho e separavam os animais segundo
a espécie, assim fará o Rei-Pastor com a humanidade reunida à sua volta Esta
separação inclui um juízo.
O
critério da divisão será a caridade. Jesus mostra como esta figura real quer
identificar-se com cada um dos irmãos mais pequenos. É no encontro com cada um
dos homens que se joga o nosso destino eterno: usámos ou não usámos de
misericórdia com eles. Será essa a única matéria em exame no juízo final.
Ao
pronunciar o discurso que escutámos no evangelho, Jesus não quer descrever os
acontecimentos finais em si mesmos. Quer, sim realçar o significado central da
sua pessoa. Os homens serão julgados pela sua atitude diante da pessoa de
Jesus, que Se identifica com os carenciados: Mas essa atitude verifica-se pela
atitude diante dos outros, especialmente dos mais carenciados: foi «a mim mesmo
o fizestes» ou «foi a mim que o deixastes de fazer».
Por
isso, nos incita à misericórdia, à caridade, para com eles. Esta identificação
surpreende-nos. Esperávamos, talvez, que Deus ordenasse a caridade fraterna em
nome da sua vontade, que quer o bem e a felicidade de todos.
Mas
esse era o modo de falar do Antigo Testamento: «Eu sou o SENHOR. Não odiarás
... Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o
teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHO/?» (Cf. Lev 19, 16-18).
Apelando
para a sua autoridade divina, manda afastar de nós todo o mal, manda praticar a
justiça. É já caminho para a caridade. Trata-se de não fazer o mal a ninguém
por respeito a Deus. No evangelho, Jesus já não fala da sua autoridade, mas da
sua pessoa. Identifica-se com os pobres. Já não estamos diante da simples
justiça. Estamos diante da caridade. Já não é suficiente não fazer o mal. É
preciso fazer o bem, ir ao encontro dos carenciados. Os pecados de omissão também
serão objecto de juízo.
Fonte:
Adaptação local de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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