13
MARÇO 2019
Primeira leitura: Jonas 3, 1-10
o
livro de Jonas ensina-nos que a misericórdia de Deus não se limita ao povo
eleito, mas atinge todos os homens. O profeta é, pela segunda vez, enviado a
Nínive, capital da Assíria. Vai anunciar a destruição dessa enorme cidade,
destruição motivada pela maldade dos seus habitantes. Na primeira vez, Jonas
tentou esquivar-se à missão, demasiado grande para alguém tão pequeno e frágil.
Como poderia anunciar a destruição de uma superpotência, no seu próprio
território? Mas Deus não o deixou escapar. Agora, obediente, vai cumprir a
missão que lhe foi confiada.
Em
nome de Deus, dirige aos ninivitas palavras de ameaça de repreensão. A sua
pregação toca os corações, incluindo o do rei: «acreditaram em peus», diz o
texto, usando o mesmo verbo com que Gen 15, 6 fala da fé de Abraão. Todos, na
cidade, fizeram penitência, com oração, em atitude de verdadeira conversão.
Os
versículos 9ss. São muito importantes: a mudança de vida é apoiada pela
esperança de que os decretos de Deus não sejam irrevogáveis, de que Deus não
deixará de perdoar a quem se mostra arrependido. Os ninivitas, pagãos, revelam
conhecer o verdadeiro rosto do Deus de Israel, lento para a ira e rico de
misericórdia.
Evangelho: Lucas 11, 29-32
Jesus
recusa um sinal que satisfaça a curiosidade e a sede do maravilhoso e, na sua
resposta, deixa intuir a sua verdadeira identidade: «aqui está quem é maior do
que Jonas» (v. 32). É ele o Sinal que Deus lhes envia. É Ele o Messias
desejado, mas não reconhecido, porque se apresenta de modo diferente àquele que
Israel esperava.
«Para
esta çereção. (v. 31), o Filho do homem é um apelo à conversão, tal como Jonas
o foi para os ninivitas. Como o profeta, Jesus não oferece sinais
espectaculares, mas simplesmente a Palavra e a misericórdia de Deus. A
referência a Nínive a à rainha de Sabá sublinha a universalidade do chamamento
à salvação. Mas, enquanto alguns povos pagãos souberam escutar os enviados de
Deus, e se converteram, a geração a quem Jesus se dirige, não O escuta,
permanece na cegueira e na dureza de coração. Há-de ser condenada pelos
ninivitas e pela rainha de Sabá, no dia do juízo (w. 31ss), porque não soube
reconhecer a Cristo, nas humildes aparências de Jesus de Nazaré.
Os
apelos à conversão repetem-se durante este tempo da Quaresma. Há que escutá-los
e acolhê-los deixando-nos tocar e iluminar pela Palavra. Jonas dirigiu esse
apelo aos ninivitas. A nós é o próprio Jesus, bem «maior do que Jonas» que o
dirige. Por isso, devemos perguntar-nos se já começámos a converter-nos, a
lutar decididamente contra o mal que está em nós e fora de nós, no nosso mundo,
com as armas da oração e do sacrifício. Não podemos estar à espera de uma graça
«barata» e «e de efeito fácil», ou estar à espera de confirmações
extraordinárias, de milagres ou de sinais convincentes.
O
grande sinal que o Pai nos envia é Jesus, que carrega sobre si as nossas
culpas, para nos salvar. Sinal do céu é o Crucificado. Voltar-nos para Ele e
contempláLo, contemplar as suas chagas e, particularmente, o seu Lado aberto e
o seu Coração trespassado é o início e o caminho da conversão. Diante d ' Ele,
ninguém pode ficar indiferente, nem os pagãos, como os ninivitas, nem os
crentes, como os contemporâneos de Jesus. Muitos virão de longe - do pecado, de
mentalidades e culturas remotas - para tomar consciência da sabedoria do
Crucificado. Muitos hão-de converter-se, acreditando no Profeta feito Servo
sofredor por amor. E nós? Rezemos mais. Será a oração a dar-nos maior disponibilidade
para acolher o dom da misericórdia, que o Pai nos faz em Jesus Cristo, morto e
ressuscitado, a dar-nos maior disponibilidade para nos tornarmos, nós mesmos,
dom para Deus e dom para os irmãos.
Fonte: Adaptação de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”
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