terça-feira, 11 de dezembro de 2018
TERÇA-FEIRA – II SEMANA DO ADVENTO -11 DEZEMBRO 2018
TERÇA-FEIRA – II SEMANA DO ADVENTO -11 DEZEMBRO 2018
Primeira leitura: Isaías 40, 1-10
Os exilados em Babilónia experimentam um profundo desânimo e tristeza A sua fé corre perigo: ter-se-á Deus esquecido do seu povo, mantém-se a sua Palavra, tem Jerusalém uma esperança?
Um profeta anónimo, cujos oráculos são acrescentados ao livro de Isaías, procura animar os exilados. Os oráculos desse profeta ocupam os capítulos 40-55 do livro de Isaías. Começamos a lê-los hoje. E aparece-nos imediatamente a motivação desses oráculos:
«Consolai, consolai o meu povo», diz o Senhor (v. 1). A consolação vem da Aliança restaurada e de uma nova relação com o Senhor. O regresso à pátria é, para o Deutero-Isaías, um sinal dessa renovação e dessa nova relação. Trata-se de um regresso triunfal, a que se junta a própria criação. O Senhor, qual guerreiro triunfante e pastor cuidadoso, caminha com o seu povo.
O profeta tem a missão de preparar este regresso do Senhor (v. 3). A alma do povo, tornada semelhante à estepe do deserto, acidentada e seca por causa dos sofrimentos, desilusões e infidelidades, poderá acolher a glória de Deus com um entusiasmo ainda maior que o experimentado durante o Êxodo (v. 5).
Se o homem é frágil, e as suas promessas efémeras, a palavra do Senhor é estável e o seu compromisso com a humanidade é eterno. É na estabilidade do Senhor que o povo desterrado em Babilónia há-de confiar.
Evangelho: Mateus 18, 12-14
A parábola da ovelha perdida é uma exortação a partilhar a alegria do perdão que Deus concede aos pecadores que se convertem, e a tornar-nos também disponíveis para oferecer o perdão aos outros.
Mateus insere a mesma parábola no discurso eclesial, no contexto das orientações sobre a vida da comunidade: tornar-se pequeno, estar disponível para acolher, cuidar dos que vacilam na fé ... (cf. Mt 18).
Em coerência com esse contexto, Mateus não põe directamente Deus à procura da ovelha tresmalhada, mas a comunidade. É a solicitude pastoral da comunidade que torna visível o rosto de Deus que vai à procura do cristão perdido, do pecador.
Deixar as noventa e nove ovelhas, para procurar uma perdida, é verdadeira loucura. É a loucura do Deus de Jesus, que há-de tornar-se nossa loucura (v. 14). Esta, não deve guiar-se por critérios de eficiência, mas pelo cuidado para com os pequenos, os marginalizados, os perdidos. O importante é procurar aquele que anda perdido e façamos por encontrá-lo ...
São muitas as razões para andarmos tristes e desanimados. Mas a palavra do Senhor consola-nos e reanima em nós a esperança.: «Consolai, consolai o meu povo!... Aí está o vosso Deus!.. o Senhor Deus vem com a força do seu braço dommedt», A Boa Notícia ecoa pela terra: Deus vem com poder e com doçura semelhante à de um pastor que leva os cordeiros ao colo e conduz devagar as ovelhas que têm crias.
Jesus aplica a si esta imagem bíblica tão sugestiva. «Eu sou o Bom Pastor».
Esta expressão sugere a ternura com que olha por nós, e a força com que intervém para vencer os inimigos da nossa liberdade e da nossa dignidade, o cuidado com que nos guia pelos difíceis e atormentados caminhos da vida.
Quantas vezes na vida, individualmente ou em comunidade, experimentámos as consolações do nosso Deus, nos sentimos conduzidos nos seus braços amorosos. Esta experiência deve incitar-nos a procurar aqueles que andam perdidos, que andam afastados de Deus.
Como discípulos, somos chamados a manifestar a todos o rosto do Pai misericordioso, indo à procura daqueles que, no caminho da vida, perderam a fé e a esperança. Somos consolados, chamados a ser consoladores, tornando-nos companheiros de viagem daqueles que têm o coração aflito e estão sobrecarregados pelo sofrimento ou pela culpa. Podemos fazê-lo com a consciência de que a consolação não vem de nós, mas vem da Palavra de Deus que permanece para sempre.
Cristo revela-nos o Seu amor nos modos mais diferentes, como Verbo de Deus feito carne, como sacerdote misterioso, como vítima pelos nossos pecados, como bom Pastor que dá a vida por nós suas ovelhas.
Somos chamados a corresponder a esse amor, deixando-nos encontrar, deixando-nos tratar, deixando-nos conduzir à comunidade, à Igreja, tornando-nos profetas e apóstolos do amor.
Quem salva o mundo não é o homem, mas Deus, em Jesus Cristo. Mas também é preciso o nosso trabalho, as nossas obras. Mas tudo isso vale para a salvação na medida em que é cristificado, isto é, na medida em que comunica a morte e a vida de Cristo, Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Essa comunicação não há-de realizar-se só por meio de palavras, mas também pelo dom da nossa vida, à semelhança de Cristo: "Em nós actua a morte, em vós a vida" (2 Cor 4, 12).
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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