sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

SÁBADO - II SEMANA DO ADVENTO - ANOS PARES - 15 Dezembro 2018

SÁBADO - II SEMANA DO ADVENTO - ANOS PARES - 15 Dezembro 2018 Primeira leitura: Ben Sira 48, 1-4.9-11 O livro de Ben Sira relê didacticamente a história de Israel, apresentando uma galeria de ilustres personagens. Entre essas personagens ressalta a do profeta Elias, comparado ao fogo, por causa do seu zelo e da sua paixão pela causa do Deus de Israel. A sua vida foi, de facto, totalmente votada ao serviço de Deus, em cuja presença Elias se mantinha permanentemente (cf. 1 Re 18, 15). Além da sua ardente pregação para reconduzir o povo a Deus, o retrato traçado por Ben Sira exalta os seus poderes taumatúrgicos, de acordo com a sensibilidade popular da época (w. 2-4). Mas o elogio do profeta atinge o auge na consideração do seu destino especial, o seu arrebatamento pelo fogo (cf. v. 9), visto como uma vitória da vida sobre a morte, alcançada pelo amor de Deus. Elias é pois um incentivo à esperança na vida para além da morte, à bem-aventurança total e definitiva que espera aqueles que, como Elias, «morreram no amor» (v. 11). Por ter sido arrebatado ao céu, a tradição judaica (cf. Mt 3, 24) espera que regresse, a fim de preparar o povo para a vinda do Messias (v. 10). O Novo Testamento recebe esta tradição judaica do regresso de Elias e vê-a realizada em João Baptista. Evangelho: Mateus 17, 10-13 Depois da transfiguração, ao descer do monte, Jesus conversa com os discípulos sobre um dos protagonistas da visão: o profeta Elias. Referindo-se às discussões rabínicas sobre a missão de Elias, sobre a verdade e sobre o significado do seu regresso preanunciado por Malaquias (3, 23-24), Jesus declara aceitar a tese daqueles que afirmam a necessidade de uma vinda de Elias antes do Juízo. Por outro lado, Jesus nega toda a visão fantasiosa, divulgada entre o povo, do regresso de Elias, alertando os discípulos para a necessidade de discernirem o plano de Deus, que se revela a seus olhos. Por isso, afirma que Elias já veio, mas foi desconhecido, e que a sua sorte preanuncia a do Filho do homem (v. 12). Jesus identifica expressamente Elias com o Baptista para convidar o povo à conversão urgente, à cura das relações com as outras pessoas e da relação com Deus. Os discípulos compreendem essa identificação (v. 13). Parece claro que essa identificação não se deduz automaticamente das Escrituras, mas que se revela a quem, dócil à fé, está disposto a acolher a pregação de João, com o insistente convite à conversão e à preparação para o encontro com Aquele que vem. Os discípulos, por momentos, parecem compreender, embora seguidamente voltem a cair na incredulidade (cf. Mt 15, 20). O elogio a Elias não é feito por um seu contemporâneo, mas por Ben Sirá que viveu muito tempo depois dele. Assim acontece com os profetas. Não se faz caso deles quando vivem. Muitas vezes até são perseguidos e mortos. Só mais tarde são elogiados. Tudo isto porque a sua palavra incomoda, ou não está sempre de acordo com os nossos pontos de vista, ou com as nossas expectativas. Foi o que aconteceu com Jesus. Os que deviam estar preparados, porque conheciam as Escrituras, usaram-nas para levantar objecções a Cristo: «Não tem Elias que vir primeiro?» Jesus responde: «Elias já veio, e não o reconheceram; trataram-no como quiseram ... Então, os discípulos compreenderam que se referia a João Baptista». A missão do Baptista enfrenta, de modo análogo à de Elias, dois pontos centrais da minha própria vida: a minha relação com Deus (que me pede para regressar a Ele) e a cura das minhas relações com o próximo. Devo deixar-me interpelar por João Baptista cuja voz proclamava corajosamente, como fizera o profeta Elias, o direito de Deus sobre a nossa humanidade: só a Ele prestar culto, aderir integralmente à Aliança. Neste sentido, João é, como Elias, um fogo irresistível, um profeta cuja palavra ilumina os meus caminhos e os da minha comunidade, e se ergue como juízo severo contra o pecado, contra toda a infidelidade à Aliança. O facto de, tanto Elias como João, serem perseguidos pelos poderosos, e incompreendidos pelos seus contemporâneos, alerta-me para o risco de, eu mesmo, me tornar obstáculo ao caminho da Palavra divina, às vezes incómoda e inquietante. Por outro lado, também me recorda que, apesar de todas as oposições, acabará por triunfar. Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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