ATA Nº 2 DA VII ASSEMBLEIA DIOCESANA PASTORAL
No dia seguinte, vinte nove de Setembro, iniciamos com a oração das Laudes
seguido de missa às
06h30, presidida pelo Bispo Emérito D. Manuel Chuanguira Machado. Logo após o
pequeno-almoço retomamos nossas actividades com a leitura da acta e suas
observações. Em seguida ouvimos a explanação do Pe. Agostinho Vasconcelos sobre
a Revisão da Liturgia. O mesmo tinha como base de reflexão o Missal Romano, o
Ordenamento das leituras da missa de 1981 e texto extraído de sua tese de
Licenciatura. O primeiro ponto a ser abordado foi o Silêncio, destinado ao
recolhimento interior fundamental e oportuno no inicio da própria liturgia, no
acto penitencial, depois das leituras e homilia e após a comunhão. As leituras
propostas pela liturgia devem ser proclamadas no ambão, e não devem ser substituídas por sermões de
padres da igreja, fundadores ou outros textos. O Salmo Responsorial fecha o pensamento da 1ª leitura e pode ser cantado ou
rezado. O canto de aclamação ao Evangelho deve ir ao encontro do que fala o
próprio. A homilia deve ser preparada cuidadosamente buscando a mensagem
central, com carácter quase sacramental, considerando a realidade actual e
paroquial, unindo fé e vida, com o tempo máximo de 10 minutos. Apresentou-nos
os Aspectos Práticos da liturgia sendo elas: a) Procissões: Que constam de 3, a
de Entrada sendo esta a mais solene, onde os ministros, leitores e acólitos
dirigem-se ao altar. A procissão do ofertório, também a mais solene, devem ser
feita mesmo sem dançarinos, para a entrega do pão e do vinho. A Procissão de
saída, mais curta e rápida, não deve seguir a mesma trajectória da entrada. b)
DANÇA: a dança litúrgica não é recreativa, mas um movimento do corpo que
acompanha a oração de louvor, levando o crente ao louvor perfeito, com
delicadeza de ânimo. Não devem ser feitas de frente para trás, como acontecem
na apresentação das ofertas e para a comunhão. Durante as danças evite-se
voltar costas para o altar e invadir o presbitério. O número dos dançarinos não superem
o recomendável de 20 participantes, sendo dez de cada fila, o ideal seriam de
12. Não se admita mulheres grávidas e também mães com bebes a amamentar, para não
dispersar a assembleia. Os dançarinos do sexo masculinos, evitem gestos
agressivos e teatrais, sobretudo na acção de graças. C) Instrumentos Musicais:
Existem para sustentar o canto e não substituir as vozes, podem ser tocados na
Quaresma, mas muito moderado. D) Ornamento das Capelas: Depende da criatividade
da comunidade. A cruz do altar não pode ser omitida, é necessária uma por trás do
altar e fora da igreja para identifica-la, um jarro de flores, e uma vela acesa
durante a celebração, quando colocado a Eucaristia deve-se acompanhar com mais
uma vela acesa. E) Toalhas Litúrgicas: não usar a toalha do altar para outros
fins, não fazermos refeições dentro da igreja, e nem colocarmos bicicletas
dentro da mesma. As toalhas usadas para as tecas sejam limpas e se possíveis
brancas, as túnicas dos leitores, acólitos, ministros extraordinários sejam
decentes e não qualquer só porque são brancas. Com esta ultima reflexão, Pe.
Agostinho encerrou sua apresentação sobre a liturgia. D. Francisco Lerma
interveio com as seguintes contribuições: Termos cuidado com os extremos,
respeitarmos o lugar sagrado, ter critérios nos movimentos na liturgia. A nível
da Conferência Episcopal, propõe-se que o acto penitencial seja de joelhos, durante
a proclamação do Evangelho os fiéis permaneçam sentados, na apresentação das
ofertas a assembleia deve manter-se sentada e se não houver pão e vinho não se
faça procissão. O
gesto da paz na liturgia está perdendo o seu sentido sacramental, cumprimentar-se
apenas quem está
perto, evitando assim as deslocações. O bispo exortou aos participantes que
estas mudanças devem ser lentas, ensinadas com cuidado e compreensão. Deste
modo encerrou sua intervenção, abrindo espaço para as contribuições dos participantes:
Na primeira intervenção falou-se sobre a falta de silêncio na igreja no momento
de limpezas e durante cântico de saída; Por vezes, a Profissão de Fé está sendo cantado e dançado,
dificultando a percepção do seu sentido, o Credo tem por objectivo dar o
assentimento e resposta a palavra de Deus ouvida nas leituras e na homília. (Há orações que por serem
cantadas, leva o povo a esquecer a recitação de algumas orações como o Glória, credo e Pai-Nosso); Houve
uma má percepção
porque as mulheres grávidas e com bebés a amamentar não deveriam estar no grupo dos
dançarinos. Explicou-se que a razão real seria de evitar distracções para a
assembleia e a própria dançarina; não é uma questão de pecado ou exclusão; Pediu-se
esclarecimento sobre quem podia sentar-se ao altar, tornou-se claro que devem
estar ao altar presidente da celebração, os ministros extraordinário da eucaristia,
leitores e acólitos; Os acólitos devem paramentar-se cinco minutos antes dos
padres e no final da missa depois deles; Perguntou-se qual seria o momento
ideal para os alaridos, o que respondeu-se que devem serve no acompanhamento do
canto e para dar ênfase ao momento da elevação; No momento da comunhão os
padres delegam os ministros extraordinários ou diáconos e ficam sentados
deixando sua obrigação, mas a orientação é isto seja feito nas celebrações com muitos fiéis.
Orientarmos as mamãs a tirarem suas ofertas antes
de chegarem no meio da igreja; As ofertas aos padres não devem ser deixadas no
altar ou debaixo dele; Os Catequistas, não tem o seu devido valor na comunidade
de forma especial nos escrutínios, aparecem o muholi, animador, mamãs conselheiras, e não avaliam apenas recebem os
valores. Na última formação de catequistas no Invinha, ouvimos que a avaliação
deve ser feita na comunidade e o próprio catequista confirmar o catequizando na
lista de presenças, como também as suas faltas. Depois destas intervenções
saímos para o lanche às 10h00, retornando às 10h30. O moderador pediu-nos que tivéssemos em
mãos o Estatuto do Conselho Pastoral Paroquial para partilha, dúvidas e dificuldades
encontrados, iniciamos rectificando algumas observações feitas, mas depois
vimos a necessidades de lê-lo na íntegra. Com o decorrer da leitura
esclareceu-se que não pode haver Conselho Pastoral sem a presença do pároco ou
vigário paroquial, sendo os mesmos a convocar o conselho e não o animador. O
CPP deve apresentar ao bispo na visita pastoral o relatório das actividades
pastorais e não apenas mensagens. Sugeriu-se que no artigo 5, houvesse um
acréscimo, tendo também um represente da Juventude a nível da paróquia e as paróquias que tiverem um número
elevado de zonas deve-se escolher um representante geral. Evite-se trocas de
conselheiros a cada encontro e guardemos segredo em assuntos particulares
relacionados aos crentes de nossas comunidades e paróquias. Foi pedido que seja
abordado o tema central da VII Assembleia Diocesana que é a Família, deixarmos os demais temas para os diversos. Foi
gratificante ouvir que o estatuto estava bem-vindo e que a constituição dos
membros do CPP já é vivenciada em determinada paróquia. Passando a Palavra ao Pe. Agostinho ouvimos
as respostas vindas das paróquias a partir do questionário enviado, para a VII
Assembleia, assim encerramos o período da manhã. Retomamos às 14h30, ouvindo a ressonância do grupo a partir
das respostas vindas de nossas paróquias, com as seguintes abordagens: A
ausência do pai na família, deixando a responsabilidade da criação e educação
para as mães; Qual a missão dos padrinhos? Os pais deixam seus papéis de
primeiros educadores e responsabilizam os professores e a igreja. Depois das
devidas partilhas, fomos aos grupos com as seguintes questões a serem
debatidas: 1. Que iniciativas concretas a promover para fortalecer a fé e a
unidade nas famílias cristãs? 2. Quais
são os momentos mais favoráveis na vida de um casal, que devem ser aproveitados
em vista a favorecer uma vida familiar feliz? 3. Qual é a nossa contribuição na
educação da família e dos jovens? Às 16h30 prosseguimos com as seguintes respostas
dos grupos, 1: Catequese continuada; ir ao encontro das famílias não com
palavras cansativas, mas acolhedoras; Retiro para casais por semestres ou
acompanhando os tempos litúrgicos; acolhimento dos casais separados; formação
com livros adequados; testemunho pessoal; catequese actual apropriada para a
sociedade de hoje; seja revitalizado o ministério encarregado da família; Pastoral da Família
composta de 10 casais; formações para valorização da família; acompanhamento da
família nos momentos de dificuldade; criar grupos de visitas as famílias com a
ajuda dos movimentos existentes na paroquia; dialogo aberto; Formação bíblica;
confiança;
fidelidade; entendimento; celebração dos aniversários de casamento a partir dos
10 anos a nível de comunidade; colaboração mútua entre os casais e
co-responsabilidade; partilha das dificuldades entre os dois; interpretar o
ambiente familiar à
luz da palavra de Deus; troca de experiencias entre os casais; não discriminar
as pessoas, nem ex-comungá-las; encontros de orações; acompanhamento dos
filhos não deixando a responsabilidade para padrinhos; preparar moral e
economicamente. 2: Os padres e as irmãs devem acompanhar as famílias, catequese
dos casais acompanhada pelos padres, sentarem juntos no momento de missa,
passearem e trabalharem juntos; dia de apresentação dos noivos aos pais e a
comunidade; dia da realização de Matrimónio; nascimento do primeiro filho;
prepararão do casamento, momentos mais fortes de liturgia; O diálogo nos
momentos de lazer, refeições e actividades laborais; retiro de casais,
catequese de reconciliação; frequência sacramental; promoção da pastoral da família;
vivencia do perdão e alegria; passeios familiares, correcção dos erros,
partilha de vivencia diária, aceitar o outro como ele é; disponibilidade para escuta
dos problemas existentes na família; rito de iniciação. 3: Exemplo dos pais com
acções concretas, bom testemunho de vida, educação cristã, evitar brigar na frente dos
filhos; evitar manifestações agressivas; que a catequese dos jovens seja dada
por adultos; catequese actualizada, ouvir as motivações dos jovens; dialogo na
família, união; as novelas e filmes diminuem o fio de pensamento dos jovens;
criar momentos de encontros entre os jovens e os pais; motivá-los para os estudos, renovar os
esforços de formação humana e espiritual; aconselhamento familiar; ajuda-los a
descobrir e discernir sua vocação; promover formações dos jovens; corrigir
sempre sem medo; ficar mais tempo com eles; consenso na correcção; não mimarmos
ao excesso as crianças. A partir da exposição das respostas surgiram algumas
inquietações que o grupo apresentou como: a relação afectiva e sexual na vida dos casais, o que fazermos com o casal de segunda união? O problema do álcool e das
drogas, casamento e gravidez prematuro, ex-comunhões, cristãos polígamos.
Percebeu se também que as respostas estavam muito aquém daquilo que vivenciamos
em nossas comunidades, questões pertinentes não foram abordadas. Algumas
decisões a assembleia sozinha não pode decidir, mas termos mudanças de atitudes
frente as proibições, ex-comunhões e exclusão de pessoas. Por conta da falta de
pessoal no secretariado as perguntas foram improvisadas, talvez não atingindo
as expectativas e necessidades de nossas paróquias. D. Francisco Lerma sugeriu
a elaboração de novas perguntas, por parte de um pequeno grupo, buscando
através delas eliminar tudo aquilo que não é evangélico. Encerramos portanto as actividades às 17h30.
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