O SACERDOTE: A SUA IDENTIDADE
D. Francisco com os seminaristas do Seminário Propedêutico S. José de Gurúè |
Missa Crismal. IV
Feira Santa na Catedral de Gurúè
1.-Modelado
por Cristo Pastor
Para sabermos o que é o
Padre devemos conhecer primeiro Cristo e Cristo Pastor. Só a partir de Cristo é
poderemos ter uma imagem do que os sacerdotes
devemos ser, da nossa própria identidade.
O Pastor cuida,
responsabiliza-se, lidera e guia, cura e liga as feridas, está sempre à
disposição das suas ovelhas, sempre disposto a ajuda-las, dá-se a elas,
conhece-as e elas conhecem-no, elas podem confiar totalmente nele, ele ama-as.
Isto quer dizer que o
Padre não é mais uma pessoa para si próprio, com o seu próprio tempo, os seus
interesses pessoais, o seu espaço onde mais ninguém pode entrar.
Ele pertence ao povo, à
Igreja, sempre disponível à chamada das ovelhas.
Ele poderá ser um pai
cuidadoso mas não um patrão: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida como resgate por muitos (Mc 10,45).
Se o Padre age em nome
de Cristo deverá entender a liderança como Cristo a entendeu, a saber
“liderança como serviço”.
O Sacerdote não deve
ser o homem de poder com o qual oprime
os outros membros da Igreja.
O Sacerdote torna
presente Cristo na Palavra, nos Sacramentos e no governo das ovelhas.
Mas ele não proclama as
suas opiniões pessoais, mas a palavra de Deus; Ele deve amar o povo que lhe é
confiado.
2.-Solicitude
pastoral que precisa de maturidade humana.
O sentido de
responsabilidade precisa de ser desenvolvido. Isto implica ser confiável,
honesto, íntegro.
3.-
O sacerdócio é essencialmente uma realidade relacional. (PDV 12)
No seu relacionamento
com os cristãos e com os demais sacerdotes e com o Bispo não pode comportar-se
como se fosse “uma pessoa sem familiares”, um indivíduo isolado da comunidade,
da paróquia e do presbitério. Um padre não é para si próprio, mas para os outros.
Um é uma pessoa que se libertou do isolamento, saiu fora de si para se doar aos
outros. Um Padre autêntico nunca está só!. Para o Padre significa uma tripla
relação relação espiritual com Cristo, relação fraternal com os demais
sacerdotes e o Bispo, e relação paternal com os cristãos.
Nenhum presbítero pode
realizar suficientemente a sua missão isoladamente, mas só um esforço comum com
os outros presbíteros e com os cristãos e com o Bispo (PO 7).
A solicitude pastoral
do padre diocesano não é um assunto individual, mas coloca o Padre numa relação
de fraternidade com os outros padres e o bispo, isto é o Presbitério Diocesano,
fraternidade sacerdotal.
Cristo não entregou a
sua missão a uma só pessoa, mas a um grupo colectivo, os doze apóstolo que Ele
chamou e enviou juntos. Pelo que esta fraternidade apostólica e sacerdotal não é algo exclusivo dos religiosos. Pertence
à essência do sacerdócio católico. As formas é que podem varia, mas os
conteúdos são evangélicos.
A fraternidade
sacerdotal nã é baseada em amizade, nacionalidade ou região de origem ou
interesses comuns . O Nº 8 da
Presbyterorum Ordinis ensina que “os Padres em virtude da ordenação
sacerdotal estão unidos entre eles numa íntima irmandade sacramental.
A este respeito, o Bispo Sithembele Sipuka, de Umthatha, numa palestra aos seus sacerdotes disse: “Uma vez ordenado, eu não
posso decidir viver, trabalhar e associar só com aqueles cuja personalidade se
coaduna com a minha”.
Os Padres que se
excluam pessoalmente desta realidade fraternal e se retira para um “isolamento
confortável “ colocam-se a eles próprios e ao povo que lhes é confiado em
grande risco. Precisamente porque p trabalho é duro, as distância geográficos
são grandes, o padre precisa da ajuda dos outros irmãos sacerdotes, precisam
partilhar as alegrias e as tristezas com os seus irmãos para tornarem a sua
carga mais leve.
Gurúè 16.04.2014.
IV Feira Santa. Missa Crismal
Vosso Bispo
Francisco
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