1.-Esta celebração é coroação de toda a liturgia cristã, centro do ano
litúrgico, a mais antiga, a mais sagrada, a mais rica de todas as celebrações, a mãe
de todas as celebrações (S. Agostinho).
2.- Nesta noite, os cristãos
reunimo-nos para celebrarmos na esperança e na alegria, o grande acontecimento da salvação, pelo qual
Jesus Cristo, depois da sua paixão e morte na Cruz, ressuscitou. Ele está vivo,
não ficou no sepulcro, Ele venceu a morte, Ele é o Salvador de todos nós. O Poder do mal foi destruído para sempre.
No meio de tanta tristeza e sofrimento do tempo presente, temos a certeza da
feliz vitória final. Por isso nós, os cristãos, esperamos contra toda prova, na
vitória final em Cristo. Ele é o Senhor da Glória que com o seu poder nos salva
de todo o mal. Essa é alegria que nos enche esta noite e que proclamamos a todo
o mundo.
3.- Mas a nossa espera na vitória
final, não é uma espera estática, passiva, de braços cruzados como se estivéssemos a ver o que é que vai acontecer.
Não. Trata-se de uma esperança dinâmica, activa, que nos compromete dia a dia.
Trata-se de um movimento contínuo. A Páscoa significa isso mesmo “PASSAGEM”.
Como a primeira Pascoa do Povo Israelita, “passagem da escravidão” do Egipto a
caminho da terra da promessa. Nós somos
esse novo povo de Israel que caminhamos rumo ao futuro, caminhando dia a dia,
trabalhando dia a dia, comprometendo-nos
dia a dia com a construção de uma sociedade nova, do homem novo, deixando
atrás a vida antiga do mal e do pecado, alimentando-nos do fermento novo que
nos renova interiormente e nas nossa relações familiares e sociais. Deixemos o
fermento do mal, do egoísmo, da soberba, do poder, da violência, da morte, do
abuso dos outros para os interesses privados.
4.- A nossa espera é a espera
vigilante d’Alguém que vem ao nosso encontro. Como um sentinela, como o servo que espera atento á vinda do seu senhor,
a espera do noivo que está para chegar, a espera vigilantes das virgens que
esperam com as luzes acesas o esposo que está para chegar. Vigilantes na fé, construindo
no amor, esperando no compromisso diário.
5.- Esta PASSAGEM realiza-se em
primeiro lugar no Baptismo. Por
isso esta noite celebramos especialmente este Sacramento. Ser baptizado é, na
verdade, morrer com Cristo, para ressuscitar com Ele. A Água do baptismo é como
a água do mar vermelho que traga as forças do mal e liberta o Povo da
escravidão; é o sepulcro que onde é deposto o homem velho do pecado e sai o
homem novo da graça.
Por isso, desde os tempos mais antigos do cristianismo a Igreja celebra
nesta NOITE O Baptismo dos seus novos filhos, os catecúmenos; e leva todos nós,
os já baptizados a reviver o próprio baptismo tomando consciência dos nossos
compromissos e promessas baptismais.
6.- NAS LEITURAS ENCONTRAMOS ESTES ENSINAMENTOS ESSENCIAIS:
1.
Génesis:
nesta leitura descobrimos a dignidade de
toda a pessoa, criada a imagem e semelhança de Deus, a igualdade fundamental
de todas as pessoas, como filhos e filhas de Deus, o fim de toda discriminação
seja qual for o seu fundamento (racial, de género, de condição social ou
religiosa.
2.
Nos profetas
descobrimos a grandiosa vocação que
a todos nos envolve na solidariedade
universal graças ao Espírito santo que
concede a todos os que o aceitam. E, ao mesmo tempo, lembram-nos estas
leituras a força da Palavra de Deus como fonte de vida como uma via para
reencontrar a paz, a sabedoria e a vida, que tantas vezes ignoramos ou combatemos
com o nosso proceder.
3.
E no fim, os
Profetas lembra-nos a diferença entre o
agir de Deus e o nosso próprio agir. Deus promete e concede sempre o seu
perdão, a sua consolação, a fidelidade à sua Aliança, apesar das nossas
infidelidades.
4.
No Novo
Testamento (Romanos), o Apóstolo lembra-nos a vida nova do Baptismo. A semente
de vida que é semeada na pessoa baptizada, devemos cultiva-la dia a dia, até
fazê-las crescer plenamente, até ao encontro definitivo com Deus depois da
nossa morte. Neste sentido, os cristãos somos chamados a lutar a batalha, o bom
combate da fé, dano testemunho no meio do nosso mundo.
5.
Já no
Evangelho, descobrimos a grande alegria das mulheres ao ouvir o anúncio do
Anjo: NÃO TEMAIS. NÃO ESTÁ AQUI.
RESSUSCITOU COMO TINHA DITO. IDE.
Estas piedosas mulheres são as
primeiras missionárias do Evangelho. Desde então todos nos, com a nossa
vida e com as nossa palavras, devemos ir ao mundo e anunciar a ressurreição do
Senhor. Ele está vido. Ele é o nosso salvador e libertador.
Gurúè, 20.04,2014
Vosso Bispo
Francisco
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