Rev.do P. Francisco Cunlela e Rev.do P. Daniel Alexande Raúl
Caros sacerdotes; Irmãs e irmãos missionários
Dig.mo presidente do Municipio de Gurúè
Excelentíssimas autoridades e membros do governo do distrito
de Gurúè
Caros fiéis e amigos
A
narração da tempestade acalmada por intervenção de Jesus domina a liturgia da
Palavra deste XII domingo do tempo comum. Enquanto Jesus dorme à popa, os
discípulos estão com medo da tempestade. «Mestre, não te importas que
pereçamos»? Os discípulos clamam e estranham a atitude de Jesus; os discípulos
estão com medo de morte. O sono de Jesus é consequência de um dia de fadiga, mas
também exprime a sua serena confiança ou fé em Deus. Ter Jesus na barca não
significa estar certos de que tudo andará melhor, sem tempestade (aliás receber o baptismo, o matrimónio e outros sacramentos não vacina),
mas significa estar convencido que tudo está andando para o melhor no meio da
tempestade. Não se chega ao bom porto sem tempestade. Trata-se de perder pouco
a pouco as tentações de ensinar a Deus o seu mistério ou de impô-lo modos de
intervenção com os nossos esquemas. É preciso ter fé não só porque Deus «vigia», mas confiar também em Deus que «dorme».
Jesus
enfrenta a força da tempestade do mar consciente da sua divina autoridade. Diz:
«cala-te e está quieto». O mar é considerado como o recipiente das forças do
mal, o lugar onde vivem as forças do demónio. O gesto de Jesus indica que a
força de Deus é que manda o mar e expulsa as forças do inferno.
Ás
vezes, as forças do mal impedem de todas as maneiras o anúncio e a difusão do
evangelho. Mas, a evangelização é transportadora de uma força que, embora
pareça fraca (sono de Jesus) pode
ultrapassar todas as forças hostis. No fim não seja o caso em os discípulos
estejam a dormir, enquanto Jesus está a vigiar e a lutar vitoriosamente.
A
barca que atravessa o mar na tempestade é uma linda imagem da Igreja. A Igreja
goza sempre da presença de Jesus, ainda que pareça que Ele está a dormir e, às
vezes, ausente. Os discípulos sabem que Ele está com eles na barca. A Igreja no
mundo está e estará sempre investida de ventos contrários, e sempre corre o
perigo que as ondas do mar a encham de confusão, que as mentalidades e os
costumes do mundo entrem nela para correr o mesmo perigo das ondas quer para
quem está dentro como para quem esta fora (lutas
e indirectas, calunias internas e externas).
Tu
estás convencido de que Jesus não vê e não sente os ventos contrários à sua
igreja? Te parece que não se importa da sorte da barca na qual Jesus está
repousando? Jesus continua a ter confiança no Pai, que sabe e vê tudo e prove
as necessidades de seus filhos com a sua força. Quando se abate a tempestade da
prova, dor, mal, crise da fé, medo pelo presente ou pelo futuro, lembra-te do
sono de Jesus na barca. Por favor, não acordá-lo, mas mete-te a repousar a seu
lado com fé e confiança.
Concluo
dando graças a Deus pelos nossos primeiros sacerdotes diocesanos, P. Daniel
Alexandre Raul e P. Francisco Cunlela que completaram vinte e cinco anos de
fidelidade à Igreja. Em nome dos fiéis católicos da nossa diocese e em meu nome
próprio agradeço-vos todo o bem que fizestes à Igreja de Gurúè. Que Deus vos
recompense hoje e sempre. Uma festa jubilar é sempre ocasião para olhar o
passado, viver o presente e perspectivar o futuro. Durante os vinte e cinco
anos de sacerdócio combateram o bom combate e guardaram a fé. Que esta etapa
seja vivida para a renovação (interna)
da nossa fraternidade sacerdotal e caridade pastoral. Que Maria, Mãe da Igreja
interceda por nós, S. José seja nosso exemplo de humildade e Santo António,
padroeiro na diocese, nos proteja hoje e sempre. Amén.
Comunicações de S.E.R. Dom Inácio no fim da celebração eucarística
ü IV ANP – é para reflectir sobre a Igreja Católica em
Moçambique: ontem, hoje e amanhã. 1ª fase na Diocese (comunidade, centro,
paróquia e diocese); 2ª fase na província eclesiástica (Nampula, Pemba,
Lichinga, Nacala e Gurúè); 3ª fase nacional (Nampula, assembleia nacional);
ü Seminário de S. José de Invinha não tem padre para
acompanhamento espiritual dos seminaristas. Rezei e conversei longamente com o
P. Gonçalves Niviremo, até agora pároco de S. José de Lioma, para a partir de
hoje assumir o serviço de director espiritual residente no Seminário.
ü Para a paróquia de S. José de Lioma pedi obediência ao P.
Agostinho Martinho Vasconcelos que, estando em Lioma irá acumular a cura da
paróquia e serviços de director do secretariado de pastoral.
ü Aos restantes padres diocesanos desejo-vos bom trabalho e
peço as vossas orações. Cada um de vós há-de receber a obediência para novas
responsabilidades na diocese e nas paróquias. As indiferenças são maus sinais e
obstáculos que ofuscam e sujam dentro e fora a nossa diocese.
De
vosso,
+
Inácio Lucas
Bispo
de Gurúè
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