segunda-feira, 19 de novembro de 2018
TERÇA-FEIRA - XXXIII SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 20 NOVEMBRO 2018
TERÇA-FEIRA - XXXIII SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 20 NOVEMBRO 2018
Primeira leitura: Apocalipse 3, 1-6. 14-22
Escutamos hoje duas das sete cartas enviadas por João às sete igrejas. Podemos escutá-las como dirigidas a nós, uma vez que, como as igrejas a que foram destinadas, também estamos empenhados em viver o Evangelho que acolhemos.
As cartas deixam-nos entrever vários tipos de comunidades cristãs: umas espiritualmente mortas, outras apenas tépidas, outras que correm o risco de perder o sentido de novidade trazido pela fé em Cristo e, finalmente, outras fechadas em falsas seguranças. Estas situações prolongaram-se ao longo dos séculos, e todos temos de admitir que pertencemos a alguma.
A leitura das sete cartas dá-nos a estrutura de fundo que a todas caracteriza: todas são convidadas a escutar Aquele que é a palavra, Aquele cuja mensagem é a salvação. A todas é dito: «Conheço as tuas obras», para indicar que, não só cada um dos crentes, mas também as comunidades são um livro aberto para o Senhor. Segue-se a exortação à vigilância e à coragem, para afastar as ameaças que pendem sobre a vida espiritual da comunidade, seja para as renovar no seu empenhamento cristão.
Evangelho: Lucas 19, 1-10
Ao entrar em Jericó, Jesus encontra-se com Zaqueu, homem rico e chefe de publicanos (vv. 1s.). É útil darmos atenção ao itinerário de fé deste homem. «Procurava ver Jesus» (v. 3), mas não conseguia, seja devido à sua pequena estatura, seja à distância psicológica e espiritual que o afastava do Senhor. Mas era um homem à procura... Pelo que lemos no evangelho, procurava Jesus. Mas Jesus também procurava Zaqueu para lhe satisfazer o desejo. O encontro de ambos torna-se um momento de graça: «Hoje tenho de ficar em tua casa...Hoje veio a salvação a esta casa» (vv. 5.9). O termo "hoje" mostra-nos a realização da missão de Jesus, mas também a abertura de Zaqueu à salvação. A abertura ao hoje de Deus, a capacidade de se dar conta da sua presença no "hoje" da humanidade, é o segredo de quem está realmente disposto a seguir Jesus, que «veio pro¬curar e salvar o que estava perdido» (v. 10). Por isso, é oferecida a todos a oportunidade de O ver, de se encontrar com Ele, de O reconhecer como verdadeiramente é.
«O Filho do Homem veio pro¬curar e salvar o que estava perdido» A Palavra de hoje mostra-O em acção para salvar o homem e a comunidade.
Jesus detém-se em casa do pecador Zaqueu que, depois de O ter reconhecido, O recebeu, cheio de alegria, sem dar ouvidos às murmurações daqueles que o apontavam como «um pecador». A sua alegria vinha do dom gratuito e inesperado que o Senhor lhe fazia. E Zaqueu acabou por mostrar-se um "bom pecador", isto é, um pecador que reconhece a sua condição e se abre ao dom da salvação. Decidiu dar metade dos seus bens aos pobres e, àqueles a quem defraudou, restituiu quatro vezes mais. A sua fé mostrou-se eficaz: não demorou a traduzir-se em decisões concretas e em gestos de benevolência para com o próximo, especialmente para com os pobres. Como sabemos, a fé que não se concretiza em obras, não é autêntica, não é credível, não é caminho de salvação.
As comunidades cristãs, a que se dirige João, deixam muito a desejar por causa do seu comportamento. O Apóstolo não pode calar-se e alerta-as para a necessidade de traduzir em gestos concretos e credíveis a fé que professam publicamente. O primeiro gesto a praticar é eliminar da vida comunitária tudo o que possa comprometer a sanidade espiritual; o segundo é cultivar com alegria e sentido de responsabilidade o dom da fé. E João não deixa de apontar o prémio reservado a todos aqueles que, com Jesus e como Jesus, poderão vir a ser reconhecidos "vencedores".
Fonte: Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia”
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