sexta-feira, 23 de novembro de 2018
SEXTA-FEIRA - XXXIII SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 23 NOVEMBRO 2018
SEXTA-FEIRA - XXXIII SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 23 NOVEMBRO 2018
Primeira leitura: Apocalipse 10, 8-11
Doçura na boca e amargura nas vísceras: esta imagem faz-nos compreender o drama de quem, não só está consciente do direito de escutar a Palavra, mas também do dever de a testemunhar. O verdadeiro profeta partilha o destino da Palavra, d´Aquele que é a Palavra, um destino pascal de sofrimento e de alegria, de trevas e de luz, de morte e de vida. A ordem final: «É necessário que continues a profetizar» (v. 11) diz-nos que a missão profética não é opcional, mas um dever daquele que acolheu a Palavra.
Evangelho: Lucas 19, 45-48
O evangelho de hoje apresenta-nos Jesus que, sendo manso e humilde coração (cf. Mt 11, 29), usa de violência para que se possa servir a Deus em santidade e justiça, e fazer da Sua casa uma casa de oração. Temos de aceitar esta imagem de Jesus e, por conseguinte, aceitar que o Evangelho seja anunciado e seja vivido de modos diferentes sem pretender que todos tenham as mesmas atitudes e orientações espirituais.
O Espírito pode sugerir que a apresentação e o anúncio do Evangelho varie conforme as circunstâncias. No texto que escutamos hoje, Jesus é tomado pelo zelo da casa de Deus: «Está escrito: A minha casa será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões!».
Neste episódio, Jesus liberta o templo de Deus para que se possa servir a Deus em santidade e justiça, fazer da casa de Deus uma casa de oração. Mas, templo de Deus não é só o de Jerusalém: é a sociedade, é toda a pessoa, que deve ser libertada do inimigo para poder servir a Deus em santidade e justiça.
Os cristãos em geral, e os evangelizadores em particular, podem sentir-se impelidos a intervenções fortes em vista do respeito pelas pessoas e pelas sociedades. Não é fácil julgar essas intervenções, estando fora das situações em que acontecem. Se há o perigo de ser imprudentes, também há o perigo de ficar calados, quando é necessário intervir contra a injustiça e a opressão.
Há ligação entre a missão profética de que fala a primeira leitura e a casa de oração de que fala o evangelho. A Palavra de Deus é dom a comunicar aos outros por meio da profecia, e dom a assimilar pessoalmente no colóquio íntimo e amoroso com Deus, que é a oração. São dois aspectos de uma única experiência espiritual, e dois momentos de um único ministério. A missão profética amadurece na oração; a oração leva a sentir a necessidade de evangelizar.
A liturgia da Palavra é um convite diário a não separarmos o que, no projecto de Deus, deve permanecer unido. Jesus manifesta claramente a união entre a oração e a missão. A oração precede, acompanha e prolonga-se em relação às suas actividades missionárias e de bem-fazer. Por isso, tem força e coragem para denunciar situações de injustiça, acatando as consequências. A sua morte não é fruto do acaso. Sabe o que O espera. Por isso, a sua oração perene se intensifica, à medida que se aproxima a sua hora.
É um direito e dever da Igreja proclamar a justiça e denunciar a injustiça.
Fonte: Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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