quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ANO DA FÉ NA DIOCESE DE GURÚÈ: Carta Pastoral de D. Francisco


“Firmes na Fé”.

Carta Pastoral de D. Francisco Lerma, Bispo de Gurúè, para transmitir à Diocese a proclamação do Ano da Fé (2012- 2013), instituído pelo Papa Bento XVI para toda a Igreja
 Caríssimos diocesanos:

“Permanecei firmes na Fé” (1 Cor 16,7). Com estas palavras do Apóstolo Paulo, dirigidas às primeiras comunidades cristãs de Corinto, saúdo a cada um de vós, baptizados, catecúmenos, sacerdotes, religiosas e religiosos, animadores das comunidades nos seus vários ministérios e serviços, e pessoas de boa vontade da nossa Igreja local da Alta Zambézia que, unidos, formamos a Diocese de Gurúè.
Vos escrevo para vivermos o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, em comunhão diocesana e com toda a Igreja, renovando a nossa Fé em Cristo, vivendo os compromissos baptismais e apostólicos. Segundo as orientações do Papa, o Ano da Fé terá o seu início no dia 11 de Outubro de 2012, coincidindo com o Cinquentenário da Abertura do Concílio Vaticano II, e o seu encerramento será no dia 24 de Novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei (BENTO XVI, A Porta da  , 4).

Com esta carta quero também indicar-vos as orientações comuns para que, numa visão e pastoral de conjunto, tenhamos em conta os acontecimentos e os Planos Pastorais que nos vêm de várias instâncias. Durante o Ano da Fé devemos lembrar com especial atenção, nas diversas programações que se vão realizando a nível diocesano, paroquial e nas comunidades, o seguinte:
·        Acontecimentos que devemos viver em comunhão com a Igreja Universal: Cinquentenário do Concílio Vaticano II; 20º Aniversário do Catecismo da Igreja Católica; o Sínodo sobre a Nova Evangelização; a Jornada Mundial da Juventude (Rio de Janeiro 22-29 de Julho 2013).
·        Em comunhão com toda a Africa: Conclusões do II Sínodo para África; as orientações das Conferências Episcopais de todo o Continente (SECAM), em geral e da África Austral (IMBISA), em particular.
·        Em comunhão com todas as Dioceses de Moçambique: o Plano Pastoral da CEM.
·        Na programação diocesana:
·        a) continuar com os compromissos assumidos na VI Assembleia Diocesana de Pastoral para 2012, Ano Diocesano da Unidade e da Eucaristia, bem como da Sustentabilidade Económica;
·        b)para 2013, Ano Diocesano da Evangelização e Catequese; a Sustentabilidade Económica como assunto transversal e permanente deve continuar a merecer a nossa atenção; o XX Aniversário da Criação da Diocese.
·        Na programação paroquial: concretizar com actividades bem definidas e possíveis de realizar.
·        A nível pessoal: renovação da vivência dos nossos compromissos como discípulos de Cristo, sendo coerentes com a fé que professamos.  

Um panorama muito vasto! Acredito que com a dedicação e colaboração de todos saberemos encontrar uma linha de fundo comum que nos permita concretizar em pequenas actividades muito concretas e ao nosso alcance, tendo em conta as possibilidades da nossa realidade geográfica, humana, eclesial e económica. Eis o desafio que lanço a todos, aos Consultores, aos membros do Conselho Presbiteral, aos responsáveis do Secretariado Diocesano de Pastoral, dos Departamentos e das Comissões Diocesanas, aos Catequistas, aos Animadores dos vários ministérios e a todos os cristãos.
Como ainda estamos no ano da Unidade Diocesana e da Eucaristia, lembro-vos o que continuamente tenho estado a frisar nas minhas visitas pastorais: Juntos e muito unidos entre nós daremos pequenos passos, passos nossos, e chegaremos longe, sejam quais forem os problemas que tenhamos que enfrentar. Isolados, por caminhos paralelos ou divididos não conseguiremos dar um passo em frente e nunca chegaremos à meta pretendida.

Acho que os pontos salientes do documento do Papa “A Porta da Fé” incluem e, de certa maneira, encontram relação com cada um dos aspectos mais característicos dos Planos Pastorais e dos acontecimentos abrangidos no período de tempo do Ano da Fé (Outubro 2012 – Novembro 2013).
Devemos pormo-nos a caminho, diz Bento XVI, para conduzirmos todos os homens à plenitude da vida, ao encontro com Aquele que dá a vida e a vida em abundância, ao encontro com Deus que é Pai, fonte de toda a Vida e de todo Amor. Este objectivo fundamental do Ano da Fé deve orientar o nosso Ano Pastoral de 2013, Ano Diocesano da Evangelização e Catequese. Trata-se do objectivo de toda a obra da Evangelização: João Baptista mostrou Jesus já presente com estas palavras: “Eis o cordeiro de Deus” (Jo 1,36); André diz ao seu irmão Pedro e aos amigos quando o encontrou: “Encontramos o Messias” (Jo 1,41). Jesus pede à Samaritana para ela acreditar n’Ele e a beber da água viva (Jo 2,14 e ss) e lhe diz: “Mulher, acredita em Mim” (Jo, 4,21).

Por isso que na revitalização da nossa catequese devemos rever se os nossos catecúmenos, se as crianças da 1ª Comunhão, se os que se preparam para receberem o Crisma, se os que se preparam para o Casamento, no fim da própria caminhada, foram ao encontro com Cristo, se fizeram experiência pessoal de Deus nas suas vidas, se aprenderam a encontrar-se face a face com Deus, como Moisés, o amigo de Deus (Ex  33,11; Nm 12,7-8); Deut 34,10). Com o Pai entramos em conversa amiga e confidente, em oração intima e espontânea e não apenas com orações decoradas. Com Ele devemos aprender a entrar confiadamente na sua amizade.
No ensino da catequese devemos analisar se exigimos dos catequizandos apenas a aprendizagem de fórmulas e respostas do catecismo, esquecendo a conversão, a mudança de vida, a vivência e o testemunho. É muito importante este aspecto de levar e preparar ao encontro com Cristo os nossos catecúmenos e os que se preparam para os vários sacramentos. Mas isto não será possível se nós próprios, catequistas, animadores das comunidades e dos vários ministérios, as religiosas e os religiosos, os sacerdotes e o Bispo não vivemos a fé que professamos. Nós, antes de sermos responsáveis pela animação pastoral das comunidades, somos cristãos, como muito bem escreveu Santo Agostinho: “Para vós sou bispo, convosco sou cristão”. Por isso, devemos acreditar e viver o que ensinamos aos fiéis. A primeira catequese é a própria vivência da fé, a vida de cada um de nós como cristãos e discípulos do Senhor, o testemunho do que acreditamos e professamos com os lábios.

Deveríamo-nos perguntar se passamos muito ou pouco tempo em oração silenciosa e contemplativa diante do Senhor antes de iniciarmos as nossas actividades pastorais e, mais concretamente, antes do encontro de  catequese. Nunca deveríamos dar catequese ou fazer uma homilia ou dirigir uma reunião do conselho paroquial ou da comunidade, sem antes meditarmos e orarmos diante do Senhor sobre o que vamos transmitir aos nossos irmãos. O nosso trabalho não é o de cumprir uma tarefa profissional. Nós não somos funcionários da Igreja. Somos apenas servidores da palavra e das comunidades: “Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também” (Jo 13, 15-16); “Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.» ( Act 6,4).
 Os ministérios que exercemos nas comunidades não são para benefício próprio nem uma profissão, mas são serviços livremente oferecidos (cf I Assembleia Nacional de Pastoral, Conclusões, 1), que devem ser feitos para o bem comum das comunidades: “A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum” (1Cor. 12, 7). Trata-se de transmitir vida, de comunicar o que nós sentimos e experimentamos, a nossa própria experiência de fé: “Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há nenhuma espécie de trevas” (1Jo 1,5).

Devemos levar aos nossos irmãos a confessar a fé em Cristo Ressuscitado e nosso Salvador na nossa Catedral, nas nossas igrejas paroquiais, nas nossas comunidades, nas nossa casas, no meio das nossas famílias e nas comunidades religiosas (Bento XVI, A Porta da Fé, 8), para que cada um reconheça as exigências da nossa fé cristã e a obrigação de a transmitir aos nossos filhos e aos que ainda não a conhecem. Neste sentido e para não esquecerem os seus compromissos baptismais e ter um meio de oração, os primeiros cristãos aprendiam a de cor o Credo. É o que também nos nossos dias fazemos na catequese, pois ela é um instrumento válido para a transmissão da fé. Devemos escolher dentro dos nossos programas pastorais um dia próprio para professarmos publicamente o credo em que acreditamos. Como sugestão, poderia ser o dia em que nas comunidades se celebra o Baptismo, ou no dia da Festa do próprio Santo Padroeiro.

Mas não é suficiente decorar e conhecermos as fórmulas do credo e das orações do Catecismo. Na catequese devemo-nos esforçar para que os catecúmenos conheçam interiormente o Senhor, se habituem a rezar e a escutá-lo no mais íntimo do coração. Lembremos as palavras de S. Agostinho: “Tu estavas dentro de mim e eu te procurava longe…”. Nós e os que  recebem a catequese devemos acreditar n’Aquele que o Pai enviou, Jesus Cristo: “Disseram-lhe, então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» Jesus respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou»” (Jo 6,28-29).
As pessoas perguntam-nos o que devem fazer para serem baptizados ou para receber este ou aquele sacramento. A nossa resposta é a mesma de S. Pedro: “Que devemos fazer? Pedro respondeu: Arrependei-vos e cada um seja baptizado (Act 2, 37-38).

Coincidindo com o Cinquentenário da abertura do Concilio Vaticano II, o Papa Bento XVI convocou para o mês de Outubro deste ano um Sínodo geral tendo como tema “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. Para nós cristãos de África e, em especial, de Moçambique e mais concretamente da nossa Igreja local de Gurúè, deve ser uma ocasião especial para a reflexão sobre a vivência da nossa fé no nosso contexto geográfico, cultural, histórico, político e eclesial. Considerar o número sempre em aumento de cristãos e a qualidade de vida. Vivemos um momento especial que exige de nós o aprofundamento da fé, com vista a enraíza-la, testemunha-la e transmiti-la.

1.      Aprofundar

Passou a primeira fase da obra missionária, do início da acção evangelizadora em Moçambique, o tempo dos binários escola – capela, catequista – professor, Igreja – Estado, o tempo dos primeiros cristãos; passou o tempo difícil da revolução e  tempo trágico da guerra que impediram a normalização da vida das comunidades e da formação sistemática dos agentes da pastoral; passou o tempo da dependência absoluta do exterior quanto aos recursos humanos (missionários) e económicos, e quanto à reflexão teológica e pastoral; quanto à organização interna da Igreja e quanto às expressões litúrgicas.
Passamos de uma dependência total do exterior à consolidação da Igreja local, a partir dos próprios recursos; de uma igreja totalmente dependente dos missionários vindos de outras igrejas à constituição do clero local.

Por tuto isto, chegou a hora de aprofundarmos o conhecimento e a vivência do Evangelho que os primeiros missionários nos transmitiram com grande zelo apostólico e dedicação total da própria vida, apesar do desconhecimento profundo da nossa realidade socio-cultural, da nossa história, da maneira de pensar e de agir. Mesmo assim, com a sua fragilidade, com muito amor e sacrifício evangelizaram o nosso País, transmitindo-nos a mensagem de Jesus. Toca a nós aprofundar nas verdades transmitidas e no testemunho do que professamos.
2.      Enraizar

O Sínodo Geral, convocado pelo Papa Bento XVI para o mês de Outubro 2012, vai reflectir sobre A nova evangelização para a transmissão da fé. Para nós, tendo em conta a nossa realidade socio-cultural e eclesial, a nova evangelização supõe principalmente um processo que tenha em conta, entre outros os seguintes aspectos: alma africana, estar em comunidade, respeito e amor pela vida, a igreja-família, a reconciliação, as pequenas comunidades cristãs, a igreja ministerial e a inculturação profunda da fé.
a) Justiça e paz e integridade da natureza

Lutar contra tudo o que é infra-humano: evangelizar no nosso meio hoje significa comprometer-se por superar todo o tipo de miséria, injustiça, violência, guerras, corrupção, descriminação económica, religiosa e de género, e de marginalização; significa ao mesmo tempo, ser construtores da paz a todos os níveis desde o interior das consciências, nas famílias, nos lugares de residência, de trabalho, na gestão pública e em todas as relações humanas.
Significa também criar condições de acesso generalizado à educação e à assistência  sanitária para todos; criar e cultivar relações democráticas entre os cidadãos, na distribuição equitativa da riqueza nacional. Neste sentido, os nossos programas pastorais devem ter em conta as conclusões do II Sínodo especial para África, no documento Africae Munus do Papa Bento XVI, recentemente promulgado. Trata-se de um documento de particular importância para toda a Igreja em África que devemos divulgar, conhecer e estudar em ordem a pôr em prática as suas orientações. O Secretariado Diocesano de Pastoral estudará a modalidade mais prática para tornar acessível a todos os conteúdos deste documento, preparando subsídios apropriados em Português e em Lómwe e programando e realizando cursos nas Regiões e nas paróquias.

b) Inculturação
 Nova evangelização significa igualmente revitalizar o processo de inculturação da fé no nosso meio. Houve iniciativas e diversos trabalhos de pioneiros, mas agora precisamos de um trabalho sistemático e assumido por todos. Chegou a hora do estudo e de tomada de decisões concretas comumente aceites, partilhadas e programadas para evitar que cada um invente a sua inculturação.

A inculturação começa na consciência. Aí, no interior e mais profundo do ser, é que a pessoa começa a fazer a verdadeira síntese entre a fé que lhe é anunciada e a sua cultura. No coração tocado pela graça de Deus é que a pessoa vê em profundidade e compreende a fé que professa. A partir dai é que se faz o discernimento e a escolha das expressões que melhor transmitam os valores e significados da nossa fé cristã. Sejam símbolos, cânticos, danças, gestos, poesias, cores, seja o que for deve ser expressão dos valores cristãos enraizados na nossa cultura.
Para este trabalho é necessário que a Comissão Diocesana de Cultura ponha mãos à obra e comece a caminhar programando o trabalho, as sessões de estudo e os cursos de formação a nível das Regiões Pastorais e das Paróquias para atingir o maior número de agentes de pastoral. É urgente que a Comissão de Cultura organize núcleos de estudo para reflectirem e se interrogarem e, deste modo, oferecerem orientações concretas, propostas e indicações sobre questões que os agentes de pastoral enfrentam diariamente: nomeadamente as questões relacionadas com a iniciação dos jovens, o matrimónio, a doença e a morte.

A este respeito, sabemos que em algumas Dioceses (por exemplo Lichinga, Nampula, Beira, Inhambane e Maputo), há um trabalho sistemático com diversas actividades e produziram subsídios que usam nos cursos de formação para os agentes de pastoral e para as próprias comunidades. Neste sentido há, por exemplo, Retiros apropriados para os jovens no período Iniciação nas Dioceses de Maputo, Beira, Nampula e Niassa. É oportuno que, ao organizarmos este sector da pastoral, conheçamos as experiências dos outros e nos sirvamos do material que estão usando, adaptando-o à nossa realidade.
Ainda dentro deste mesmo sector da Cultura, sentimos a necessidade de organizarmos um curso de inserção cultural e pastoral para os missionárias e missionários originários de outras  áreas culturais dentro e fora do País e  recém-chegados à Diocese. Uma data possível poderia ser no primeiro trimestre de 2013.

Para “descobrirmos novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada” (cf. João Paulo II, O Depósito da fé, 116; Bento XVI, A Porta da fé 9), é necessário que a fé seja enraizada na própria cultura, encontrando as expressões mais adequadas nas celebrações litúrgicas, seguindo as orientações da Igreja e da nossa própria Conferência Episcopal e nos aspectos que podemos normalizar a nível diocesano.
Neste sentido devemos encontrar orientações diocesanas para as celebrações dominicais nomeadamente no que se refere aos presidentes das mesmas, aos leitores, aos cantores, às danças, aos gestos, aos tocadores, as palavras, ao decoro e beleza de tudo o que se faz na capela, na conservação, distribuição e adoração da Eucaristia. Neste sentido lembremos o que vos escrevi no nº 9 da Carta sobre o Ano da Eucaristia.

3. Testemunhar
Temos que viver em coerência com a fé que professamos. Como discípulos de Jesus somos enviados a sermos suas testemunhas: “Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo” (Act 1,8). Uma fé forte e enraizada exige que ela seja vivida, pois a fé sem obras é morta : “Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé»” (Tiago 2,17-18).

Bento XVI fala de “…maneira sempre nova para se dar testemunho coerente” (Idem, 5). E acrescenta ainda no mesmo documento: “A renovação da Igreja realiza-se também pela vida dos crentes” (Idem, 6). Este Ano da Fé é, pois, uma renovada e constante chamada à conversão pessoal e à nossa identidade cristã, e à vivência da fé que acreditamos e proclamamos.
4. Transmitir: Anunciar

O Senhor nos envia hoje para que nas famílias, nas nossas aldeias  e localidades, nos nossos bairros, nas machambas, na Escola, nas unidades sanitárias, nas repartições, nas empresas, em qualquer lugar onde trabalhamos sejamos seus apóstolos e nesse meio proclamemos com o exemplo e com a palavra o Evangelho (cf Mt 28,19).

O mandato de Jesus foi o que orientou a nossa VI Assembleia Diocesana de Pastoral (Março 2011) a proclamar que toda a Diocese se encontra em estado de Missão: Diocese de Gurúè toda ela Missionária.
Jesus renova em nós o mesmo mandato que receberam os apóstolos. Este mandato missionário de Jesus requer novo empenho em cada um de nós. Ninguém está isento, ninguém se pode demitir desta responsabilidade. Todos nós devemo-nos sentir implicados na obra da evangelização. Hoje a Igreja precisa de nós. Ninguém se sinta excluído desta digníssima tarefa. Descubra cada um “a alegria de comunicar aos outros a sua fé”, afirma o Papa (Bento XVI, idem, 7).

As nossas comunidades devem continuar a gerar novos filhos. Não podemos ficar satisfeitos com o que foi feito até agora. A machamba é muito grande e precisa de muitos trabalhadores. Devemos assumir a urgência do mandato missionário no nosso tempo: ir por todo o mundo e anunciar a Boa notícia de Jesus. Isto significa anunciar sem temor a mensagem de Jesus. Recebemos o espírito Santo para termos forças, coragem, zelo apostólico e alegria de anunciar o Evangelho às pessoas que não o conhecem, ou mal o conhecem ou se afastaram  d’Ele. O Espírito santo que recebemos nos Sacramentos, nos prepara para esta tarefa para que a cumpramos com novo ardor, entusiasmo e dedicação.
5. Itinerário diocesano
A seguir apresento algumas indicações para a vivência do Ano da Fé que deverão ser concretizadas nas comunidades. As Paróquia deverão encontrar formas concretas inspirando-se nas orientações da Carta do Papa A Porta da  .

a)      Abertura.

No próprio dia 11 de Outubro na Catedral haverá uma celebração presidida pelo Bispo para abrir oficialmente o Ano da Fé na Diocese. A nível das Paróquias e comunidades: celebrar-se-á a abertura do Ano da Fé escolhendo o dia mais apropriado para cada paróquia e em cada comunidade, ressaltando especialmente o rito da Profissão de Fé ou o Credo.
 
b)      Formação Permanente dos Padres e dos Religiosos e Religiosas: O Retiro Anual dos Padres Diocesanos versará sobre o Ano da Fé. Em data ainda a escolher, entre os meses de Maio – Junho e Julho, haverá um encontro de formação permanente sobre o Concílio Vaticano II e sobre o Catecismo da Igreja Católica.

c)      Pastoral Juvenil. A Comissão Diocesana ao organizar a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, terá em conta, além da Mensagem do Papa, os temas fundamentais do Ano da Fé.

d)      Reciclagem dos Catequistas. Coincidindo com o Ano da Evangelização e da Catequese a nível diocesano (Conclusões da VI Assembleia Diocesana de Pastoral), haverá em cada uma das Regiões ou Paróquias mais vizinhas cursos de formação de catequistas. Estas iniciativas deverão ser coordenadas entre os Párocos.

 
e)      Eucaristia. Continuando a experiência do Ano da Comunhão Diocesana e da Eucaristia, em toda a Diocese continuaremos fazendo a Adoração ao Santíssimo Sacramento, segundo o dia já tradicional em cada comunidade.

f)        Ecumenismo. Será necessário retomar o diálogo com os nossos irmãos de outras Igrejas com celebrações apropriadas, especialmente por ocasião da Semana de Unidade dos Cristãos ou noutros momentos que cada Paróquia achar mais convenientes.
 
g)      Formação Permanente para as comunidades. O Secretariado há-de enviar um subsídio apropriado de quatro ou cinco temas para ser usado na catequese com todos os cristãos.

 
h)      Sacramentos: aproveitar a celebração dos vários sacramentos da fé (Baptismo, Crisma, 1ª Comunhão e Matrimónio) para professarmos solenemente a nossa Fé.
 
i)        Movimentos.

Nos seus encontros de formação e demais actividades próprias, cada movimento defina momentos próprios para fortificar a própria fé e a comunhão entre todos os discípulos de Cristo na Diocese.
 
j)        Peregrinações marianas

Continuando com a tradição mariana que iniciamos este ano e sob o tema Maria, Mulher firme na Fé, teremos a Peregrinação Diocesana à Igreja de N. S. de Fátima de Muliquela nos dias 11 e 12 de Maio 2013.

 As  peregrinações regionais serão feitas nos lugares e datas a escolher localmente..
k) O encerramento

           O Ano da Fé terminará no dia 24 de Novembro de 2013, indicado pelo Papa Bento XVI (Porta da Fé, 4), Solenidade de Cristo Rei do Universo.

 A nível diocesano será no dia 9 de Dezembro de 2013, com uma Solene Celebração Diocesana na Igreja Catedral com a qual também celebraremos o 20º Aniversário da criação da Diocese de Gurúè.
Conclusão

Comprometamo-nos todos para que este ano seja uma ocasião propícia para fortificarmo-nos mutuamente na única Fé no único Pai, Criador e Senhor de todas as coisas, no seu Filho bem amado e no Espírito Santo, que anima a Igreja na unidade dos vários carismas e dons e no compromisso pela construção do Reino de Deus.
A minha bênção com Maria Mãe de Jesus, nossa querida Mãe, estrela da Evangelização, mulher forte na fé, nosso modelo e guia nesta caminhada; com Santo António, nosso padroeiro, intercessor e exemplo de ouvinte e anunciador da palavra que leva à Fé; com todos os trabalhadores do Evangelho, padres, irmãs, irmãos e leigos dedicados ao apostolado; e com tantos cristãos já falecidos, nossos antecessores na  Casa do Pai, que nesta parcela da Igreja na Alta Zambézia, conduziram a tantos irmãos e irmãs pelos caminhos da fé e aqui repousam. Esta nossa Diocese é fruto da fé que eles viveram, anunciaram e transmitiram firmes na fé.

 

Gurúè,  11 de Outubro de 2012, no 50º Aniversário do Concílio Vaticano II

O vosso Bispo

 + Francisco Lerma

 

 

 

 

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