segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
2ªFEIRA TC – ANOS ÍMPARES – I SEMANA – 14 JANEIRO 2019
2ªFEIRA TC – ANOS ÍMPARES – I SEMANA – 14 JANEIRO 2019
Primeira leitura: Hebreus 1, 1-6
A revelação de Deus na história humana, cujo centro é o Filho, aconteceu de modo paulatino e progressivo. Antes da vinda do Filho, Deus tinha-se revelado em inúmeros pequenos e grandes acontecimentos. Revelara-se de muitas maneiras: sonhos, visões, experiências, epifanias na natureza e no coração dos homens. Revelara-se por meio de homens como Abraão e Moisés.
A vinda de Cristo inaugura uma nova época. Com Ele, acabou a revelação parcial e fragmentária do Antigo Testamento. Cristo fala-nos de Deus, sendo Filho do mesmo Deus. A sua revelação é plena e completa. Ensina-nos que o Deus dos Pais é único, mas não solitário; na perfeita comunhão das pessoas é eterno Pai de um Filho cujo mistério se tornou presente no meio de nós «nestes dias» (v. 2).
O Autor da carta esboça-lhe sinteticamente os traços: o Filho é criador com o Pai, revela-O plenamente e participa da sua soberania (vv. 1ss.). N´Ele mora o esplendor de Deus que, desse modo, se torna perceptível ao homem (v. 3ª): o templo era um símbolo desta realidade que se cumpre em Jesus. Verdadeiro templo, Jesus é também o verdadeiro sacerdote que «que realizou a purificação dos pecados» (v. 3), pela oferta sacrificial de si mesmo. É esse o culto definitivo, que abre o acesso a Deus, à direita do qual o Filho está sentado (v. 3b).
Apesar de ter assumido a nossa natureza (v. 6ª), Cristo é muito superior aos anjos. Tem efectivamente uma relação de origem absolutamente única com Deus (v. 5), que O constituiu primogénito de toda a criatura (v. 6; cf. Gl 1, 15-18) e lhe deu o seu próprio «nome»: Senhor, Kýrios (v. 4; cf. Fl 2, 9-11).
Com esta argumentação, o Autor pretendia defender os cristãos provenientes do judaísmo da apostasia a que os podia levar a saudade dos ritos do templo de Jerusalém ou o perigo de iminentes perseguições.
Evangelho: Mc 1, 14-20
A liturgia do tempo comum, põe-nos a caminho com Jesus, na progressiva descoberta do seu mistério e da nossa própria e verdadeira identidade. Na linha dos profetas, e de João Baptista, convida à conversão: «arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (v. 15). Estas palavras mostram que Jesus exige ao discípulo uma atitude nova e radical. Vão na mesma linha as duas cenas de vocação.
Os discípulos são chamados a um novo êxodo, ao caminho inaudito do evangelho: «Vinde comigo»; «Deixando logo as redes, seguiram-no». Todo este dinamismo parte do olhar e do chamamento de Jesus. Não parte de uma iniciativa voluntarista, moralista ou generosa do homem. Não é o homem que parte ao encontro de Deus. É Deus que vem ao encontro do homem. A Encarnação torna possível o seguimento, o caminhar com Jesus, o Filho de Deus feito homem.
O seguimento de Jesus implica «deixar» algumas pessoas, algumas coisas, alguns projectos pessoais, o que sempre requer algum sacrifício. Mas é possível, porque o olhar de Jesus precede a tomada dessas decisões. Jesus que passa, vê e chama, é a estrutura que possibilita abandonar tudo e segui-l´O. Jesus vem ao nosso encontro para mudar o nosso destino. Passa pela dia a dia dos homens, vê com um olhar cheio de amor e conhecimento, convida, promete uma nova condição. Inaugura o tempo favorável (kairòs) em que Deus submete as forças que reduzem a vida do homem (v. 15ª).
O magnífico exórdio da Carta aos Hebreus apresenta-nos Cristo como Aquele que herdou um nome bem diferente do nome dos Anjos. Que nome é esse? À primeira vista, tendo em conta a liturgia hodierna, parece ser o de Filho de Deus. Mas, se tivermos em consideração a primeira parte da carta, não é apenas esse.
É verdade que Cristo é Filho de Deus. Mas aqui trata-se de Cristo glorificado na glorificação pascal. Filho de Deus, e glorificado no seu mistério pascal, Cristo é também irmão dos homens, como veremos amanhã.
Como Filho é superior aos Anjos; como irmão dos homens é menor que os Anjos.
Como Filho está mais próximo de Deus; como irmão está mais próximo de nós. Estes dois aspectos podem sintetizar-se no nome de Sumo Sacerdote, perfeito Mediador, por meio do qual entramos na intimidade da Trindade. O seu nome é, portanto, misterioso, profundo, motivo de esperança e de confiança. Por meio do seu Filho, diz a carta, «Deus falou-nos, nestes dias, que são os últimos» (v. 2).
No começo do tempo comum, a Igreja põe diante de nós uma palavra de Jesus: «Vinde comigo» (v. 17). Esta palavra obtém uma dupla resposta: «seguiram-no» (v. 20). É o caso de Simão e André, de Tiago e de João.
Também nós somos convidados a seguir Jesus durante este ano. Somos chamados a segui-lo na humildade, no sacrifício e na renúncia, mas, sobretudo, a estar com Ele, a partilhar a sua vida e a sua missão. É o mais importante.
Para seguir Jesus, temos de renunciar a escolher, nós mesmos, o nosso caminho, o que muitas vezes implica sofrimento, porque exige abandonar o que mais espontaneamente nos agrada. Custa renunciar à orientação da nossa vida, conforme nos apraz, para aceitarmos ser conduzidos por Outro, talvez para onde não queiramos. Já S. Pedro ouviu da boca de Jesus: «outro te há-de levar para onde não queres» (Jo 21, 18).
Mas há também o aspecto positivo da resposta ao convite «Segui-me» que é estar com Jesus, não estar sós, não estar nas trevas mas na luz, porque Jesus disse: «Quem me
segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12).
«Seguir» Jesus é condição para viver no amor. Quem marca o seu próprio caminho não vive no amor, mas na solidão. Quem, pelo contrário, segue Jesus, está sempre com Ele, seu irmão e Senhor, e experimenta uma grande alegria.
Reflictamos: «Quem estou a seguir, agora»? Peçamos ao Senhor que acenda em nós o desejo de O seguirmos toda a nossa vida. Os profetas antigos anunciaram as coisas de Deus, mas hoje, é pelo Filho que Deus nos fala. É Ele a Palavra poderosa e criadora. É Ele quem nos revela o Deus que jamais alguém viu. É a sua imagem perfeita, a sua glória irradiante, o seu Filho muito amado.
Fonte: adaptação/resumo de : “dehonianos.org/postal/liturgia”
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