quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
26 DEZEMBRO SANTO ESTÊVÃO,
26 DEZEMBRO SANTO ESTÊVÃO,
Primeira leitura: Actos 6, 8-10; 7, 54-60
Estêvão foi um dos primeiros sete diáconos da Igreja. Como os seus companheiros, estava ao serviço da comunidade cristã, para que a comunhão se tornasse visível também na distribuição dos bens (cf. Act 6, 1-6). Foi uma ardorosa testemunha de Cristo, dotado de particulares dons do Espírito, tais como a sabedoria contemplativa na pregação e a força evangélica na evangelização. O corajoso discurso que faz diante dos anciãos e chefes do povo, e a narração do seu martírio são um magnífico exemplo de catequese bíblica. O discurso termina com a profissão de fé em Jesus, feita por Estêvão. Os seus inimigos acusam-no de blasfemar e pecar contra a Lei e o templo, condenando-o à morte.
Ao narrar a lapidação de Estêvão, Lucas segue o esquema da narrativa da morte de Jesus. Como o seu Mestre, Estêvão morre confiando-se a Deus e perdoando aos seus algozes (cf. vv. 59-60; Lc 23, 34.46). Lucas mostra-nos, assim, que a vida de Cristo continua a na vida da Igreja: na disponibilidade ao Espírito, na pregação, na coerência evangélica e na própria morte.
Jesus, com a sua morte e ressurreição, e com o dom do Espírito, inaugurou um tempo novo. Ele é a plenitude da Lei, e não há perseguição capaz de O destruir.
Evangelho: Mateus 10, 17-22
Jesus dá alguns ensinamentos aos discípulos sobre as provações e sofrimentos que a Igreja há-de enfrentar ao longo dos tempos. Fá-lo com tanta clareza e abundância de pormenores que parece descrever a situação da Igreja depois do ano 70, quando teve de enfrentar diversas provações internas e externas. Corria o risco de desanimar e perder a fé no seu Senhor. Jesus toma medidas para a continuação da Sua obra no tempo e no espaço, antecipando acontecimentos e sinais que a comunidade cristã teria de enfrentar. Queria preparar os discípulos para ultrapassarem o escândalo da cruz.
Jesus procura animar os discípulos medrosos dizendo-lhe: «não vos preocupeis» (v. 19). O anúncio corajoso e alegre do Evangelho não pode ser feito por gente assustada e medrosa. Por isso, intervirá o Espírito Santo: «o Espírito do vosso Pai é que falará por vós» (v. 20).
Tempo de Natal. Ecoa aos nossos ouvidos, e nos nossos corações, a palavra de João: «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós». Estêvão estava plenamente certo desta verdade. Deus tinha inaugurado uma nova forma de estar presente no meio dos homens. Ele, Estêvão, e cada um dos discípulos, eram templos de Deus. O templo de Jerusalém já não era preciso. Jesus destrui-lo-ia. Os anciãos e chefes acusam-no de blasfémia e sacrilégio. Condenam-no à lapidação e executam a condenação. Há uma impressionante ligação entre o mistério da Encarnação que ontem celebrámos, e continuamos a celebrar em toda a oitava do Natal, e o martírio de Estêvão.
A morte de Estêvão, e a de tantas testemunhas da fé cristã, não será a última palavra sobre a vida destes discípulos de Jesus, porque Cristo é o Senhor da vida e da morte. A ressurreição de Jesus mostra a glória, como única realidade de verdadeira vida, para a qual todo o crente está encaminhado. Ela anuncia que a glória de Jesus, e a de todo o discípulo, passa pelo caminho do Calvário e pela morte na Cruz. A morte de Jesus, e a de Estêvão, oferecem um sinal que fala à nossa fé. O projecto de Deus é maior do que os projectos dos homens. O amor de Deus ultrapassa largamente todos os interesses de quem quer que seja. Somente Jesus, sinal do amor de Deus pelos homens, é capaz de libertar o homem da morte e de fazer brotar no coração do discípulo a fé como resposta radical à salvação oferecida por Deus.
Rezemos diante do presépio: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito», para que vivamos como filhos do Pai e teus irmãos, dando testemunho da tua Encarnação, Morte e Ressurreição.
Bem-aventurado Santo Estêvão, valente soldado de Cristo, primeiro nas fileiras dos mártires; aceito alegremente que tu, ainda nesta terra, tenhas sido tão luminoso na santidade. Quando os teus inimigos se atiravam a ti, tu, de joelhos, rezavas: «Senhor, não lhes atribuas este pecado».
Homem feliz, quanta esperança nos dás, a nós teus amigos pecadores, quando nos damos contas que estás tão preocupado com pecadores arrogantes! Quanta bondade usarás para com os humildes, agora que foste exaltado, tu que assim socorrias os soberbos, quando eras humilhado! Que é que te queimava o coração, para assim derramares exteriormente tantas doçuras? Estavas certamente cheio de todas, ornado de todas, aceso por todas.
Eu te suplico, caridoso Estêvão, reza pela minha alma cheia de aridez, e enche-a de caridade generosa. Faz com que a minha alma insensível, por graça d´Aquele que a criou, seja incendiada pelo fogo da caridade.
Fonte: “dehonianos.org/portal/liturgia/”
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