terça-feira, 27 de novembro de 2018

TERÇA-FEIRA - XXXIV SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 27 NOVEMBRO 2018

TERÇA-FEIRA - XXXIV SEMANA - TEMPO COMUM - ANOS PARES - 27 NOVEMBRO 2018 Primeira leitura: Apocalipse 14, 14-19 Mais uma vez, João utiliza símbolos cuja interpretação nos introduz na compreensão da mensagem. O primeiro símbolo é a nuvem (v.14): na tradição bíblica indica uma teofania, uma manifestação de Deus. Neste caso é o Filho do homem que aparece para julgar e oferecer a salvação. Este Filho do homem é Cristo. João conclui a sua mensagem sobre a pessoa e a missão de Cristo. O símbolo da ceifa (v. 15s.) e o da vindima (v. 18-19) ilustram o juízo que Jesus veio e virá pronunciar sobre a humanidade. Trata-se de um juízo aberto à salvação, que é exactamente dom d´Aquele cujo nome é Salvador. Considerar esse juízo apenas pelo lado negativo, seria desconhecer o dom de Deus e subtrair-se à vontade salvífica universal do Senhor. É verdade que, os que tiveram recusado a salvação, serão afastados de Deus, e objecto da sua cólera (v. 19). Mas isso acontece porque livremente se subtraíram à divina misericórdia. A página joânica oferece-nos outra mensagem: há uma íntima relação entre a vida presente e a vida futura. Tudo depende de Deus e da sua divina bondade, mas tudo depende também das nossas opções pessoais e das obras que fazemos. Evangelho: Lucas 21, 5-11 O fim do mundo e a vida futura marcam a espiritualidade cristã. É o que Lucas nos indica ao referir mais um "Discurso escatológico" de Jesus (cf. Lc 17, 20-37). As perguntas que os ouvintes fazem a Jesus - «Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?» - são duas pistas para investigarmos a mensagem. O discurso de Jesus é pronunciado diante do templo, com as suas «belas pedras» e «ofertas votivas», o que cria contraste entre o presente, que ameaça fechar a religiosidade dos contemporâneos de Jesus, e o futuro para onde Jesus deseja orientar a fé dos seus ouvintes. Ao responder, Jesus anuncia o fim do templo e, de certo modo, de tudo aquilo que ele simboliza. Anuncia o fim do mundo que se concretizará nessa catástrofe e em tantas outras. Tudo o que é deste mundo terá certamente fim, mais tarde ou mais cedo. Por isso, o mais importante é acolhermos o ensinamento de Jesus e deixar-nos guiar por ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua palavra ajudar-nos-á a discernir pessoas e acontecimentos, e a optar pelos valores que nos propõe. Há muita gente que anuncia a proximidade do fim do mundo, para nos aterrorizar, e nos oferece caminhos de salvação. Jesus não faz isso. Mesmo quando fala do fim do mundo, preocupa-se em iluminar-nos e em confortar-nos. As leituras de hoje colocam-nos perante a realidade do fim do mundo e do juízo de Deus que não pode suportar o pecado e intervém com força terrível: «o Anjo vindimou os cachos da vinha da terra... e lançou as uvas no grande lagar da ira de Deus», diz-nos o Apocalipse (14, 18-19); «Não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído», diz-nos Jesus, ao falar do templo de Jerusalém. Mas entre as duas leituras há um salmo de exultação, porque Deus vem julgar a terra: «Alegrem-se os céus, exulte a terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém, exultem os campos e quanto neles existe, alegrem-se as árvores das florestas diante do Senhor que vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com fidelidade» (cf. Sl 95). Tudo neste mundo é efémero, menos o Reino de Deus que já está presente e actuante, e que Cristo, um dia, virá completar e conduzir ao Pai. No "Discurso escatológico" de Jesus temos que distinguir três níveis: a destruição de Jerusalém o fim da vida terrena de cada um de nós, os acontecimentos finais da história de toda a humanidade. Tudo passa. Só Cristo e o seu reino de amor, de justiça e de paz, hão-de permanecer. E cada cristão, como templo de Deus, adornado com as belas pedras das virtudes cristãs, pode e deve perseverar no bem, resistindo às diversas provações. Entretanto, individualmente e, sobretudo, em comunidade de fé, iluminados pela Palavra e fortalecidos pelo Espírito, os crentes devem ler os sinais dos tempos e fazer um verdadeiro discernimento do bem e do mal, do verdadeiro e do falso, para não se não se deixar enganar pelos falsos profetas e afastar do seguimento de Jesus Cristo, o único Salvador. O Espírito impele-nos a ser entre os homens e no mundo testemunhas deste amor de Deus, derramado em nós no baptismo, um amor que regenera e salva. Impele-nos a apressar a recapitulação de todos os homens e de todo o universo em Cristo. Nós suspiramos pela "plenitude dos tempos", quando se há-de realizar o "desígnio" do Pai «de recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1, 10; cf. Rm 8, 19-25). Fonte:Fernando Fonseca em “dehonianos.org/portal/liturgia/”

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