Encontro dos Bispos Católicos de Moçambique com o Presidente da República Filipe
Nyusi
Bispos
afirmam : “incoerência
entre o que se diz e o que se faz ”
Lamentam a contínua deterioração da situação
político-militar do país, apelando para o abandono das armas e a retomada urgente do
diálogo.
No referido encontro estiveram presentes os Bispos diocesanos e eméritos da Conferência Episcopal que participaram na
2ª Sessão Plenária de 2015.
Durante a audiência entregaram e leram o documento “Apelos dos
Bspos Catolicos” referente à situação politico-militar em que se encontra País.
Os Bispos lamentaram a “incoerência entre o que se diz
e que se faz e a contínua deterioração
da situação político-militar”
no país, quanto à pacificação, reconciliação
e a consolidação da
democracia em Moçambique. E indicaram o caminho a seguir:
“Apelamos ao Governo e à Renamo
para o abandono absoluto das
armas, a retomada imediata do diálogo
eficaz entre as partes em conflito,
envolvendo outras forças vivas
da sociedade”.
Os Bispos explicaram que o apelo
resulta dos clamores que lhes chegam
e que os levam a manifestar
preocupação com a contínua deterioração
da situação político-militar.
A Igreja Católica afirma que os
clamores são traduzidos por “muitos
gritos das famílias enlutadas que
choram a morte dos seus filhos caídos
em combate, dos deslocados internos
que são obrigados a abandonar
as suas casas e outros bens para se
refugiarem no mato, dos deslocados
externos que deixam o próprio país
perante o risco de perderem a vida”.
No documento menciona-se
também os agricultores que
não podem trabalhar a terra, os
investidores “que vêm o fracasso
dos seus negócios pela insegurança
progressiva”, os empresários do
ramo do turismo, cujos empreendimentos
estão a falir, aumentando
o desemprego, e a “população em
geral, que sente os preços a aumentar
e o metical a desvalorizar-se”.
Os bispos católicos apelam a todos
os moçambicanos para a construção
da paz através de gestos de
reconciliação e da convivência
civil e democrática e respeito pelas
diferenças e responsabilidade
pelo desenvolvimento do país.
Recentemente, os bispos católicos
escreveram uma carta de apelo
ao diálogo a Filipe Nyusi e Afonso
Dhlakama, tendo, dias depois,
condenado o assalto à residência
do presidente da Renamo na cidade
da Beira, província de Sofala.
Moçambique vive uma crise político-
militar provocada pelo diferendo
sobre os resultados das eleições de
Outubro de 2014.
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