CARTA DE D. FRANCISCO ANUNCIANDO O
JUBILEU DA MISERICÓRDIA
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai”.
Com estas palavras o Santo Padre, o Papa Francisco enviou um
documento a toda a Igreja para proclamar o Jubileu extraordinário da
Misericórdia. Este Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015,
solenidade da Imaculada Conceição; e terminará no dia 20 de Novembro,
festividade litúrgica de Jesus Cristo Rei do Universo.
O Papa Francisco convida-nos a fixar o olhar na misericórdia
para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Ele quer que este
Ano Jubilar seja um tempo favorável para os cristãos se tornarem testemunhas
fortes e eficazes da misericórdia de Deus. Desta orientação geral do Papa
surgem algumas consequências para a nossa vida.
Em primeiro lugar, devemos viver este Jubileu a nível pessoal
e familiar. Os nossos lares são o lugar natural onde, desde a infância até à
idade adulta, aprendemos os valores fundamentais do bom relacionamento, do
respeito, da aceitação do outro, da compreensão, do perdão e da reconciliação.
Esses alicerces familiares hão-de perdurar até ao fim da vida.
Em segundo lugar, viveremos o Jubileu da Misericórdia a nível
das pequenas comunidades. É na pequena comunidade onde vivemos diariamente a
Fé, a Esperança e o Amor. É na pequena comunidade onde se alargam os limites da
família natural abrindo-se á grande família dos baptizados, a Igreja. As nossas
pequenas comunidades, a exemplo das primeiras comunidades cristãs, devem ser
lugares de união fraterna entre os irmãos, lugares de convivência pacífica,
lugares de perdão e de misericórdia, pois o Pai desta família é paciente e “rico
em misericórdia” (Ef 2,4). De facto o evangelista Lucas escreve para que
“sejamos misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36). Somos
chamados a tornarmo-nos compassivos e misericordiosos uns para com os outros.
Em terceiro lugar, o Papa convida-nos a sermos
misericordiosos para com todos. Somos convidados a testemunhar a misericórdia
de Deus no nosso meio, nos nossos lugares de trabalho, nas machambas, na
hospitais e centros de saúde, nas escolas, nas repartições oficiais, nas nossas
aldeias, nos nossos bairros e nas nossas cidades, isto é em qualquer lugar onde
nos encontramos. Vivemos um tempo de muita inquietação, de muito ódio e de
muita desconfiança. Devemos abrir o nosso coração àqueles que mais sofrem, aos
que não tem voz para reclamarem os seus direitos, aos que sofrem por serem
fiéis à sua fé, à verdade, à justiça e à liberdade.
Neste Jubileu convida os cristãos para cuidarem destas
feridas e a trata-las com amor e misericórdia. O Papa insiste para que não nos
deixemos cair na indiferença. Abramos os nossos corações para ver as misérias
dos irmãos e escutemos o seu grito de ajuda. Que eles sintam o calor da nossa
presença, da amizade e da fraternidade.
Aprendamos
do Pai que é “rico em misericórdia”. (Ef 2,4).
Gurúe, 15 de Setembro, Festa litúrgica de Nossa
Senhora. das Dores
Vosso Bispo
+ FRANCISCO
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