Camponeses de Malema contestam projeto agrícola ProSavana
28 de Abril de 2015, 17:10
Camponeses do distrito de Malema, norte de Moçambique, criticaram hoje a alegada falta de informação clara sobre o ProSavana, uma iniciativa agrária dos governos moçambicano, brasileiro e japonês, concebida para o Corredor de Nacala.
Os camponeses de Malema, província de Nampula, contestaram a forma como o empreendimento está a ser executado, durante uma reunião de auscultação pública sobre o Plano Diretor do ProSavana.
"O ProSavana não está claro. As informações que temos a partir do Brasil onde já foi implementado um programa idêntico não nos animam. Sabemos que muitos brasileiros perderam suas terras e viraram nómadas", disse Júlio Cornélio, um dos participantes no encontro.
Os camponeses protestaram igualmente a alegada falta de garantias do direito de posse de terra, observando que o ProSavana está apenas preocupado em proteger os direitos dos produtores.
O tipo de assistência que os camponeses vão receber no quadro do ProSavana foi igualmente alvo de questionamento por parte dos presentes na auscultação.
Um comunicado de imprensa enviado à Lusa pelo Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar indica que as consultas públicas em torno do ProSavana têm o objetivo de apresentar e discutir com as partes interessadas as estratégias a seguir para o desenvolvimento da agricultura no corredor de Nacala.
O ProSavana foi concebido para ser executado em 19 distritos do centro e norte de Moçambique, onde serão produzidas monoculturas destinadas à exportação, situação que levanta receios de usurpação de terras e extinção de culturas que servem de fonte de sobrevivência dos camponeses da região.
Da Agência Lusa
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