Estrada Nacional Nº !, em Napevo, atravessa a Diocese de Gurúè |
A Diocese de Gurúè, representada pelo Pe. Francisco Cunlela e pela Irmã Regina Alfredo Benjamim, está a participar no Encontro da Comissão Episcopal para Emigrantes e Refugiados (CEMIRDE) que decorre no Centro de Formação de Nazaré, na Beira, de 3 a 6 de Junho de 2013.
Eis o teor do Relatório que a nossa Diocese preparou para o referido encontro nacional:
1. Emigrantes
A Diocese de Gurúè tem duas vias de entradas e saídas dos emigrantes. Pois ela, ao Norte, é atravessada pela Estrada Nacional Nº 1, desde o rio Ligonha, no limite com a Província de Nampula, passando pelos Distritos de Alto Molócue e de ILe, até ao Distrito de Mucuba, já na Província e Diocese de Quelimane. Esta via é potencialmente emigratória, é considerada corredor para o transportes de seres humanos para os Países limítrofes com Moçambique.
Estrada Nacional Nº 1, atravessando o território da Diocese de Gurúè, usada como "Corredor de emigrantes". |
Foi precisamente durante a Visita Pastoral de 2011, e também posteriormente, que tivemos conhecimento de episódios tristes e trágicos de pessoas de origem estrangeira encontradas nas matas no território acima referido. Algumas até chegaram a morrer nos contentores dos camiões em que viajavam. Na altura estes acontecimentos até foram noticiados pelos meios de comunicação social.
Uma outra via de entrada de emigrantes na nossa Diocese é a via de Milange a Molumbo. Trata-se de cidadãos Malawianos que entram e saem do País a procura de melhores condições de vida em Moçambique.
Ainda não temos estudos plausíveis sobre estes fenômenos e até à data não foram quantificados, pois nunca lhe prestamos a devida atenção, por considerá-los episódios esporádicos. Porém, a partir de este Encontro esperamos organizar este sector da nossa pastoral, colhendo a experiência das outras Dioceses de tal maneira que nos possa orientar e iluminar a nossa situação e actuação nesta área tão importante para a defesa dos Direitos Humanos e da Vida.
2. Turismo
A Diocese de Gurúè é potencialmente zona turística, por diversas razões geográficas, beleza natural e história.
Ele é banhada pelo Oceano Índico, nas belas praias de Naburi, Mualama e Pebane.
Confinando com esta área, encontra-se a Reserva de Gilé.
O palmar à entrada da vila de Pebane |
Cascatas das montanhas de Gurúè |
O mítico Monte Namuli |
Apesar destas potencialidades turísticas -praias, reserva, montanhas e rios- ainda não há investimentos para a atracção turística. Existe, sim, turistas esporádicos que depois das suas visitas clamam: porque não se investe nestas zonas?
O verde tapete das plantações de chá do Gurúè |
Nós, como Diocese, gostaríamos investir neste sector, especialmente na zona do Monte Namuli, onde criamos recentemente a Capelania de S. Kizito, com seis Zonas Pastorais e 30 comunidades cristãs. Poderíamos acolher os turistas nacionais e estrangeiros que por aqui sempre aparecem sem nenhum apoio nem ponto de referimento. A nossa limitação sempre são a falta de um financiamento capaz de apoiar as iniciativas locais e enfrentarmos esta realidade humana e social
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