COMUNICADO DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE MOÇAMBIQUE ÀS COMUNIDADES
CRISTÃS
Às
Comunidades Cristãs e a todos os homens de boa vontade, paz e alegria no Senhor
ressuscitado, aquela paz e alegria que o mesmo Senhor repetidas vezes desejou e
deu aos seus discípulos.
Queremos,
através deste meio, exprimir a nossa comunhão convosco, manifestar a nossa
presença espiritual junto de vós e partilhar aquilo que foi fruto da nossa reflexão e deliberações e
alguns aspectos salientes da nossa vida eclesial e social dos últimos tempos.
Nos dias 6 a 13 de Novembro de
2012, nós, os Bispos Católicos da Conferência Episcopal de Moçambique, estivemos
reunidos no Seminário Interdiocesano Filosófico de Santo Agostinho na Matola,
na II Sessão da Assembleia Plenária de 2012.
Estiveram presentes os Bispos Diocesanos e Eméritos da CEM.
Participaram pela primeira vez S. Excelência Reverendíssima o Sr. D. Cláudio Dalla
Zuanna, novo Arcebispo da Beira, que recebeu a sagração episcopal e tomou
posse no passado dia 07.10.2012 na Beira; e o Reverendo Padre Fernando
Domingos Costa, CP, que no 27.10.2012, foi nomeado Administrador Apostólico da
Diocese de Pemba.
A Sua Excelência Reverendíssima o
Senhor D. Jaime Pedro Gonçalves exprimimos a nossa maior gratidão em nome de
toda a Igreja em Moçambique pela sua dedicação durante os três grandes lustros
de frutuoso episcopado naquela Arquidiocese e, muito particularmente, pelo seu inestimável
e histórico empenho no processo que levou ao restabelecimento da paz no País.
A Sua Excelência o Senhor D. João
Carlos Nunes Hatoa, Bispo Auxiliar de Maputo que, como Administrador Apostólico
da Beira cessante, pelo seu labor e dedicação na condução do vida da
Arquidiocese durante o período de Sede Vacante.
A o Reverendo Padre Fernando
Domingos Costa, como Administrador Apostólico de Pemba, as nossa felicitações
pela disponibilidade em aceitar esta missão que a Igreja lhe encomenda enquanto
se espera pela nomeação do novo Bispo de Pemba.
A Sua Excelência o Senhor D.
Ernesto Manguengue, lhe manifestamos a nossa gratidão pelo trabalho e dedicação
demonstrados durante os oito anos de episcopado na Diocese de Pemba e pelo
serviço desinteressado como Secretário da CEM, ao mesmo tempo que lhe reiteramos a nossa solidariedade e oração fraterna.
Estiveram ausentes, o Sr. D. Adriano
Langa, Bispo de Inhambane, e o Sr. D. Bernardo Filipe Governo, Bispo Emérito de
Quelimane, por motivos de saúde; o Sr. D. Júlio Duarte Langa, Bispo Emérito de
Xai-Xai, por motivo do falecimento de um seu familiar; e o Sr. D. Ernesto
Maguengue, Bispo Emérito de Pemba, que recentemente apresentou a sua resignação
como Bispo daquela Diocese.
Na abertura da Sessão, D. Lúcio Andrice
Muandula, Bispo de Xai-Xai e Presidente da CEM, saudou a presença do Sr. Núncio
Apostólico, D. António Arcari que, como de costume, veio saudar os Bispos e a
transmitir uma mensagem de encorajamento e alguns temas de particular
importância para serem submetidos à consideração da CEM. D. Lúcio agradeceu a
presença e as palavras do Sr. Núncio Apostólico como sinal de comunhão com o
Papa e a Igreja universal.
A primeira
parte dos trabalhos da Assembleia foi dedicada à leitura dos Relatórios das
Dioceses, das Províncias Eclesiásticas, das Comissões Episcopais e do
Secretariado Geral da CEM. Os referidos Relatórios revelaram o crescimento e a
vitalidade das comunidades cristãs e as suas dificuldades, assim como as
alegrias, as tristezas e as esperanças
do nosso povo.
VIDA DAS
COMUNIDADES
Verifica-se em
cada uma das nossas Dioceses o incremento do número de cristãos e de
catecúmenos, fruto da catequese, da celebração da Palavra e dos Sacramentos
nunca interrompida graças ao empenho e zelo apostólico dos leigos, dos
religiosos e religiosas e dos sacerdotes que, em número insuficiente e no meio
de inúmeras dificuldades, cuidam da vida das comunidades cristãs. Encontramos
grupos de jovens comprometidos cada vez mais nos serviços da catequese e da
liturgia. Mas continuamos a sentir a falta de um número suficiente de Padres
para atender adequadamente a vida das comunidades. Isto obriga-nos a todos, a
um renovado e qualificado esforço pela promoção das vocações sacerdotais e
religiosas.
CLIMA SOCIAL
O ambiente sócio-político
e econômico é fonte de ansiedade para muitos. Perante inumeráveis situações
problemáticas do dia a dia, muitos se interrogam sobre as condições de vida, a
segurança dos seus bens e das suas vidas; a posse da terra que cultivam e onde
moram; a verdade e a solidez da Paz, o entendimento entre os que gerem a coisa
pública. De facto assistimos à ocupação de terras por parte das empresas do
mega- projectos que obriga as populações a abandonarem o seus lugares naturais
de residência e de cultivo; a aumento da criminalidade, com assaltos à mão
armada a pessoas em casa, nas ruas, nas praças, tanto nas cidades e vilas como
nas aldeias do meio rural.Tudo isto cria no povo um ambiente de insatisfação e
de ansiedade, apesar da permanência de 20 anos de Paz. Torna a vida das populações
muito dura e numa situação de pobreza cada vez mais acentuada, sobretudo na camada mais pobre da sociedade. Não
obstante que haja cada vez mais riqueza, os pobres são cada vez mais pobres.
O DIÁLOGO, A
JUSTIÇA E A PAZ
Exortamos as
comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa-vontade a irem para frente na
consolidação da paz, cooperando de todas as maneiras na construção de um
ambiente cujas bases sejam a justiça social, a verdade, a liberdade e o
respeito. Devemos voltar o nosso olhar para trás e redescobrir o diálogo justo
e respeitoso, e no respeito dos direitos das pessoas e das populações para a
solução dos conflitos que afligem a sociedade no momento actual. Repetimos mais
uma vez: Abandonemos definitivamente o recurso às armas, a qualquer classe de
violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos problemas.
Renovemos o espírito que 20 anos atrás levou as partes envolvidas a assinarem o
Acordo Geral de Paz, de que tantos nos gloriamos e que recentemente celebrámos.
SEMINÁRIOS E
PASTORAL VOCACIONAL
Refletimos
também sobre a situação dos Seminários e da Promoção vocacional.
O Seminário
Interdiocesano de Filosofia de Santo Agostinho na Matola durante este ano teve 169 alunos internos e o Seminário
Interdiocesano Teológico de S. Pio X teve 110
alunos. Damos graças a Deus pelo aumento do número de seminaristas e de
candidatos à Vida Consagrada.
As despesas de
manutenção dos seminaristas e dos edifícios são cada vez mais pesadas, pelo que
contamos com a generosidade de todos os cristãos.Não nos temos poupado a
sacrifícios para arranjar condições suficientes e dignas para a sua formação,
angariando pessoal para as equipas formadores não obstante a penúria de clero
em número e preparado para este fim. Reforçamos as equipas de ambos seminários
com mais alguns novos formadores e enviando outros para estudos de especialização.
Nesta linha de
encontrar caminhos para o bom seguimento da formação dos candidatos ao
sacerdócio, retomou-se o processo do projectado Seminário Filosófico de Santo Atánasio
de Nampula com a abertura de uma sala externa do Seminário Interdiocesano de Filosofia. Esperamos que se reúnam as condições
necessárias para que possa funcionar no próximo ano lectivo 2013.
Apelamos para
que a promoção vocacional seja feita no respeito e na observância da pastoral
diocesana de conjunto, evitando caminhos paralelos; haja um sério
acompanhamento nas paróquias e nos grupos de vocacionados; se ajude o jovem no
discernimento, e se respeite a liberdade do mesmo na escolha do seu futuro.
UNIVERSIDADE
CATÓLICA
Este grande
projecto da Igreja em Moçambique, já presente em 7 das nossas Dioceses, exige o apreço e o
empenho de toda a Igreja. Ela está a dar um contributo vital e qualificado para
o desenvolvimento equitativo do País, formando quadros nacionais qualificados
nas mais diversas áreas do saber.
Com a colaboração de um grupo de juristas,
trabalhou-se na revisão dos Estatutos da
Universidade Católica que deverão ser apresentados brevemente à Santa Sé para a
sua aprovação
ANO DA FÉ
Em comunhão
com a Igreja universal, elaborou-se a programação e calendarização das
actividades nacionais para o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para o
ano de 2013, para celebrar o 50º Aniversário do Concílio Vaticano II e o 20º do
Catecismo da Igreja Católica.
A NÍVEL NACIONAL
I.- Abertura Nacional.
Constou de
dois eventos:
1. Simpósio no
dia 10.11.2012, no Seminário de S. Pio X, em que se trataram os seguintes
temas: Contextualização do Concílio
Vaticano II (Ir. Ester Lucas, Superiora Regional das Irmãs Vicentinas); A Eclesiologia do Vaticano II (Pe.
Rafael Sapato, Vigário Geral da Diocese de Lichinga); As linhas gerais da Constituição Conciliar Dei Verbum (Pe. Gianmarco Paris, Superior Regional da Congregação
da Sagrada Família); e O Catecismo da
Igreja Católica (S. E. Reverendíssima o Sr. D. Germano Grachane, Bispo de
Nacala).
2.
Concelebração na Catedral de Maputo, presidida por D. Lúcio Andrice Muandula,
Bispo de Xai-Xai e Presidente da CEM. Concelebraram todos os Bispos da CEM e
numerosos sacerdotes. Houve uma grande participação por parte das comunidades
cristãs das Paróquias de Maputo.
II.
Encontro dos Seminaristas dos Seminários Maiores.
Maputo, Páscoa
de 2013.
III. Encontro
Nacional de Catequistas
Será realizado
no Centro de Formação de Nazaré (Beira),
organizado por uma equipa formada pelos Directores dos Centros Catequéticos
de Guiúa, Nazaré, Anchilo e Marrera. A data será indicada oportunamente.
IV.-
Encerramento.
Coincidindo com a Assembleia Plenária de
Novembro 2013, em data e lugar a determinar pelo Conselho Permanente da CEM.
A NÍVEL DAS
PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS.
As actividades serão programadas por cada
Província Eclesiástica tendo em conta os temas nucleares: Apostolado dos
Leigos; A constituição Conciliar Dei
Verbum; O Diálogo: Fé e Religiões Tradicionais Africanas.
A NÍVEL DAS
DIOCESES
O Ano da Fé
deve ser lançado também em cada Diocese com actividades próprias em
conformidade com as orientações da Exortação Pontifícia As Portas da Fé.
ELEIÇÕES
Nesta
Assembleia Plenária dos Bispos foram renovados todos os cargos da CEM, de
acordo com os Estatutos recentemente aprovados pela Santa Sé. Também foi
renovado o organograma geral das Comissões que integram a CEM. Eis os
resultados das eleições.
PRESIDÊNCIA DA CEM
PRESIDENTE: D.
Lúcio Andrice Muandula
VICEPRESIDENTE:
D. Francisco Chimoio
SECRETÁRIO: D.
João Carlos Nunes Hatoa
VOGAIS DO
CONSELHO PERMANENTE:
Pela Província
de Nampula: D. Germano Grachane (1º vogal).
Pela Província
Eclesiástica da Beira: D. Cláudio Dalla Zuanna (2º vogal).
Pela Província
Eclesiástica de Maputo: D. Adriano Langa (3º Vogal).
COMISSÔES EPISCOPAIS
1.Comissão
Episcopal para a Doutrina da Fé, Cateq. e Evang.: D. Germano Grachane.
2.Comissão
Episcopal para a Liturgia e Cultura: D. Francisco Sílota.
3.Comissão
Episcopal para o Serviço da Caridade e para a Saúde: D. Hilário da Cruz
Massinga.
4.Comissão
Episcopal para o Clero e a Vida Consagrada: D. Cláudio Dalla Zuanna.
5. Comissão
Episcopal para a Pastoral Laical e Juvenil: D. Inácio Saure.
6.Comissão Episcopal
para a Família a para a Vida: D. Francisco Chimoio.
7.Comissão
Episcopal para a Missão e para a e para a Pastoral Bíblica: D. Lúcio Andrice
Muandula.
8.Comissão
Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: D. Élio Greselin.
9.Comissão Episcopal
para a Educação Católica, a Escola e a Universidade: D. Tomé Makhweliha.
10. Comissão
Episcopal para a Justiça e Paz, Migrantes e Itinerantes: D. Adriano Langa.
11. Comissão
Episcopal para os Seminários e Vocações: D. Francisco Lerma.
12.Comissão Episcopal
para as Comunicações Sociais: D. João Carlos
Nunes Hatoa.
Matola,
13 de Novembro de 2013
+ D.
Lúcio Andrice Muandula,
Bispo
de Xai-Xai e Presidente da CEM
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